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Estacionamento “à Lagardère”

Olá…

Existem determinadas coisas que me irritam ou tiram do sério e uma desse rol são os estacionamentos “à lagardère”.

É comum e diário encontrar nos lugares próprios para estacionar, mesmo com marcações no chão, veículos que ocupam dois lugares ou parte do lugar ao lado.

Numa bela manhã de sol, temperatura amena e com graveto pronto para gastar, dirijo-me ao híper para os víveres comprar.

Pelas dimensões da minha viatura e visto que alguns lugares marcados são minúsculos, estaciono quase sempre de traseira para ser mais fácil sair. Enquanto fazia a manobra, um “chico-esperto” entra à socapa, meio de lado a ocupar parte do lugar ao lado. Ainda abri a porta para refilar, mas o cromo disse logo…

- Vinhas “prá qui”… Temos pena…

Dei a volta, com enorme dificuldade e depois de vinte manobras, estacionei ao lado dele a cerca de dois centímetros de distância, de maneira a ele não poder mexer no carro nem para a frente nem para trás e lá fui eu de carrinho em punho esgotar os produtos da promoção.

Carrinho cheio, carteira quase vazia e para meu espanto o dito cujo ainda não tinha vindo. Demoradamente fui guardando as coisas nos sacos de cinquenta cêntimos entalando-os na enorme mala.

Entretanto chega ele e ao ver a maneira como estava a situação começa a barafustar que quer sair. Sem lhe responder, fui colocar o carrinho no local apropriado e mais distante do parque e então é que o pastor ficou fula e meio arrogante disse…

- O senhor podia dar um jeito à sua viatura…

- Quer sair? É que eu ainda tenho de voltar lá dentro, esqueci de comprar ovos!

- Ao menos dê-me um jeitinho…

- Ai já me trata por você? Há pouco foi por tu e temos pena, agora não é só pena, é também penugem, pelo, couro e outras coisas que crescem à flor da pele e mais! Nem pense em amassar a lata que já apontei a matrícula e avisei o segurança.

Demorei cerca de vinte minutos a comprar os ovos, poderia ter sido mais rápido na caixa expresso, mas como tinha tempo…

Depois de quinze manobras (algumas escusadas) para tirar o meu bólide, o cromo veio no meu encalço, colado na minha traseira pressionando-me a andar mais depressa pelas estreitas ruas da vila. Azar o dele, como a minha Hyundai H1 balança por todos os lados, as covas das ruas são aos magotes e os ovos frágeis, a coisa era mesmo lenta.

- Para que é que eu quero tantos ovos? (pergunta a Furu)

- Sei lá! Era o que estava em promoção…

Joca Tx



Rustico e estaladiço

Olá…

Triiiiiiiiim! Triiiiiiiim toca o despertador, “mentira”. Sejam dias úteis, sábados ou domingos, quer chova ou faça sol, verão, inverno e outros de igual duração, os dias são todos iguais para o meu suave e macio acordar. O meu cérebro desperta automaticamente por motivos naturais, sobrenaturais e outros que tais de foro extra qualquer uma dessas classes classificadas no ordenamento psíquico. Até gostava de poder ficar mais tempo na cama ao domingo, mas às oito horas tenho de ir à regueifa, oito e trinta ao híper 1, nove e trinta híper 2 e entre arrumar a “espença” e o almoço pouco tempo sobra.

Numa dessas manhãs, depois da regueifa “morfada”, decidi mudar de híper 1. Da mesma cadeia, localidade diferente e mais distante.

Na secção da padaria meus olhos fixaram um enorme pão apelidado de rustico. Como estava um pouco para o escuro, perguntei à menina funcionária…

- Menina, este pão rustico está escuro de queimado e duro ou está comestível?

- Escuro está, duro não, está estaladiço.

Num gesto inocente e rápido, apalpo a côdea do tal estaladiço ao que a menina funcionária toda nervosa respondeu de imediato…

- O senhor não pode por a mão no pão…

- A menina desculpe, foi o impulso, é que eu antes de comer qualquer coisa gosto de apalpar ou por a mão e realmente está estaladiço e pode embrulhar este que apalpei, mas como é muito grande coloque em dois sacos se faz favor.

Como a menina funcionária foi muito gentil comigo, estendi a mão para a cumprimentar em forma de agradecimento, só que ela depois de ter hesitado recuou o braço com um sorriso maroto.

- Tenha calma menina, eu nem em tudo aquilo que toco tenho vontade de comer, mal de mim se assim fosse…

- Acredito que sim, mas não vale a pena arriscar…

- Ok! Muito obrigada pela delicadeza

Nunca mais lá voltei, mas estou com uma ideia de lá voltar no próximo domingo a ver se tem pão rústico e estaladiço.

Joca Tx

O Marroquino

Olá…

Outrora Trabalhador (digo ou penso eu), viajante de terra em terra, conhecido por caixeiro-viajante, vendia tudo aquilo que cabia na caixa de carga da sua viatura. Porte grande, por vezes carrancudo e de poucas falas por bandas caseiras, mas educado e sempre todo aperaltado.

Os tempos mudaram, em qualquer lado abriam a velocidades frenéticas centros, hipers, supers, lojas de 300 ou 999 etc. As vendas porta a porta baixaram e o desemprego apareceu.

Visto que jeito só mesmo para a arte que desempenhava e nada mais lhe interessava, foi deambulando por cafés, futebóis, jogatinas matinais e praia, muita praia mesmo de inverno, quem o queria ver era na companhia dos batoteiros ocasionais que repartiam as quarenta cartas de um só baralho.

De tanto sol bater naquele corpo roliço, o bronze que ostentava era assim mais para o escuro, havia até quem o apelidasse com variados nomes alusivos ao estado em que se encontrava. A alcunha que mais me chama a atenção foi dito pelo meu pai entre dentes e paredes caseiras “lá vai o marroquino”.

Toalha ao ombro, lá ia em direcção ao que melhor sabia fazer e perito na coisa, apanhar sol.

Estava eu na praia na companhia de alguns colegas, incluindo o meu irmão e apareceu o tal profissional das areias e eu como quem não quer a coisa e baixinho para ninguém ouvir digo “chegou o marroquino”. De seguida o meu mano pergunta-me

- Porque é que o pai chama marroquino àquele senhor?

- Olha para ele! Não parece marroquino?

- Parece…

- Apenas por isso, nada mais.

Decorria o campeonato do mundo de futebol, Portugal e Marrocos integravam o mesmo grupo e mal eu tinha acabado de responder à pergunta do meu irmão, o profissional de praia pergunta aos seus amigos de banhos solares…

- Oh meu! Como é que ficou Marrocos?

Joca Tx


O descapotável amarelo

Olá…


Os veículos descapotáveis impressionam quase todos os humanos que lhes colocam a vista em cima e eu não fujo à regra.

Aqui à dias, em plena auto-estrada (A1), alguns quilómetros antes da área de serviço da Mealhada, reparo num descapotável amarelo que se aproximava a uma velocidade reduzida, mas suficiente para executar a ultrapassagem aqui ao rapaz. Lentamente o bólide passa por mim e se não fosse o vidro da janela, tinha o trabalho de ir apanhar as minhas orbitas no meio do quente alcatrão.

Ao volante ia uma jovem bastante atraente, vestia uma mini-saia tipo jogadora de ténis e uma t-shirt colada ao corpo, todo ele torneado e medido por um paquímetro digital ou mesmo um micrómetro de sensores electrónicos. Longos cabelos pretos e com uma fita amarela na cabeça.

Logicamente dei a entender que fiquei feliz da vida por ver tal quadro vivo, acenei, atirei olhares acompanhado de uns sorrisos meio exuberantes e até pulos dei no banco esquecendo por momentos que ia ao volante de um veículo que arrastava 45 toneladas de um qualquer material.

Entro na área de serviço, para tomar café e reparo que o bólide está estacionado na parte de trás do local apropriado. Dei uma vista de olhos na viatura reparando que tinha uns pormenores e acabamentos bastante caricatos.

Ao sair do estabelecimento a moçoila olhando para mim disparou…

- À pouco vinhas todo entusiasmado…

- Quando? (disse eu meio atordoado)

- Vais dizer que não reparaste que sou a dona do descapotável…

- És! Pois olha que nem reparei nisso…

- Pois! Pois! Fala-me a cantar que eu gosto…

- Olha uma coisa! Eu reparei no teu carro, fiquei boquiaberto com o tablier revestido a imitar Izombé, madeira exótica proveniente de países como Camarões, gabão e Congo, o painel das esquartelas das portas também imitando Iroko, madeira brasileira e também da costa oeste da África tropical e a coisa que mais me encheu o olho, foi o pedal da embraiagem, revestido a couro turco de curtição quente e dupla conjugação. Perante isto achas que deu tempo para reparar em ti?

Virou costas meia estrelhambada sem palavra proferida.

Verdadeiramente o que mais me encheu o tal olho dentro daquele descapotável nem foram as esquartelas nem pedais, nem mesmo a moçoila toda sexy, foi mesmo uma embalagem de chocolate snickers.


Joca Tx


O menino da camisola azul

Olá…

Entrei no multibanco a horas tardias, para saber o saldo que existia na minha desamparada conta. Lá fora chovia a potes e soprava um vento forte, gelado e gelado fiquei ao ver os números que se deparavam no pequeno e quadriculado papel. Ainda meio incrédulo, sinto alguém a tentar abrir a porta, era o menino da camisola azul.

Um simples gesto, uma roupa, uma cor, uma frase ou outra coisa qualquer, pode marcar para sempre, ser vitalícia mesmo depois de passarmos à fase seguinte.

No primeiro dia de escola, encontrei colegas que conhecia desde a infância, crescemos juntos e juntos fomos para a primeira classe. Também encontrei estranhos, que, mesmo vivendo perto uns dos outros, talvez nunca tivessemos cruzado e um desses desconhecidos era o Paulo.

O Paulo não era conhecido pelo nome, era pela cor da camisola que envergava naquele primeiro dia de primária, uma camisola azul e sempre que em casa mencionava o nome de Paulo, ninguém conhecia, para os meus familiares era o menino da camisola azul, nome que o acompanhou até à quarta classe.

Deixei de o ver, perdi o contacto com ele e não sei para que escola foi fazer o ciclo preparatório. Passados alguns anos, soube que tinha casado e vivia numa freguesia vizinha da minha. Muito raramente o via e quando o via era de passagem sem o poder cumprimentar.

Ali estava ele à minha frente, o menino da camisola azul e a primeira coisa que disse foi:

- Deixa ver se os “filhos da p****” já depositaram o graveto…

Sem abrir a minha boca, lá continuou ele:

- “F******” “P***** que os p******” ainda não foi hoje…

Não mudou nada, continua o mesmo Paulo, em dez palavras, sete são improprias para consumo.

Depois de termos trocado algumas palavras sobre as nossas vidas, despedimo-nos desejando uma boa sorte para o futuro que se avizinha cada vez mais negro.

Gostei de o ter encontrado ao fim de tanto tempo, pena que tenha sido por razões pouco satisfatórias e em momentos de crise salarial.

Mesmo envergando um blusão preto de cabedal, para mim o Paulo continua a ser… O menino da camisola azul.

Joca Tx


Felicidade para que te quero

Olá…

Sempre desconfiei se seria verdade esta polémica afirmação… “O dinheiro não dá felicidade”… só que agora tenho a certeza que é.

Quando recebo o salário, o meu estado de espirito esmorece, não devia é certo, nos dias que correm, um salário ao fim do mês a tempo e horas é quase uma bênção e este momento de baixa alegria também se deve aos cortes orçamentais, mesmo não sendo da função pública, eles existiram para o meu lado e não foram tão poucos quanto isso.

O pensamento que automaticamente me assombra é… Como é possível, isto dar até ao fim do mês!

Depois das obrigações bancárias, luz, água, tv por cabo-net-e telefone fixo, telemóveis e despesa mensal na farmácia, fico teso e teso no pior sentido da palavra. Enquanto me vai restando uns trocos, fico com a cabeça em água, é um stress tremendo, tarefa difícil para os distribuir pelas diversas áreas orçamentais ao bom funcionamento do lar.

Verdadeiramente, o salário só chega ao dia dez, dia esse em que começo a pensar menos onde gastar o que já acabou e como penso menos em dinheiro, fico com o pensamento livre para coisas mais divertidas.

Ao dia vinte já começo a rir do meu novo pensamento… “Como vou arranjar gasolina para ir trabalhar?”.

Feliz da vida, sempre a olhar para o ponteiro do depósito, a ver as promoções nas vitrinas das lojas de bens essenciais, vou ao bolso, conto os cêntimos e ainda dá para comprar comida para os cinco patudos que existem lá por casa e cada vez mais feliz sou. Vinte e sete… Maravilha, vinte e oito… Cinco estrelas, vinte e nove… Fabuloso e no dia trinta ou trinta e um começa tudo de novo, uma carga de trabalhos, um círculo vicioso que teima em não me largar.

Por este motivo, não jogo no euromilhões ou outro jogo quaisquer e isto faz-me lembrar uma frase que havia quando era adolescente… “Nuclear? Não obrigado”, hoje sinto-me convencido… “Dinheiro? Não obrigado, prefiro ser feliz.

Joca Tx



Meia mamada

Olá…

Tantas e tantas vezes passei por aquele ermo local, retirado de todo e quaisquer reboliço das pequenas localidades em seu redor e quer chovesse ou fizesse sol, lá estava ela, umas vezes em pé, outras sentada numa velha lata a ler, talvez uma pequena revista ou a fazer palavras cruzadas.

Hoje não me contive, decidi parar e perguntar se precisava de alguma coisa, se estaria à espera de transporte publico ou até mesmo de se aquecer, estava bastante frio e a roupa que ela trazia era tão reduzida que até eu fiquei com pele de galinha e ao chegar perto dela, com uma voz amável disse-lhe:

- A menina precisa de algo? É que sempre que aqui passo, reparo que está aqui sempre sozinha e como hoje está frio…

- Faço-te uma mamada por quinze euros…

- Desculpe menina, até pode ser um bom preço e uma mamada de boa qualidade, mas eu só tenho sete euros e meio, se me puder fazer uma mais pequena ou até quem sabe, meia mamada, pode ser que fique cliente…

- Desampara-me masé a loja e deixa-me trabalhar em paz… Vai-te embora!

Sem mais argumentos, saí dali bastante confuso, nada disse de mal para ela ter tal reacção, não era minha intensão provocar transtorno à pobre criatura.

Pelo caminho fui pensando no sucedido, lembrei também que nunca tinha visto ninguém a comprar mamadas e verdadeiramente, nem sei como ela as fazia, pois nem fogão nem utensílios para as bater tinha. Cheguei à conclusão que as mamadas já estariam feitas, já frias e recessas e tenho quase a certeza que estavam debaixo da lata, possivelmente até teria meias mamadas ou mamadas mais pequenas, só não sei qual o motivo de não me ter vendido uma.

Joca Tx



Com ela na mão

Olá…

Detesto pedir coisas emprestadas seja a quem for. Avariam, partem ou nem me lembro onde as guardo para serem entregues.

Recorri, como já várias vezes o tinha feito, ao meu cunhado que tem uma carrinha grande, tipo feirante, para comprar uns materiais de dimensões maiores que a capacidade da minha carrinha. A primeira coisa que ouvi foi:

- A última vez que pegaste nela, deixaste as luzes da caixa de carga ligadas, fiquei sem bateria e tive de usar os cabos, o que me deu uma trabalheira danada para a por a trabalhar…

- Desculpa lá pá, desta vez vou ter o máximo de cuidado e verifico para as não deixar ligadas…

- Não deixas não, podes ficar descansado, já para isso não acontecer mais vezes, retirei as lâmpadas todas.

A verdade é que a carrinha é velha, um autentico chasso, só liga à terceira tentativa e só mesmo entrando lá dentro é que se sente na pele tudo e mais alguma coisa assim pró esquisito, mas é dele e dá muito jeito nestas ocasiões.

Levei a carrinha para casa, para no dia seguinte bem cedinho fazer o tal transporte. Ao abrir a porta para retirar algo que estivesse a estorvar, pois aquilo é mais um depósito de tudo e mais alguma coisa, fiquei com ela na mão, uma das dobradiças partiu. Ela tinha marcas de ter sido soldada, já tinha partido antes e mais uma vez fiquei furibundo da costa, bufei por quantas narinas tinha e até fumo saiu pelos cabelos. Com muito jeitinho e devagar (não dá mais de 80), lá segui caminho.

Como não a podia entregar assim a quem fez o favor do empréstimo, liguei ao meu mecânico para ver se resolvia a questão. Quando lá cheguei e viu o estado da peça disse-me logo:

- Isto não dá para arranjar, tem de ser uma nova ou uma recuperada da sucata, mas hoje é sábado, impossível ter cá isso a tempo, é que de tarde estamos fechados…

Tinha de a entregar naquele dia custasse o que custasse, lá fui eu a uma sucata tentar arranjar uma. 15€, foi quanto custou 950gr de uma liga qualquer que nem o nome sei e para não dizer asneiras ou te tentar enganar prefiro assim.

Quando a fui entregar, depois de a ter colocado no sítio e já sabendo do sucedido, é que as más notícias sabe-se sempre disse-me:

- Hei pá! Esqueci de te dizer que a dobradiça estava partida, foi soldada, mas ficou uma bosta e sem resistência…

- Não faz mal, eu dei logo por ela, ia ficando com ela na mão e levando com ela na cabeça, já lá esta uma inteira, guarda essa para a próxima…

- Foste comprar? Não tinhas nada que comprar…

- Não comprei, eles estavam a deitar fora e eu de passagem consegui deitar a mão a esta.

Sei que não foi a ultima vez que pedi algo emprestado, mas só de pensar “inté” fico todo arrepiado.

Joca Tx


Manias

Os que tem, os que julgam ou pensam que tem e todos aqueles que gostariam de pensar que poderiam vir a ter…

Olá…

Todos temos manias, uns mais, outros menos, umas aceitáveis, outras nem tanto, mas cada qual sabe de si e quem sou eu para estar a julgar ou criticar todo e qualquer mortal digno desse nome, por assim dizer, maníaco.

Homens e mulheres que ficam possuídos assim que entram em veículos topo de gama, de altas cilindradas e de meia dúzia de marcas. É como uma droga.

Pessoas que ficam alucinadas, psicologicamente alteradas e poucas são as que tem cura para esta doença ou seja, a mania da superioridade.

Entram a “matar” nas auto-estradas, ocupando logo a faixa da esquerda, mesmo não havendo ninguém para ultrapassar, como quem diz… “eh eh eh, a faixa da direita é para os burros”. Fazem perigosas ultrapassagens, por cima de contínuos e zebrados, não respeitam as passadeiras e nos postos de abastecimento, deixam os bólides em locais não adequados, obstruindo a livre circulação de peões e mesmo a outros veículos, dificultando o abastecimento da caríssima matéria comburente ou colocar ar nos pneumáticos, pois estão ocupados a tomar café e a comprar o jornal ou a revista que tem os “palhaços” da casa dos segredos na capa.

Nos cruzamentos nunca dão a prioridade aos da direita (tenho o carro mais caro, tenho direito a passar primeiro), nos parques dos “hipers” ficam atravessados e ocupam dois lugares, quando não o fazem nos locais reservados para deficientes ou famílias com crianças, neste caso, nem os seguranças se atrevem a intervir, ficam calados e mudos, cegos e surdos, pois pode ser alguém influente e ainda se podem meter em alhadas.

Param à porta de todas as lojas ou postos de venda ao público, farmácias, padarias, cafés e restaurantes, bancos, etc. Param também nos acessos a garagens, entradas particulares ou privadas e quando lhes pedimos para retirar o dois mil e tal de cilindrada todo reluzente, ficam a olhar de lado vindo de imediato a tradicional frase… “Não passa?”. Nós ainda lhes temos de pedir desculpa por termos a nossa entrada obstruída.

Pior mesmo, é quando alguns desses terrores das estradas, descapotáveis, são conduzidos por moçoilas quase desnudadas e mesmo de verão, fazem crescer água na boca a indivíduos puros e castos, que sossegados vão no quase primeiro andar das suas viaturas, derretendo alguns fusíveis ou ralés do sistema nervoso.

Para ser franco, gostaria de sentir na pele uma alucinação destas, nem que fosse por um dia e qualquer dia vou ter um “bicho” destes, pode não ser agora ou nesta vida, mas ainda hei-de ser um “gajo” que vou ter a mania ou pensar ou que a poderei ter.

Joca Tx



Cavalheiro eu? Nem penses!...

Não notas a minha letra trémula nem a dificuldade com que escrevo, porque o estou a fazer num teclado 14.0 e só com o dedo indicador esquerdo. Tenho o braço direito ligado ao peito, um olho à “belenenses” e duas costelas partidas. Graças ao tão cada vez menos cavalheirismo.

Gosto de dar a minha voltinha sozinho, aos domingos de manhã, para comprar os frescos, essas coisas de fiambres, queijos, iogurtes e claro está, a maionese.

Como não gosto de confusão, vou logo ao abrir percorrendo aqueles corredores sem dificuldade alguma e mesmo as caixas estão praticamente vazias.

Depois de cesta cheia e tendo somente duas pessoas com poucas unidades, dirijo-me para a caixa 35 (eu sei que é um risco, mas nem sempre existe prioridades).

Uns instantes depois “cola-se” a mim uma mulher com um enorme carro cheio de compras e pelas suas formas, o pensamento com que fui assolado foi: Grávida e num estado bem adiantado. Por muito que me custasse tinha de dar a prioridade, não só pela educação com que fui criado, mas também pelo lado cavalheiresco que veio ao de cima.

- A menina faça o favor de passar à frente…

- Ora essa! O Sr. Tem pouca coisa…

- Não! Não! Insisto, para mais no seu estado…

- Estado? Estado de quê?

- Gravidez… penso eu…

- O Sr. Está a chamar-me barriguda? Gorda?...

Havia de ser proibido vender barões para cortinados e tachos de aço inoxidável com pega.

Levei tantas, tantas, que quando dei por mim, estava estendido no chão e um indivíduo do INEM, com um bigode que nunca mais acabava, quase pronto para me fazer respiração artificial.

Fiquei sem frescos em casa, com hematomas em tudo quanto é lado, tive de pagar todos aqueles matérias gastos na urgência, os curativos no centro de saúde e ainda tenho um processo em tribunal de desrespeito, injurias e tentativas xenófobas a uma pessoa de índole pacifica e ordeira, sendo ela a presidente de uma associação humanitária quaisquer.

Tenho saudades das minhas idas matinais, dos frescos e de passar no corredor da maionese, mas para além de fugir da caixa 35, nem que veja um individuo cheio de tubos nasais, sem uma perna, uma mulher com dois bebés ao colo ou uma velhinha com duas bengalas, não dou a minha vez, cheguei primeiro e ai de quem me diga para o fazer.

Cavalheiro eu? Nem penses…

Joca Tx



Prótese dentária

É quase um arrepio geral ao ouvirmos falar na palavra “dentista”.

Para falar a verdade, eu nunca tive esse arrepio e nunca compreendi o porquê disso acontecer. Já tive bastantes dores, já tirei dentes, alguns já mesmo só a raiz e com anestesia, não senti a mínima dor nem desconforto.

Aos quarenta e seis anos, senti necessidade de ter elementos suficientes para preparar o “bolo alimentar”, antes de iniciar a sua descida pelo esófago, ou seja, senti necessidade de introduzir uma prótese dentária, pois já eram muitas as entradas de ar forçado para o arrefecimento das papilas gustativas e não só.

Depois de ter juntado uns dinheiritos e ter sido convencido pela minha cara metade a fazer o tratamento na sua dentista, lá fui eu cheio de pujança.

Na primeira consulta fiz limpeza, tirei duas raízes e marquei consulta para tirar mais duas do outro lado. Mais uma vez a coisa correu normal, nada de dores nem o mínimo de desconforto.

Passadas três semanas lá fui ao “castigo”, tirar as outras duas que faltavam.

Depois de anestesiado e a primeira raiz fora, foi que a coisa começou a correr menos bem, a doutora estava com sérias dificuldades de extrair a segunda raiz, estava muito funda, ela abanava, puxava, mas não havia maneira de sair. Já sem solução possível para o caso, falou comigo nestes termos:

- Sr. Joca, para conseguir extrair esta raiz, vou ter de me colocar numa posição mais favorável para fazer força suficiente, é que derivado à sua profundidade, deste modo não consigo…

Meio deficiente a falar, com a boca cheia de tubos, alicates, gazes e sei lá o que mais, respondi logo de seguida…

- A Sra. Doutora é que sabe, faça de conta que está no seu consultório…

Vai daí, para fazer a tal força suficiente, subiu para cima da cadeira para se “encaixar” na minha cinta e como tinha uma saia travada por baixo da bata, puxou-a para cima ficando ao leu o fio dental… Eu até fechei os olhos.

Ora bem! Não esquecer que a médica dentista é uma mulher na casa dos sessenta, com uns 100 kg, mais coisa menos coisa e a dever uns bons metros à beleza.

Sentada no meu colo, com movimentos “vaivém” pela tal força que fazia, ainda me pediu para a agarrar ou por as mãos nas costas, pois tinha receio de cair para traz quando a raiz resolvesse sair.

Aqueles dez minutos foram dos piores que tive, agora dou o valor ao receio ou medo quando se ouve a palavra “dentista”.

O resto do tratamento correu bem, os moldes, a cera, as provas, os acertos, etc. porque fiquei sempre de joelhos.

Como me faltam três dentes no maxilar inferior, estou a juntar uns dinheiritos, mas vou certamente mudar de doutora, uma a rondar os quarenta, morena, corpo escultural e boa profissional.

Só espero que uma das raízes esteja tão profunda, tão profunda, que demore dois dias a sair…

Joca Tx



O beijo do motorista

Olá...

Existe um filme chamado “O beijo da mulher aranha”, onde contracenam o William Hurt e Sónia Braga entre outros. Não me perguntes o enredo da história, porque já não me lembro e também não sou muito ligado às coisas da sétima arte. Foi apenas o título que me chamou a atenção ao começar a escrever este escrito ou breve acontecimento.

Nem todos os mortais fazem aquilo que gostam ou gostariam de fazer. Nesse ponto eu faço aquilo que gosto, posso dar-me por feliz, pois desde tenra idade queria conduzir um veículo pesado ou camião como dizia na altura e ainda digo muitas vezes. Também me posso dar por feliz ou sinto-me um felizardo, por me deslocar quase todos os dias a um local de extrema beleza, quer natural, quer onde entrou a mão do homem, a Doca de Leixões.

Na Doca atracam navios de toda a espécie, mercantes, iates, enormes paquetes e também os da faina piscatória com todas aquelas centenas de gaivotas a circundar as pequenas embarcações.

Segundo as estatísticas, a Doca de Leixões é visitada diariamente por cerca de duas mil e quinhentas (2.500) viaturas, mas os veículos autorizados a entrar, com cartão próprio são mais de seis mil, que tal como eu fazem o seu dia-a-dia de trabalho, o seu ganha-pão, descarregando ou carregando contentores, matérias a granel ou diversas mercadorias. Claro que não falo com todos, nem para lá caminha, alguns até nem conheço e muitas caras novas aparecem e desaparecem sem darmos por ela. Muitos há, que mesmo sem nunca ter-mos falado, cumprimentamo-nos por cordialidade de situações diversas e ao cruzarmos pelas estradas fazemos sempre um aceno de braço.

A caricata situação que despoletou tudo isto, toda esta lengalenga é que uma certa personalidade do volante, tal como eu, nunca me passa o mais pequeno cartão quando estamos juntos na Doca e por vezes um olá ou até mesmo um bom-dia tem de ser tirado a ferros. O que acho estranho no meio disto tudo, é que quando me cruzo com ele na estrada, acontecem coisas estranhas, interessantes e dignas de estudo. Se cruza comigo numa estrada na zona, levanta a mão para cumprimentar. Se é numa estrada mais retirada, dá sinais de luzes com levantamento de mão. Quando esse cruzar de veículos acontece mais distante e fora do distrito, para além das luzes e acenos, ainda dá um pequeno toque de buzina, mas, nas situações ainda mais distantes, toca a buzina toda, liga a central eléctrica, acena com as duas mãos e ainda se põe aos saltos.

Agora pergunto eu a mim mesmo, e se ele se cruzasse comigo na china?

De certeza que me dava um beijo na boca…

Joca Tx



Eu compro

Olá…
Até nem sou muito de dar “trela” a vendedores, promotores ou a todas aquelas pessoas, chatas ou não, que nos abordam em quaisquer parte ou local, por vezes estratégico e escolhido para nos tentarem vender algo ou pelo menos passar a informação que aquilo que estão a promover é de puríssima qualidade.
Num solarengo sábado de inverno, já findo o almoço, a campainha tocou. Desloco-me para ver quem se dispôs a carregar em tal botão. Era um rapaz que andava a vender pacotes da ZON.
Sendo já cliente, o rapaz pediu para ver a factura que me é enviada, pois poderia fazer muito mais barato com um novo contrato. Barato já era bom, muito mais barato, agrada a quaisquer um, principalmente nesta onda de contenção de gastos.
É claro que a minha Furu ficou admirada e perguntou o que se passava. Depois de lhe ter explicado, ela disse ao dito cujo que não queria nada de novo contrato, pois que já se tinha informado e as coisas não eram bem assim como ele dizia.
- Estou admirada contigo! (disse ela para mim já na mesa ao tomar-mos o café e meio croft).
Nem lhe respondi, pois tinha razão.
Passada uma semana, pela mesma hora a campainha volta a soar aquele ruído “dling dlong”. Lá foi o “je” ver quem premiu tal botão.
Era uma moçoila giríssima, mesmo giraça. Não sei se ela vendia alguma coisa, mas eu comprava, comprava tudo aquilo que ela tivesse, até lhe comprava os botões da camisa e a bainha das calças, mas como de água fria o gato tem medo, disse logo…
- Não quero nada! Não tenho dinheiro! Sou alérgico a pessoas que tocam às campainhas na hora de tomar café e meio CRF e é melhor ir embora antes que a minha mulher venha cá, pois aí é que vai ver o que são alergias.
A moçoila nem abriu a boca, deu meia volta e desceu as escadas do sétimo ao rés-do-chão em apenas um minuto.
Quando me sentei à mesa para tomar café e o meu licor beirão, a minha Furu perguntou…
- Quem era?
- Um gajo muito feio que andava a vender coisas baratas.
- E que lhe disseste?
- Que gosto de comprar coisas caras, de qualidade superior e ainda dava uma choruda gorjeta a quem mais caro vendesse…
- E ele?
- Foi embora, só tinha mesmo coisas baratas.

Joca tx


Enganados e iludidos

Nota do autor”

“…Nos termos da lei vigente em território nacional e não só, saído do decreto-lei que não faço a mínima ideia qual, todos os nomes, lugares, profissões e toda e quaisquer informação é aleatória ou foi alterada para não ferir susceptibilidades. Nada do que vais ler diz respeito à minha pessoa nem tão pouco a alguém conhecido. Se te identificares com alguma das situações descritas, é meramente pura coincidência e nada mais que isso. Poderás também encontrar dois palavrões, palavras grandes que pelo seu teor e sonância, não cabem no dicionário de língua portuguesa…”

Olá…

Enganados e iludidos, assim nascemos sem o saber. Erros, promessas que nunca se cumprem ou não cumprem na totalidade, esperança de uma vida melhor… se não for hoje! Será amanhã… Não te iludas, estás a ser enganado.

Sair do estreito túnel para entrar neste mundo, sofremos e fazemos sofrer, mas como tudo na vida, existem coisas menos más ou até a roçar um pouco ao bom ou maravilhoso. Metem-nos uma teta na boca e mamamos até à última gota. Limpam-nos a porcaria, batem palmas, abanam os guizos e fazem umas macaquices de todo o tamanho, parece que estamos no circo. É mau quando chegam os verdes, espinafres, couves, tomates e aquelas coisas compridas que deixam fios na boca, ralados na sopa ainda vai, mas porque temos de comer sopa? Os rissóis, pizza, pipocas, gomas e ir ao “macnols” é bem melhor.

Eis que nasce o mano ou mana, passamos para segundo plano. Temos um terço da atenção, dos brinquedos e de tudo a que estávamos habituados, ainda por cima temos de tomar conta dele, tarefa que não passa de uma terrível mentira, é só para nos enganar. Como se fosse possível acreditar que somos capazes de tomar conta do petiz, pôr essa confiança nas nossas mãos, é o mesmo que dizer; “pode ser que assim não sejas tão ciumento”. Claro que acreditamos na nossa superioridade e sem nós, o chavalo nem crescer em modo sabe.

Vamos saltar o infantário, pois não quero ter de abrir o dicionário dos nomes que chamamos àquela “pseudo-educadora”, uma bruxa velha e má, que nos fez a vida negra, só por uma vez termos dito que era feia e gorda, mas era verdade, a mamã sempre disse que temos de dizer a verdade.

A primária parece ser fixe, tem duas miúdas giras, só que andam todos ao mesmo, de certeza que não sobra nada para nós. A professora é altamente, embora a maior parte das vezes não percebemos aquilo que diz ou escreve no quadro, também diz muitas vezes que a tiramos do sério. Verdadeiramente não sabemos o que isso quer dizer, o que ficamos bastante chateados, pois a mamã também diz que não devemos tirar nada a ninguém.

Mais uma vez somos enganados. A promessa de sermos o melhor da classe, vai por água abaixo quando os insuficientes são mais que suficientes, passamos “inextremis”, tudo porque a nossa querida mãe, bateu com a biqueira do sapato de verniz, na já meio gasta e arranhada porta da senhora professora, como a mamã lhe chama, pois tinha as mãos ocupadas com uma caixa de “ferrero” e uma palma de flores, que pelos sorrisos e abraços, não foi por ter falecido alguém.

Arrasados por duas paixonetas e sem saber puto da matéria, vamos para a escola grande. Muitas turmas, muita gente e sobretudo, muitas disciplinas. Como o nosso método de estudo, ficou marcado por pequenos desvios emocionais e o psicólogo de serviço não atendia quem não tinha “tusto”. A coisa não começou da melhor maneira e as disciplinas são encaradas de maneira diferente. As “profes” mais velhas são difíceis, exigentes e com pouca paciência para pequenas coisitas que se vão passando ao longo da aula. Se somos apanhados a falar com o colega do lado ou mesmo para a miúda com laçarote no cabelo, pede a caderneta escolar e faz um relatório maior que o papel da registadora do hiper quando vamos fazer as compras de mês. As outras, as mais novas, são aquelas em que só olhamos para trás se elas lá estiverem, as que nos desviam totalmente da matéria dada e prestamos mais atenção á matéria do material desorgânico da saia ou das calças de ganga justas, tipo toureiro e que lhe ficam a matar. Mais uma vez estamos a ser enganados, aquilo não é para o nosso dente, e elas fazem de propósito para nos enganar e criar minhocas na cabeça.

O tão apelidado de “bulling” começa a dar sinais de vida, já não bastava uns cachaços e umas lamparinas apagadas, como também temos de ouvir alarvices de todo o tamanho. Feio, gordo, baixote, charuto, fininho, espinhoso, caixa de óculos, lingrinhas, sardento, calhau, monte de esterco, retornado, etc. Existem mais uns tantos nomes, acompanhados de alguma violência física ou corporal e uma vez mais, o psicólogo ainda não veio por motivo da greve dos transportes. Se pensas que estes nomes vão acabar por aqui, estás redondamente enganado, vão acompanhar-te para o resto da vida, poderás não ouvi-los, mas há-des senti-los através do olhar acompanhados de um terrível silencio.

Não devia, mas é por esta altura que começamos a fazer fumo, é chique, ficamos mais importantes e mesmo sabendo que faz terrivelmente mal e uns anos mais tarde vamos passar das boas para deixar de o fazer, só queremos que chegue o intervalo para que a moçoila do 8ºD repare como sabemos fazer bolas. O pior de tudo é que começamos com os chamados “mata-ratos”, sem filtro e que deixam farfalhos na boca. Mais uma vez somos enganados pela publicidade dos actores ou corredores de automóveis, pelo sentido de prazer que aquilo dá, pelo respeito que pensamos ter por parte dos outros e sobretudo, pela personalidade e estatuto social. Cheira mal, faz mal à saúde e sobretudo e pior, o dinheirão que custa sustentar o vício.

Como andamos a fazer turismo, a passear a BIC laranja ou cristal e a folha A4, reparamos que temos 14 anos e o mercado de trabalho está à porta (isto no século passado). Mercado promissor, quem sabe numa grande empresa de nome e renome a nível nacional e se o “boss” tiver uma filha, mesmo sem ser gira, melhor ainda, juntamos o útil ao agradável, podemos sonhar já na promoção a director, na divisão de cotas ou acções, passar a guiar o bólide descapotável ou mesmo aquele jacto particular estacionado no hangar da empresa.

Puro engano. O gajo tem dois filhos, mais tinhosos que dois gatos abandonados no pinhal e a empresa alem de ser pequena, ainda tem dificuldade em pagar os ordenados ao fim do mês. Sobre o cargo de director, arregaçamos as mangas do fato de macaco e metemos as mãos na “bosta” até aos cotovelos e quanto ao descapotável, compramos um Fiat Uno, usado, cheio de catados e o escape roto. O carro pode ser mau, mas dá para levar a passear, aquela miúda gira que nos deu vontade de ser outra vez amamentado, só que desta vez, sem aquele respeitinho, por não ser a nossa progenitora. O tiro sai pela culatra e levamos com a burocracia em cima. Não sabiamos que para voltar a pôr algo na boca, para alimentar a alma, o espírito e todas aquelas coisas, era preciso preencher tantos formulários, requisitos e que precisava de apreciação superior.

Depois de umas tentativas falhadas para pescar a “truta” certa, acontece aquele clic, a eureka do galanteio e aquela miúda com pernas altas e andar sublime olha para nós de maneira diferente, sorriso envergonhado e atrevido. A faísca acontece e quando damos por ela, estamos no altar a dizer sim e já a empurrar o rebento, mesmo dentro do ventre, mas não deixa de ser empurrado. A vida a dois não é tão igual ao que idealizamos, mas também se a soubermos levar, não é tão má assim como se pinta. O caos instala-se na pequena casa que compramos quando começamos o namoro, é um T1 e já temos quatro putos a espalhar ranho pelo chão. Não há espaço para eles quanto mais para as colecções de cromos que trazemos de solteiro e as dúzias de carteiras e sapatos dela. Aperto daqui, aperto dacolá, e a banca empresta fácil, tão fácil que nem percebemos que vamos ter que comer o pão que o diabo amassou para não ter de entregar o T3 + 1 e a carrinha ao banco por falta de pagamento.

Mudamos de emprego, sem horários fixos, mais horas de trabalho, mas também mais “graveto” ao fim do mês e acima de tudo, algo mais adequado à nossa realização profissional.

Aos pontapés e à biqueirada, lá vamos levando o navio a bom porto e quando damos por ela estamos os dois sozinhos dentro de quatro paredes, pois os então “caçoilas” cresceram tão depressa que arrumaram as suas vidas, umas para cada lado e fizeram-se à vida. Com três casórios e um ajuntamento, as nossas finanças ficaram quase a descoberto, mas como estamos quase na reforma e sempre sonhamos dar a volta a alguma parte do mundo de auto caravana, não nos preocupamos muito com isso, pois existe a reforma de uma vida inteira de trabalho. É aqui que a porca torce o rabo. Os descontos que fizemos ao longo de mais de quarenta anos, por trabalhos árduos, servem para pagar uma crise de finanças feita por meia dúzia de “inergumes” disfarçados de políticos. Somos enganados, iludidos e “enrabados” a sangue frio, é que o subsidio ou esmola da tal reforma, mal dá para pagar o seguro obrigatório do veiculo para as deslocações periódicas a visitar os museus ou as pontes romanas espalhadas pelos lugares de passeio tanto ansiados. A par disso vem também o reumatismo, as artroses, a osteoporose, o acido úrico, “castrol”, Alzheimer, etc. lá se vai os únicos trocos que iam dar um jeitão danado para as situações de emergência.

Mas a ilusão não acaba aqui, como passamos uma vida inteira a acreditar na reencarnação, deparamos com uma vida nova sem nos lembrar da anterior e se pensas que será melhor, estás novamente enganado e iludido. Nasces no ventre de um vivíparo, dentro de água e se queres sobreviver, tens de te esconder dos “matulões”nas plantas artificiais que alguém colocou para esse mesmo efeito dentro do aquário numa sala quaisquer, para alegria de uns petizes que passam horas a ver a nadar-mos para um lado e para o outro.

Isto vai continuar, é um círculo vicioso, uma roda-viva sempre a girar, mas podes correr e saltar, serás sempre enganado e iludido…

Joca Tx


I, J e L

Olá...

Não sou dado a estudos, apanhados ou investigações para ver certas percentagens sobre uma coisa quaisquer. Acho até que coisas há tão banais, que nem valia a pena serem estudadas ou investigadas ao pormenor.

Por força da minha profissão, deparei-me aos poucos com uma situação bastante caricata e invulgar. Vai daí, comecei a estudar ao pormenor e descobri que as moçoilas mais jeitosas e giras, com saias curtas ou menos curtas, com calças justas ou menos justas, de calções abaixo ou acima do joelho, com mais ou menos peças de vestuário, com ou sem decote e que conduzem veículos topo de gama ou meros chassos como o meu, tem gravado na chapa da matricula as letras I, J e L, quer seja no princípio, no meio ou no fim.

90% das mademoiseles ou mesmo madames giras, de quaisquer extracto social, religião, partido politico ou mesmo clube de futebol, são portadoras de tais letras no seu cinco rodas, quatro no chão e uma para o caso de terem um furo, esperarem por ajuda de alguém, uma alma caridosa, para lhe mandarem com todo o seu sex appeal e no fim nem um eurito para a cerveja lhe facultam, já que nem pensar facultar mais alguma coisa.

Não quero dizer com isto, que não existam moçoilas giras a conduzirem veículos com outras letras, há e bastantes, pois esse meu estudo, apanhado ou investigação, fez-me saber que seguidamente vem as letras T, X e Z. É lógico que mesmo assim, ainda sobram mais moçoilas giras que por azar ou destino, mesmo contra a sua vontade, não conseguiram adquirir uma matricula com as descritas letras.

Nesse estudo, descobri outra coisa muito importante e fundamental, quando as letras se repetem na mesma chapa, por ex: II, JJ, LL e quiçá TT, XX, ZZ, as moçoilas alem de giras, são vistosas a nível de atributos físicos ou similares. Não menos vistosas também, são as que tem as duas alternadas, por ex: IJ, LI, JL, XJ, XZ etc.

Um dia destes, estava a fazer um descanso obrigatório do meu tacógrafo, num local pouco movimentado, talvez até meio ermo, quando pára um veículo topo de gama, com matrícula espanhola. Para meu espanto, reparo que a chapa continha as três letras de quase todos os países civilizados e não só. J I L. Fiquei estupefacto, deveras nervoso, com a adrenalina já fora de controlo e com uma excitação sanguínea que até as pálpebras queriam saltar fora. O meu espanto foi tal, que quando vejo sair de dentro do bólide uma loiraça, daquelas com tudo no sítio, quer dizer, quase tudo, pois assim que veio ter comigo para me perguntar uma bosta quaisquer, vejo que é um travesti. Não tenho nada contra nem a favor dos travestis, cada qual sabe de si e até acho bem se transformarem em quem ou no que quiserem, mas usarem estas letras para me confundirem e enganarem, criarem ilusões ou pensamentos obscuros, não tem assunto nenhum, mesmo assunto nenhum…

Joca Tx



Maravilhas da gastronomia

Olá…

Estas palavras que possivelmente lerás, são mera, pura e simplesmente a minha opinião e nada mais que isso.
Pouco percebo destas coisas de apreciação de algo, quando a oferta é muita, tudo de bom gosto ou de qualidade superior. Pelo que vi, não sou o único a perceber pouco destas coisas, uns bons milhares de cidadãos nacionais e outros que tais, percebem ainda muito menos que eu. Não quero com isto dizer, que as iguarias que foram escolhidas não sejam boas, muito pelo contrário, gosto de todas elas, umas mais que outras, mas como maravilhas da gastronomia, esperava outro desfecho que aquele que aconteceu.
Para mim e na tal já falada, minha opinião, alguns pratos tradicionais, com uma história passada ao longo dos séculos e por vários motivos, poderiam estar presentes no extenso pódio. Deixar de fora pratos como: Cozido à portuguesa, rojões à minhota, chanfana, açorda, bacalhau à lagareiro ou de uma outra forma quaisquer, migas e até, mesmo sem querer ser bairrista ou puxar a brasa à minha sardinha, as tripas à moda do Porto, que tanta história tem desde os tempos das invasões francesas.
Sei que as votações foram feitas por compadrios, quem mais amigos têm, mais votos conseguiu para as escolhas serem assim. O que me leva a pensar, já que estamos na era da comida de plástico, mais conhecida na gíria por “fast food”, que se por um acaso, estivessem a concurso os cachorros, as bifanas à lavrador, os hambúrgueres ou mesmo as pizzas, poderíamos ter outro desfecho no final do evento.
Parabéns às iguarias escolhidas, parabéns às que não o foram e porque não, parabéns também a todas aquelas que nem a concurso foram e que não deixam de serem deliciosas.
Pela terceira vez, menciono que isto é apenas a minha opinião…

Joca Tx

47.85

Olá…

Nunca, mas nunca vejas tudo branco, mas tudo branco mesmo, principalmente quando estiveres a abastecer a tua viatura.

Normalmente, a primeira coisa que faço ao sair da viatura para colocar combustível, é por o pé esquerdo no chão e até aqui estava a correr bem. Seguidamente e depois de fechar a porta, marco no “display” 20 €, carregando duas vezes na tecla 10. Desta vez, aconteceu por lapso ou algo superior às minhas ideias normais, que retirei a pistola da gasolina 98. Visto o engano, volto a colocar a dita no sítio e pego na de 95 octanas, mais barata e o carburador da minha máquina, embora digam que é um chasso, está habituada a tal comburente.

É aqui que o branco entra, digo eu! Naquele momento via tudo branco à minha frente, o meu bólide é branco.

Passado tempo demais para 20€, verifico que a conta do “display” (adoro meter estas palavras para te confundir) já ia em 47.85€.

A primeira reação foi largar o gatilho, a segunda, chamar filha da meretriz à bomba e a terceira, “tas f*****! Onde vais arranjar o graveto. Eu até tinha três cartões multibanco, dois caducados e um sem saldo, mas optei por contar os trocos que tinha comigo, pensando no que teria acontecido para a bomba não ter disparado na quantia introduzida por mim. Falei com a menina da caixa e ela disse que alguma coisa tinha feito mal, pois era a primeira vez que tal acontecia.

- Vamos a ver se não vou preso, tenho aqui uns trocaditos…

A minha sorte, é que ando sempre com uma nota de 20€ escondida, para momentos ou situações de emergência e foi o que valeu, valeu também aqueles trocos que costumo atirar para o porta-luvas.

Duas notas de 20 e o resto em moedas de 50, 20, 10 e mesmo as de menor valor foram uma ajuda imprescindível. Foi mesmo até ao último cêntimo, exactamente a quantia exacta que tinha, sem tirar nem pôr.

Só mesmo quando estava em plena estrada, me veio à memória o engano que tive ao retirar a mangueira de 98 octanas, isso fez com que anulasse a quantia marcada por mim no “display”.

Nem quero pensar no que teria acontecido se não tivesse dinheiro suficiente, talvez tivesse de incomodar alguém para mo levar ou outra coisa que nem me atrevo a dizer.

A culpa disto tudo é do branco, eu estava a ver tudo brannnnnnnnnnnco.

Joca Tx



Festival motard

Olá…

E se eu! Nem mais! É mesmo isto que vou fazer… foi o que disse quando me lembrei de pregar uma partida a alguém que tinha uma viagem marcada para uma capital europeia, destino de muitos turistas de todas as nacionalidades. Como é lógico não podia ser eu a ligar, seria logo reconhecido pela prenuncia do norte, teria de ser alguém com voz meiga e persuasiva, claro está, a Furu. Se a Furu me deu a volta, dá a volta a qualquer pessoa. A dois dias de embarcar no pássaro voador, numa companhia de “low coast”, Armandina Pistacho, moradora numa ilha insular e que teria a companhia dos seus dois filhos, recebe o telefonema da responsável pelos recursos externos da tal companhia ou seja, a Furu.

- Tou sim (até fez lembrar aquele pastor no meio da serra rodeado de ovelhas)

- Estou a falar com a D. Armandina Pistacho?

- Sim! Sim!

- D. Pistacho, sou representante da companhia de aviação onde a D. Pistacho fez a marcação para três pessoas no voo do dia 21 com destino a Bratislava e o motivo pela qual estou a ligar é o seguinte: Por motivos alheios à nossa companhia, o aeroporto foi alugado por um moto clube, para ser efectuado um festival motard. De maneira que teremos de antecipar ou adiar o dia do seu embarque, para dia 20 ou 23…

Sem poder prosseguir com a informação completa sobre o tal acontecimento, feito por uns gajos tatuados até ao fígado e a cheirar a óleo queimado, a responsável foi interrompida pela D. Armandina, que estava a meio do jantar…

- Ná pode ser! Tenho tudo tratado e pago, viagem e estadias, em Lisboa e em Bratislava…

- Mas D. Pistacho, isto foi uma coisa de ultima hora, até vão comparecer no sarau, o presidente e o primeiro-ministro, vai ser uma coisa em grande…

- Eu quero lá saber dos políticos para alguma coisa, francamente, sempre viajei na TAP e desta vez, a primeira experiencia que tenho convosco acontece isto…

- Tenha calma D. Pistacho, é só por um dia e nós tratamos das estadias e pagamos todas as despesas.

Naquele momento a minha amiga Armandina estava danada, mas controlada, furiosa, mas com uma postura digna de uma pessoa com educação exemplar.

- D. Pistacho, é melhor falar com o comandante do avião, pois ele explica-lhe melhor que eu a situação…

- Eu falo com quem for preciso para resolver isto da melhor forma possível…

- Estou! Armandina!

- Já viu a minha vida…

- Armandina! Sou eu!

- Malandro, malvado… tu pagas-mas… AH TU!

Depois de termos conversado um bocado e rido da situação, disse que nunca mais me contava nada antes de acontecer. A Furu lá se desculpou, dizendo que eu a obriguei, mas eu só lhe pedi que o fizesse.

Cá para mim, teria sido melhor assistir ao espectáculo motard que a viagem a um local cheio de monumentos com séculos de história, com várias máquinas fotográficas penduradas ao pescoço e com vontade de pôr a mão em alguma estátua masculina, daquelas que abundam pelas praças de Bratislava quase sem roupa nenhuma…

Joca Tx



Alto… e pára o baile!

Olá…

“… A partir de hoje só vou gostar de quem gosta de mim…”
Assim se canta o refrão de uma música de Caetano Veloso.
Pela minha parte, também o vou fazer. Digo mais até, a partir de hoje, só vou ser simpático para quem o é para mim. Isto, se forem mulheres, é que a partir de agora, só confio nos homens se eu tiver umas calças bem resistentes.
Periodicamente, calha-me em trabalho, a descarga de contentores com retomas de jornais e revistas, vindas das ilhas insulares. Revistas antigas para venda, mas recentes para mim, que não tenho nem tempo nem dinheiro para as comprar. Aparece de tudo, desde culinária, lavores femininos, livros científicos e claro, aqueles mais procurados por homens que tem a mania que são machos.
No meio de tanto papel, estou a falar de aproximadamente 25 toneladas, aparece muitas vezes aquilo que mais procuro, livros infantis, educação social e tudo aquilo que diga respeito a “interagir”com crianças. Mentiria se dissesse que nunca peguei na playboy, penthouse e outras que nem o titulo ou nome sei, bastantes mais fortes e pesadas que essas.
Grande parte das minhas recolhas são as chamadas sopas de letras. As sopas e sudokus, que vou guardando para pequenas ofertas, para troca de presentes e até para distribuir por pessoas amigas. Servem também para oferecer a diversas pessoas estratégicas, tais como: Porteiros, pessoal dos parques de contentores e todos aqueles que me prestam delicadezas, não por força das ofertas, mas pelas tais simpatias em que uma mão lava a outra e as duas lavam a cara, e, quem nunca ofereceu nada para ter uma quaisquer simpatia de volta, que atire não uma pedra, mas uma moeda de dois euros, que a mim dá-me jeito.
MAS! Mas a partir de agora, essa modalidade das pequenas ofertas vai acabar, principalmente a porteiros.
A verdadeira “estória” começa aqui e começa da melhor maneira.
Era uma vez… Há uns tempos atrás, sem precisar da data, hora ou restante espaço temporal e vendo que o homem em causa passava muitas horas mortas, mesmo sem ter sido ele o matador de serviço, resolvi entregar-lhe meia dúzia de revistas, as tais sopas. Entre agradecimentos, sorrisos de orelha a orelha e olhos a rever o liquido transparente que corre em momentos de emoção, ficou visível em que estado sentido o homem ficou e a partir daquele dia, nem precisava parar para entrar naquelas instalações. Um dia ele disse-me:
- “Oh grande amigo! Já o tenho visto deixar a viatura aí estacionada na rua para ir almoçar, mesmo em dias que não vem aqui ao armazém, saiba que a policia ultimamente passa multa, mas sempre que quiser entrar para almoçar, é só dizer, eu deixo-o estacionar cá dentro ali atrás da rede”.
Sensibilizado fiquei com tamanho gesto, naquele momento o homem subiu na minha consideração. O engraçado disto tudo, é que por coincidência ou não, nunca mais calhou ir almoçar ao tal restaurante.
Sempre que ia ao armazém, o homem fazia uma festa danada, sorriso aberto e mão levantada. Achava mesmo que eram saudações exageradas, mas cada qual saúda como quiser, deixá-lo, pois fica feliz por isso.
Voltei a dar-lhe mais um maço de sopas e pela primeira vez deu-me um aperto de mão. Reparei que o comprimento raspou um pouco a sobrenatural, quer dizer, de normal não tinha nada, mas como por vezes considero que eu mesmo sou fora do normal, não passei grande cartão.
Na semana passada foi a gota de água. Precisamente, desloquei-me várias vezes por dia ao tal armazém, o homem não cabia em si, dó e ré de contente, até adeus dizia com a mão a dar a dar… Alto lá! Só lhe faltava atirar um beijo…
Bolas (para não dizer outra coisa) que o gajo joga no rosa a fugir ao lilás e eu até que gosto de lilás, mas… Bolas!
A partir desse episódio, tentei afastar um pouco a minha simpatia, não vá o gajo pensar ou entender que seriam sinais positivos da minha parte. Acontece que, por ter chegado um pouco em cima da hora de almoço, não houve a mínima hipótese de descarregar antes de almoçar e como estou a cumprir o meu plano alimentar, levando comida de casa, não me preocupei muito. Não vá o diabo tece-las, estacionei longe da rede e num local bastante arejado.
Ao olhar pelo retrovisor, vejo uma farda de segurança com alguém lá dentro e caminhava na minha direcção. Não me lembro do que estava a comer, mas sei que me ficou entalado na garganta meio por mastigar, pois a força de engolir era tanta que quase morri asfixiado e até lágrimas me vieram aos olhos. Ele trazia uma sacola e ao chegar ao pé de mim disse:
- Por acaso não se importa que eu almoce aqui consigo?
- Claro que não! Disse eu… Até podemos fazer aqui uma festa, acendemos uma vela, fecho as cortinas, ponho uma musica romântica e em vez de um jantar, fazemos um almoço à luz das velas…
Diz o gajo todo contente:
- Maravilha! Para mais esse camião tem cama…
“… Alto… e pára o baile”! Vamos acabar com esta “merda”… Que até já foi longe demais, não quero nada consigo, sou muito homem, casado, gosto de mulheres e por nada deste mundo quero mudar isso…
- Calma! Diz ele meio a gaguejar… Eu só respondi ao apelo, no meio de uma revista vinha um papel escrito a dizer “amo-te”, pensei que fosse um bilhete pessoal para mim…
- Ok grande amigo, vamos esclarecer isto! Eu nunca escrevi bilhete algum em papel nenhum, que fique bem claro.
O homem foi embora e fiquei a pensar; Tantas sopas dei, a familiares, amigos e indivíduos como ele. Dei também a várias mulheres giras, por variadas razões e também pelas simpatias já descritas anteriormente, logo tinha de calhar o tal bilhete a este “cromo”!
Nem quero pensar como vai ser daqui para a frente, não sei não.
Já não bastava ter sido apalpado no 33, agora isto…

Joca Tx

Chip 325

Olá…

Nem queria acreditar ao ler a informação, curta e objectiva;
- “… Comparecer dia 13, em jejum, no edifício cristal…”.
Faltavam dez dias, como poderia eu, abster-me dessa ideia, de ter sido escolhido para tal coisa.
Já tinha ouvido falar, várias histórias já me tinham chegado aos ouvidos, contadas por amigos de amigos, conhecidos ou mesmo pequenas partículas de raspão, aqui e ali. Versões contraditórias umas das outras, mas todas iam num determinado sentido ou direcção, coisa boa não era de certeza.
Todo aquele que se deslocava ao cristal, sobretudo homens, raramente ouvi falar em convites femininos, quando entravam na sua vida “normal”, aparentavam nervosismo, indiferença e ficavam uns autênticos bichos-do-mato, sem vida social ou de confraternização. Outro dado acumulado, a sua posição económica, sofria graves danos, passando até, por situações graves de sobrevivência. Não me lembro de ter ouvido dizer que alguém subiu na vida.
Várias tentativas fiz para chegar a um consenso comum. Pesquisas atrás de pesquisas e pouco ou nada descobri. Falta de memória, todos tinham, ninguém se lembrava de nada ou então, com medo de represálias, mas como e porquê?
Chegou rápido de mais o tal dia, a adrenalina subia a bom vapor e com ansiedade, lá fui subindo ao quadragésimo quarto andar, por indicação da portaria. Ao todo, dez desconhecidos esperavam de estômago vazio, pelo vazio que pairava no ar.
Fomos encaminhados por um estreito corredor e separadamente, entramos num gabinete todo iluminado e maquinaria electrónica não faltava. Ao centro, existia um cadeirão todo articulado com um enorme letreiro, onde estava escrito; “Sente-se”. Por acaso! … Nem pensar!...
Passado dez minutos, aparece uma fulana toda autoritária e sem mais, nem bom dia nem nada que se pareça com boa educação, dispara na minha direcção:
- Sente-se! Não sabe ler?... (Nem lhe respondi)
Continuando em pé, perguntei o que ali fazia e porque tinha de me sentar em frente a um polvo cheio de raios lazer, mas a “bruxa” nem me respondeu. Virou as costas e ao sair proferiu um desabafo… “Este é dos que tem a mania”.
Ainda não tinha assimilado todas as ideias ou para ser mais correcto, nenhumas, entra uma jovem de meia-idade, gira e simpática.
- Sr. Joca Tx não é assim?
- É verdade menina, pelo menos é assim que gosto de ser tratado…
- Faça o favor de se sentar…
Sem ter tido tempo para lhe fazer qualquer pergunta, começou por iniciativa dela a explicar…
- Sr. Joca! Vamos instalar um chip gratuito. Este chip vai controlar a sua maneira de ser e de estar na vida, não tem efeitos secundários, fica imune a doenças. Todos os seus males e problemas desaparecem por completo.
Acredite que não sente dor nem desconforto por o usar. Funciona também como identificação, em caso de perda ou situações de emergência.
- Por favor menina, desculpe lá a minha ignorância, vocês vão me dar um chip? Já agora quero saber o que querem em troca? É que quem já cá veio e lhe foi introduzido esse tal chip, essa maravilha curadora e para descrever a realidade geral, essas pessoas tem uma vida de “merda”!... Espere menina… deixe-me acabar! Posso recusar?
- Não! Não pode…
- Pois! Já calculava que ia dizer isso.
A muito custo e contra a minha vontade, lá sentei na “porcaria” da cadeira, onde fui preso nos pulsos e tornozelos. Senti uma picada e quando dou por mim, já tinha o chip num sitio qualquer do corpo sem saber onde.
Ao sair do edifício, era tudo igual como antes de ter entrado, quer dizer, alguma alteração houve e não foi pequena. Sempre que olhava para uma mulher atraente, mais que um simples olhar, sentia uma pequena vibração e ouvia uma voz estridente que dizia o seguinte:
- Por favor, pare de olhar ou é multado em 10 €!
Até pensei que fosse avaria, logo no primeiro dia aquilo já estava avariado, mas não, aquela treta nunca mais se calava…
- Hoje é grátis, aproveita bem até à última hora, pois amanhã é a doer.
Sem culpa nenhuma, passado um mês andava a arrumar carros em frente ao edifício cristal.
O bom desta história é que tudo não passou de um sonho ou melhor dizendo, de um terrível pesadelo.
Estou com medo, os chips já estão a ser instalados nos cães e outros animais, qualquer dia sou chamado para me deslocar ao edifício cristal.

Joca Tx

S. Pedro

Olá…



Ainda não era tarde, mas pelos vistos, António, hoje não ia ter sorte.

Com apenas oito anos de idade, corpo franzino e queimado pelo sol, ficou-lhe determinada a tarefa de ir ao moliço. Era sábado, dia de festa perto de sua casa e claro está, dia de brincadeira diferente dos chamados dias normais.

Na primeira oportunidade que teve de se escapulir, por entre as várias hortaliças do quintal de seus pais, António nem olhou para trás, mesmo sabendo que o moliço esperava por ele, no pinhal atrás de sua casa.

Se fosse hoje, António poderia confrontar os ascendentes, dizendo que era trabalho infantil e que ia fazer queixa à protecção da criança, mas naquele tempo (1972) tinha duas hipóteses, ir a bem e contente ou a mal e triste… o “ir” é que tinha de ser, pois os coelhos e os mais variados animais que existiam na propriedade, precisavam de cama nova.

Quando chegou para jantar e tarde como era habitual, reparou que estava tudo calado, coisa que não era normal, mas como ninguém lhe bateu, como era costume em situações semelhantes, em que não fazia as tarefas ou mesmo quando se portava mal, porque verdade seja dita, o raio do miúdo era uma peste, atraia tudo quanto era de mal, pensou o que teria acontecido de tão grave para o ambiente estar assim.

O jantar correu bem. No fim, ouviu uma ordem:

- Hoje à noite não vais à festa, vais deitar-te cedo, porque amanhã vais buscar o moliço que havias de ter ido buscar hoje. O petiz ficou no mesmo sítio, calado e mudo, sem ver coisa nenhuma e nem sequer chorar conseguiu. Melhor dizendo, António chorou para dentro, daqueles choros que paralisam todos os músculos faciais e baralham os neurónios como se fossem um baralho de cartas.

Já a cozinha tinha sido arrumada, todos os elementos seguiram diversos trajectos, mas ele continuava ali, pasmado, olhando os azulejos brancos, para tudo em seu redor e para nada ao mesmo tempo. A sua alma estava negra, não tinha reacção alguma e pensou que, se calhar teria sido melhor uma sova… desde que fosse à festa!

Como não há duas sem três, depois de ter sido proibido, António não resistiu, pegou, sem autorização, em 15 tostões (um escudo e cinquenta centavos) que estavam em cima do balcão e foi para a festa.

Foi a pior festa, poucos amigos lá estavam, o conjunto era para os mais velhos que dançavam como loucos ou agarradinhos e tudo aquilo que pensava que ia fazer, não correu como tinha sido combinado antes do sol se ter posto. Comprou um gelado que lhe custou os 15 tostões e aninhou-se numa soleira de porta até que a festa acabasse.

Os últimos, os que ainda se mantinham no recinto festivo, eram os músicos a empacotar os seus instrumentos, a GNR que zelava pela segurança e evitar desacatos muito comuns em alturas de ajuntamento popular e o pequeno António, ainda sentado na fria soleira de mármore, com medo de ir para casa, pois lá em casa, devia estar tudo a pé esperando por ele.

Sorrateiro que nem rato, consegui chegar à casa de banho exterior da casa, onde existia um cesto com roupas sujas. Espalhou-as de modo a fazer ali a sua cama, isto a altas horas da madrugada, talvez umas três e pico.

De repente sentiu a porta a abrir e pensou – ”já vou entrar pela madeira dentro! …”, mas não, era uma das irmãs que o foi buscar, levando-o para o quarto.

Ainda o escuro não tinha despegado, já António estava a ser abanado…

- Levanta-te que são horas!

Lá foi ele, meio a dormir em pé, cabisbaixo e uma lágrima no canto do olho. Apanhou um dos maiores carros de moliço que jamais tinha apanhado.

Tenho a certeza que muitas mais recusas e asneiras ele fez, mas também sei que não era diferente de muitos outros.





Joca Tx







Dunas

Olá…


Até poderia dizer que trato as dunas por tu! O que é mentira.
Certezas é difícil ter, mas tenho poucas duvidas que não deve haver nas zonas limítrofes da costa atlântica, viva alma ou mesmo já para lá do limbo, que nunca se tenha instalado, mal ou bem, no aconchego das dunas, com alguém por quem se acarinhasse, ou, mesmo só, esperando ver o nome do possível carinho, estampado no azul do teto. Já o Reininho assim cantava:
- “…São como divãs, biombos indiscretos de alcatrão sujo…”.
É verdade! Sem tirar nem pôr.
Danças de lugares, uns atrás dos outros, os casais vão-se aninhando mecanicamente. Fazem lembrar as cabines de provas de um “prêt-à-porter” ou um parque de estacionamento, perto de uma utilidade pública. Entram uns, saem outros e assim continua muito para além do pôr-do-sol.
O teor romântico da coisa, contrasta com o horrível das minúsculas partículas, fruto do desgaste ao longo dos tempos. Esse miúdo granulado rochoso, é do pior, entranha-se nas partes mais sensíveis e cola de uma tal maneira, quase sendo preciso recorrer a intervenção cirúrgica. Como diz o velho ditado…
- “Quem anda por gosto, não cansa”.
Já o célebre Alexandre Dunas dizia:
- “… O homem enriquece perante os sacrifícios que se vão deparando pela frente…” – “… Poeiras entranhadas, símbolo de fraquezas corporais…”.
Nem mais! O Dunas sabia muito bem o que estava dizendo, ele próprio provou o deserto, caminhando dias a fio, pelas finas areias, áridas e que mesmo sem asas, levantavam voo ao menor sopro das montanhas.
Hoje pouco cartão passo às dunas, não que seja velho para dar umas cambalhotas ou mesmo umas reboladas pelas suas descidas, mas pelo impacto que teria nas gerações mais novas. Pensando bem, eu que até gosto de passear (mesmo no inverno) pela areia molhada, descalço, de escrever coisas meio parvas que as ondas acabam por apagar e ainda bem, sentir as partículas geladas na face e outras coisas inimagináveis para quem não gosta de ter os pés molhados, poderia ainda deambular pelos altos e baixos, mas as areias secas ainda me fazem recordar algumas más experiencias…


Joca Tx

O sumo de tomate

Olá…

Todos falam de crise, culpam a crise por qualquer coisa que mal corra ou que não corra de feição.
Para me preparar quando essa tal crise bater à minha porta, arranjei um part-time no bar em frente do meu apartamento. O bar é também salão de jogos e tem umas miúdas giras a servir às mesas. A clientela, bastante selectiva, gente muito bem parecida e economicamente falando, acima da média.
Trabalhando durante a semana, só ao fim de semana estou disponível para fazer uns batidos ou uns shots à maneira, alguns até da minha autoria.
Uma destas noites, entraram três mulheres e uma delas dirigindo-se a mim, pediu-me uma mesa sossegada. Encaminhei-as para a mesa 14, mesa essa, bastante visível do local de fabricação alcoólica ou não. Entre risadas e cochichos, reparei que uma delas, a que veio pedir a mesa, olhava constantemente para mim e se eu sentia o seu olhar é porque também o fazia na sua direcção.
A menina que tomava conta dos pedidos disse-me que a mesa 14 queria que fosse eu a lá ir. Fiquei a tremer das pernas, dos braços e de tudo aquilo que se mexia, olhar é uma coisa, chegar ao pé e tomar nota da despesa é outra, para mais sou bastante envergonhado em confrontos de situações de possíveis riscos. Duas pediram água tónica, a tal dos olhares, foi estranho e surpreendente o seu pedido, olhou-me nos olhos e disse:
- Quero o sumo dos teus tomates!
Três coisas me passaram rapidamente pela cabeça.
1ª- Uma vez, num pub em Espinho, o “Gueixa” (nem sei se ainda existe), pedi um sumo de tomate… (trezentos escudos na altura) … intragável, o vaso das plantas é que foi o meu salvador.
2ª- Como sabia ela que o quintal em frente ao bar era meu?
3ª- Se de noite nem ponta de claridade tem nesse local, como viu ela os tomates?
Como tinha que lhe dar uma resposta, comecei por dizer:
- A menina desculpe, mas o sumo dos meus tomates não faz parte da vasta gama de produtos ao dispor deste espaço, nem tão pouco, exposto para consumo. Contudo, eles são de uma doçura extrema, bastante sumarentos e quando muito bem espremidos, o liquido abunda. Neste momento será impossível servi-la, pois tem um produto tóxico derivado a uma infestação de piolhos, só mesmo para a semana que vem, é que se poderá tirar partido de fruto tão saboroso.
Por fim e depois de muito rezingar, acabou por pedir umas águas com gás.
Tenho guardado no bar tomates dos meus, espero todos os fins-de-semana que ela venha, para lhe dar a provar o sumo dos meus tomates e nem dinheiro lhe vou cobrar, pois o sumo dos meus tomates é uma dadiva dos céus, como os meus não há igual.

Joca Tx

Limpeza a seco

Olá…

A sétima arte está cada vez mais avançada tecnologicamente, virtualmente e cada vez mais contempla os espectadores assíduos das cadeiras que pregam partidas, com pequenos ou grandes pormenores de pura fantasia, ficção, acção, terror e até uma mistura disso tudo.
Os casos policiais com investigações ao pormenor, investigação forense, ADN, enfim, uma série de coisas que só nos filmes acontecem, pois na vida real, se fores fazer uma queixa de um simples roubo numa esquadra do nosso país, ainda sais de lá com alguns hematomas.
Os efeitos especiais deixam boquiaberto o cidadão comum, alguns até imaginam que são eles próprios os protagonistas, pois quem não gostaria de ser o herói ou a heroína de grandes feitos, de conquistas quase impossíveis e depois, quase como premio, dar o tal beijo na miúda gira toda cheia de sangue ou no musculado corpo cheio de golpes quase fatais, mas mesmo assim, ainda com força nos maxilares.
Apenas existe uma linha, género ou situação que nunca passou a realidade, o que para mim é uma falsidade do tamanho do universo. Por mais que tente compreender, fico sem perceber como é que eles fazem.
As cenas de amor com sexo à mistura, são a coisa mais fora de contexto que existe. O casal encontra-se, começam os preliminares ou não e pumba!... Já está!...
Entre o foi bom e o altamente, viram-se um para cada lado ou os dois a olhar para o teto, fumam um cigarro e como têm de se ir embora com mais ou menos pressa, vestem-se como se nada se tivesse passado.
Quem limpa aquela porcaria toda?
Não estou a falar da cama desarrumada ou das roupas espalhadas pelo chão, é mesmo da porcaria que aparece no momento do êxtase simultâneo ou quase. Aquilo cheira mal a léguas, é pegajoso e nojento (digo eu).
Talvez seja uma boa aposta empresarial, “limpezas após o acto”.

Joca Tx



O pó das lâmpadas

Olá…

Nunca precisei muito de puxar pela cabeça, para pregar partidas ou contribuir com momentos hilariantes e engraçados. Constantemente, essas ideias ou situações, aparecem sem esforço e de bom grado.
Quando executava a função de torneiro mecânico, tinha um colega que por confiar demasiado em mim, em tudo o que lhe transmitia, era um alvo fácil, tão fácil que caía nas minhas brincadeiras umas atrás das outras, algumas até ligadas entre si.
Torneiro mecânico também, meu aluno por coincidência, o Nuno ( tagood para os amigos) tinha a lâmpada florescente por cima do torno a piscar. Como estava à minha frente, sentia-me incomodado e disse-lhe várias vezes para pedir uma nova…
- Oh tagood, já estou cheio da tua discoteca, vai pedir uma lâmpada…
- Já fui… Ele diz que desta medida não tem, tem de mandar vir…
Fez-se luz nos meus neurónios.
- Vai ao encarregado pedir pó para as lâmpadas, estás a ver estas falhas? É falta de pó…
- Pó? Nas lâmpadas? Nunca ouvi tal coisa…
- Pois não! Porque és burro, só pensas em gaijas e motas, se te interessasses por coisas úteis, sabias que as lâmpadas florescentes levam pó.
Meio desconfiado a olhar para mim, vi nos seus olhos que pouco faltava para o convencer, só precisava de mais convicção.
- Ainda a semana passada fui encher a minha, vês? Está como nova…
Lá foi ele de lâmpada na mão, ainda olhou duas vezes para trás, mas lá seguiu.
Enquanto falava com o encarregado, este olhou para mim a sorrir abanando a cabeça. O tagood trazia cara de poucos amigos, nada que não pudesse resolver.
- Ele disse que não tem pó, que tu és maluco!
- Claro! Já sabia isso, sabes quanto custa o pó? É muito caro, mas se fores directamente ao patrão, esse não to nega, tenho a certeza, mas como sei que não és homem para isso, vou lá eu…
- Não! A lâmpada é minha… eu é que tenho de ir…
- Acho que sim, até já vês como se faz. Leva um busca-pólos para abrires o topo
Lá foi ele mais uma vez de lâmpada na mão, desta vez nem olhou para trás, pensou que eu não era tolo suficiente para o mandar directamente ao “boss”.
O trajecto do escritório ao lugar, foi percorrido a abanar a cabeça, mal chegou disse:
- Sempre a mesma “merda”, nunca mais aprendo…
- Que foi Nuno?
- Eu nem havia de falar para ti, nem sei porque te dou ouvidos…
- Diz lá! Que aconteceu, que te respondeu ele?
- Estavam três clientes com ele, eu não queria entrar, mas ele insistiu. Mostrei a lâmpada e pedi o pó… Não é que se começaram todos a rir…
A tentar conter o riso e já com dores no maxilar ainda disparei:
- Mas deu-te o pó ou não?
- Vai-te F…, sou mesmo burro…
Gostava de ter visto a cara do meu “boss” a rir, normalmente andava sempre carrancudo.
Passadas algumas horas faltou uma fase no quadro eléctrico e falhou a luz nas máquinas, o tagood vira-se para trás e diz:
- Não me vais pedir para ir buscar electricidade em pó, pois não?
- Claro que não, tenho aqui uma caixa cheia dela…
Ele ainda se inclinou, mais um bocadito de conversa, ele era capaz de pagar para ver.

Joca Tx

Elemento casual

Mesmo sem andarmos à procura de situações atractivas pelo sexo oposto (dependendo das preferências), elas acontecem sem quase dar-mos por ela, em locais sem terem sido escolhidos, a horas estranhas e sem termos tempo de reagir.
Um sorriso, um olhar, uma cedência de passagem em pleno trânsito na hora de ponta, numa fila de uma instituição pública, num hipermercado, etc.
Estas atracções momentâneas, não têm nada de físico, mental, nem nada que se pareça com engates baratos e fora de prazo, são apenas momentos casuais, cruzados por amabilidades ou estados de espírito.
É lógico que não passam disso mesmo, só um louco fica com ideias de levar mais adiante uma coisa que à partida quase nem aconteceu ou se aconteceu, foi meramente por acaso.
Algumas destas casualidades perseguem-nos por longos anos, recordamo-las com carinho, não por termos ficado apaixonados, mas pelo modo como foram importantes naquele momento, um momento de fraqueza ou de uma necessidade pessoal, como se de um estímulo se tratasse.
É possível que muitas histórias de amor tenham começado assim, mas nessa situação deixa de ser casual e passa a ser usual ou habitual.
Eu já tive destes momentos, alguns recordo outros não, e, tenho a certeza que ao leres estas palavras, vais recordar de algum elemento casual que tiveste na tua vida, mas se não tiveste, foi porque não prestaste atenção suficiente, pois eles andam aí… Tem cuidado! O que pode ser um sonho, poderá ser um pesadelo…

Joca Tx

A trela de látex

Se por acaso vires um gajo com uma trela pendurada na braguilha ou no fecho das calças… Sou eu!
Não há que enganar nem ficar constrangido. Toda a gente sabe que o órgão masculino sente graves problemas com o frio. Normalmente, costuma hibernar bem aconchegadinho, no meio das almofadas meias arredondadas e quentes.
Esses problemas ou fobias, fazem com que encolha de uma tal maneira que, para o ir buscar na hora da descarga urinária, seja preciso uma perseguição tipo “gato e rato”.
Com esta onda de frio que se deparou nos últimos dias e para não ter grande trabalho a procurar por ele, decidi prende-lo com um cordel, para o puxar sempre que fosse preciso.
Ia cometendo um crime, um crime punido por lei com severa pena de prisão. O cordel em questão não cedeu, não alargou e quase o esganei, chegando mesmo a perder os sentidos com a falta de ar. Valeu que lhe dei duas valentes bofetadas e ele arrebitou, acabando por fazer o que lhe é devido.
Perante tal situação, dirigi-me a uma sexshop e aconselhado pela funcionária, que me tirou as medidas, fui experimentando várias, em tamanhos e cores, para ver qual mais se adaptava ao órgão em causa e comprei uma trela de látex.
Pensava que tinha o problema resolvido, pois funcionou diversas vezes às mil maravilhas, mas, num daqueles apertos descomunais e sem grandes intervalos ou adiamentos, comecei a puxar pela trela. Já com vinte e cinco centímetros de fora (a trela, pensas que sou africano?), dou conta que o fulano ficou no bem-bom, no quentinho das amigas. Fui no seu alcanço e já com o braço todo metido dentro do fecho, não o encontrava, por momentos até pensei que o tinha perdido. Alguns minutos depois, encontro-o escondido e todo encolhido. Agarro-o com dois dedos e numa luta desenfreada, tipo, “anda cá safado” “isso é que era bom, anda-me buscar”, que mais parecia uma luta de judo ou greco-romana.
Com a bexiga quase a rebentar e num movimento de mestria, consigo resgata-lo para fora, mas ao mesmo tempo que os sais cristalinos começam a jorrar, o dito cujo foge-me por entre os dedos e vai para dentro numa velocidade furiosa, molhando tudo por onde passava.
Não havia muito para fazer, era só esperar que a fonte secasse.
Com as pernas húmidas e um arder do salgado cristalino, ficou uma coisa boa, os pés, dentro das botas biqueira de aço, ficaram quentinhos, molhados mas quentes.
Desagradável era o som que produzia ao caminhar… glosfche… glosfche… glosfche… glosfche…

Joca Tx


Chinesa

Não me podes recriminar por ter sentido uma enorme necessidade de enfiar numa chinesa, nem por ser do sexo masculino... Se as mulheres podem porque não um homem?
Já a tinha visto, ignorei-a a maior parte das vezes em que a vi e nem tive a curiosidade de tentar vê-la mais de perto, para mim, era como uma outra qualquer, o ser chinesa seria apenas uma escolha ou casualidade.
Estava sozinho, sem nada para fazer e a tal necessidade apertou, talvez um pouco por culpa da Furu, que não se disponibiliza para fazer certas coisas, que, por tradição, lhe cabia mais a ela.
Levei-a para a minha sala pré aquecida pela salamandra e até coloquei uma música calminha para fazer um ambiente adequado ao que se ia passar.
Peguei nela com jeitinho tentando enfiar com segurança e destreza suficiente para o conseguir logo à primeira. Já tinha reparado que o buraco era bastante largo, por isso não teria problemas em conseguir os meus intentos.
Ao fim de dez minutos e sem ter enfiado nada, molhei com saliva o polegar e o indicador da minha mão direita, segurando-a com a mão esquerda e fui lubrificando a ponta para ver se conseguia enfiar melhor. Mais dez minutos se passaram e … nada.
Começava a transpirar mais que o normal a ponto de a vista me falhar, era o nervoso miudinho a chegar, nunca tal me tinha acontecido.
Reparei que estava escuro, fui buscar uma gambiarra e dois candeeiros (que saudades dos meus vinte anos que enfiava de olhos fechados).
Deveras cansado de tanto tentar, quase prestes a desistir, eis que consigo enfiar a pontinha… UAU! Disse eu num grito de alegria. Sabia perfeitamente que mal a ponta entrasse, o resto era fácil e entrava por ali dentro sem problema algum.
Seguidamente fui buscar as imensas peças que esperavam que chegasse a hora de levar uns alinhavos ou mesmo mais que isso. Estamos em tempo de austeridade, temos de ter contenção nos gastos e já fui avisado que este natal as tão famosas meias não vão entrar em cena.
Na primeira vez que tentei passar a chinesa pelo tecido, partiu, é verdade a chinesa partiu sem dó nem piedade. É o que faz comprar certas coisas nas chinashops.
Já pedi à Furu que me comprasse mais, mas por favor agulhas chinesas nunca mais.

Joca Tx

Elas e eles ou vice-versa

Olá…

Vivam as diferenças, as maneiras de ser e estar, os pontos fortes ou fracos e os tais sentidos extra e vivam também as situações simples e naturais.
Numa boda, os homens querem lá saber e até se estão marimbando, se o fato que trazem é igual, se tem o mesmo corte, a mesma cor, se a gravata é igual, a camisa ou mesmo os sapatos, que o irmão da noiva, o primo do noivo ou mesmo o compincha do lado que não conhecem de lado nenhum.
Eles estão mais preocupados quando chega a hora de por os reactores dentários a funcionar e que o esófago comece a ser esfregado pelos camarões, croquetes, empadas, rojões e todas aquelas iguarias deveras deliciosos.
- Que giro fato!
- É verdade… É igual ao teu!
- Porreiro! Queres branco ou tinto?
- Cheio…
Elas preocupam-se mais com as linhas da silhueta e as que entrelaçam os vestidos ou alinhavam os vestidos. Alguns até parecem umas campânulas.
Alem de se mirarem umas às outras, ainda têm pensamentos tipo:
“ Olha aquela cabra! Tem um vestido quase igual ao meu!”
“ Desavergonhada, para mostrar as partes relvadas é capaz de tudo…”
“ O lilás fica-lhe mesmo mal, que mau aspecto, até parece mais velha…”
“ Nem caminhar sabe, ainda vai cair abaixo dos sapatos…”
- Olá! Nem te estava a conhecer! Emagreceste…
- Que nada… Engordei cinco kg…
- (bem feita) Engordaste? Nem se nota, deve ser do vestido…
- Achas? Estava a um bom preço, comprei dois, este em lilás e outro em rosa…
- Que bom! Vais me desculpar, mas tenho de falar ali com a…
Depois de umas boas dentadas no primeiro e segundo prato, eles, já com os olhos vidrados, não só pelo trotil, mas também pelo constante mulherio que lhes passam a rasar ao nariz, com todas aquelas partes cheirosas e volumosas e outras mais que tais, vão lá para fora dar uma volta. Acendem um cigarro, esfregam a mão na barriga, palitam os dentes e com o mesmo palito, retiram a cera dos ouvidos. Enquanto apanham ar, passam mais um par de pernas em direcção ao automóvel. Depois de abanar a cabeça duas vezes solta um pensamento “como é possível existir assim umas ganchetas…””vou beber mais um copito”.
As que de antemão se precaveram, vão ao automóvel com um caminhar já meio acabrunhado e mudam de calçado. Deixam os dezoito cm de salto e calçam umas chanatas rasas. Nem parecem as mesmas, a sensualidade desapareceu, mas antes isso que uma dor horrível nos “bastelos”, já basta a dor de não poder mostrar os dentes a todas aquelas doçarias. Vão também ao espelho retrovisor dar um jeito no cabelo, dão também um jeito às “mamas” postiças e algumas até o fio dental tentam tirar de entre… Pois…
Por fim, eles já andam a águas com gás, não só para o atraso da situação alcoólica, mas também para soltar o tal do metano que teima em não querer sair e já que não sai por baixo… Sai por cima. Já nem os pés sentem, a bexiga e os intestinos estão mais descontrolados que o fígado e o estômago, e, já nem ligam para as pernocas giras que acabaram de passar. Bateram no fundo e só querem chegar a casa para dormir.
Elas, para além das dores que sentem pelo corpo todo, arrastam a pochete como se de uma carteira se tratasse, aquelas do dia-a-dia onde guardam tudo e mais alguma coisa. Mortinhas por chegar a casa, mas sabem que vão dormir durante a viagem.
Isto é mais ou menos assim, vais ver que já estiveste em alguma situação idêntica, mas se nunca estiveste, algum dia estarás…

Joca tx



Chocos com tinta

Olá…

Nunca pensei deixar uma marca negativa numa terra como deixei na Nazaré. Prometi a mim mesmo nunca mais lá voltar e até à data, estou a cumprir, pois nunca mais lá voltei.
Corria o ano de 1992, estávamos casados há pouco tempo e como éramos adeptos de campismo, decidimos pernoitar no parque da Orbitur da Nazaré.
Durante o dia, percorremos e visitamos vários locais da terra, como sempre fizemos nas inúmeras terras que visitamos. Fomos ao sítio, local obrigatório, assim como às praias, com todas aquelas vendedeiras de trajes tradicionais… as sete saias.
Chegados ao parque e depois de montar a tenda, passou-nos pela ideia irmos jantar à povoação e para mal dos meus pecados, caímos na asneira de ir a pé.
A distância de carro parecia menor, mas ainda não era de noite e tínhamos tempo. Depois de ter-mos dado mais umas voltas pelo centro, procuramos um local mais ou menos romântico, para saciarmos o apetite que já era algum, pois o almoço tinha passado um pouco acima do “nem te vi passar”.
Encontramos um do agrado dos dois, não é difícil entrarmos em sintonia neste campo, pois não somos muito esquisitos a escolher. Estávamos na parte histórica e rústica da cidade, casas pequenas e baixas que me fez lembrar Portugal dos pequeninos, ruas estreitas onde nem todos os veículos passam. Sentados à espera dos “chocos sem tinta”, constatamos que estava tudo a correr às mil maravilhas, dois jovens casados, de férias, a viajar e um jantar à luz das velas… que mais poderíamos querer?
Daqui para a frente, a coisa começou a correr, não tão bem como seria de esperar. Afinal os chocos tinham tinta, borrei uma t-shirt toda altamente, seguidamente umas pequenas complicações com a conta, mas mesmo assim, não era isto que me ia estragar a noite.
Saídos do restaurante e vagueando pelas apertadíssimas ruas, vimo-nos quase rodeados por uma seita de talvez uns vinte mafiosos. Tinham cara de poucos amigos e foram seguindo os nossos passos por várias artérias da povoação. Não nos causaram danos físicos, mas psicológicos fizeram alguns, foi aterrador. Tive medo e receei pelas próprias vidas. Grande parte do medo, era ainda a distancia que nos separava do parque, noite serrada, estrada sem iluminação e sujeitos a levar com um carro em cima. Três km a pé depois de um episódio destes, é algo que não está nos planos de ninguém.
Manhã cedo, tenda dobrada e… Ala que se faz tarde!
Nazaré… Nunca mais!

Joca tx


Três tigelinhas

Olá…

As iguarias culinárias ou ementas tradicionais variam de região para região.
Mesmo pequeno, o nosso país é muito rico em gastronomia e derivados. Normalmente gosto de provar ou até mesmo… Para além disso, as diversas e diferentes formas de confeccionar alguns alimentos compostos ou alterados da sua fonte inicial.
O sarrabulho não foge à regra e já tive o prazer de conhecer várias formas de ser preparado para ser servido à mesa. Gostei de quase todas elas, menos de papas… Quer dizer… Não gostava!
Pouco tempo depois de ter conhecido a Furu, fui convidado para jantar em casa dela no dia de anos da mãe. Como entrada, estavam a ser servidas papas de sarrabulho…”estou feito ao bife”… “Logo no primeiro dia que entro em casa e me sento à mesa, já estou com esquisitices de não gostar de algo feito pela própria mãe”… Disse-lhe baixinho:
- Não gosto de papas, se não te importares, não tires para mim…
- És tolo! … Alto e em bom som para todos ouvirem! … Papas da minha mãe! Tens de gostar…
“Lá terá de ser!”… Pensei eu com os meus botões… ”Existe: Polvo, moelas, camarões, rissóis, croquetes, etc. Tudo entradas comestíveis e agradáveis de dar ao dente, tinha logo que me calhar papas na rifa…”
- Ok, eu provo, mas quero poucas e sem cominhos…
- Não gostas de papas? Dispara o mano mais novo da Furu, que se encontrava em frente a mim… ou é dos cominhos?
- Para dizer a verdade, as que provei anteriormente não gostei…
- Destas gostas, tenho a certeza, quanto mais não seja, vais fazer por isso…
- Ora prova! Diz a Furu enquanto as colocava à minha frente e com bastantes cominhos… Diz lá que não são boas! …
Provei um bocadito a medo para não fazer uma cara muito feia e… Gostei, palavra que gostei… até os cominhos estavam bons. Repeti as abençoadas papas, tantos anos a não gostar de uma coisa tão boa… Que maravilha.
Acho que por instinto me levantei de imediato, quando uma das irmãs da Furu disse:
- Tem um restinho de papas ainda na panela! …
Quero lá saber, se o resto do repasto é um assado de se lhe tirar o chapéu, eu quero é a terceira tigelinha…

Joca tx



Para ti… basta o Né!

Olá…

Por vezes nem tudo é um mar de rosas nas relações familiares, existem pequenos conflitos, que vão acontecendo ao longo da nossa permanência como família. Ainda bem que assim é. A preparação para a vida “lá fora” começa em casa com as mais diversas situações e temos de estar preparados para sermos contrariados ou contrariar mesmo contra a nossa vontade.
Esta frase “para ti… basta o Né!” foi proferida pelo meu filho, na altura com doze anos.
Para dizer a verdade, não me lembro muito bem qual foi o real motivo para ele a dizer, mas foi qualquer coisa deste género:
- Márcio! Quero que faças isto ou não quero que faças isso!
Ele, como que estivesse imune a fazer pequenos trabalhos ou sentindo-se no direito de fazer o que queria, fez ou deixou de fazer… Contrariado e a resmungar.
- Realmente… É preciso ficares de “trombas”? …
- É! É! Deixa-te andar… estas certinho…
- Não me digas que me vais bater!
- Eu não, mas… “para ti… basta o Né!”
O Né, era o Stallone da turma do 8º ano. Aquele que, por mérito do corpanzil que envergava, punha tudo e todos em respeito e sentido.
Naquele momento, não houve hipótese alguma de me manter calado sem proferir uma gargalhada. Soou com determinado som, que se ouviu a vários metros (bastantes) de distância.
- Ri-te! Ri-te… Depois vês quem é que se vai rir…
- Estou mesmo cheio de medo…
O que é certo, nas duas semanas seguintes, fiz um desvio para não passar perto da escola, nunca se sabe se o “Né” apareceria para me acertar o passo…

Joca tx


Couves de Bruxelas

Olá…
Oh mãe… Eu não gosto de couves!
Quantas vezes já ouviram estas palavras? Muitas, eu sei, vezes sem conta.
Sabemos perfeitamente que as ditas “verduras” fazem bem à saúde e que têm nutrientes indispensáveis para o nosso equilíbrio alimentar, mas, também já fomos mais novos e algumas dessas verduras ou hortaliças, estavam longe de ter bom aspecto para serem devoradas.
Muitos adultos, em tamanho e idade, também se negam a trincar alimentos hortícolas, até mesmo uma simples folha de alface ou a rodela fina de tomate, que retiram do hambúrguer… ou quando se vai ao cachorro… “só com batata”.
Quando eu estava em fase de crescimento para cima, não fugia à regra, algumas comia, outras assim-assim (que remédio) e existiam as que… “nem pensar”!
Sempre detestei couves de Bruxelas, fazia mesmo cara feia (?) só de as ver a cinquenta metros de distância.
Prontinho para o repasto no “Diogo”, a menina recomenda pato assado, que estava muito bom. Bem! Lá terá de ser!
Entretanto chega o pato, pelo menos estava morto e bastante mal acompanhado de… couves de Bruxelas! “Hierrrrrqueeee”! Que nojo…
Talvez por distracção, meti na boca uma pequena couvita e… não foi uma experiencia muito ruim, pelo contrário, não desgostei.
Comi as ditas belgas com afinco e nem queria acreditar no que tinha acabado de emborcar para o bandulho.
Chegado a casa, contei à Furu (ela uma vez comprou, fez um petisco bom (pensava ela) e eu não comi) e ficou admirada por eu começar a gostar assim sem mais nem menos… até eu! Para dizer a verdade, a Furu também não gostava delas, mas agora compra e gosta tal como eu.
Passado algum tempo, na ementa do “Diogo” estava escrito… “pato assado”… ui! ui! Nem queria acreditar…
- Menina! O pato vem acompanhado com couves de Bruxelas?
- Não sei, mas vou perguntar…
Eram onze e cinquenta, por isso não fiquei admirado pela falta de informação da profissional.
- Por acaso não é, mas se quiser e não se importar de esperar quinze minutos, serão cozidas de propósito para si!
- Já agora menina, se não causar incomodo… agradecia.
Era ver a cara dos clientes a comer nabiças e eu a comer “coíbes” da Bélgica, uma terrina só para mim.
- Deseja mais? Ainda tem lá dentro mais, é só pedir!
- Obrigado menina, estas já me chegam…

Joca tx


Se eu fosse polícia…

Olá…
Pegar na cana, colocar o isco e lançar a linha, não é para todos.
Pescar é uma tarefa difícil, só mesmo para quem tem gosto, jeito e paciência.
Mais difícil ainda é, lançar o anzol para tentar pescar a nossa cara-metade. Lançar até nem é difícil, difícil é a “presa” morder o isco. Penso que todos já passamos por isso e quem nunca lançou um piropo? Ou gostaria de ter lançado e não teve coragem? Há também, quem os ouça diariamente.
Com ou sem romantismo, os piropos ou outra forma mais adequada de abordar alguém, é diversa e muita das vezes improvisada. Quem faz um enredo, um filme ou decora um texto, faz asneira da grossa, pois normalmente sai sempre ao contrário do esperado. Foi o que aconteceu ao “cromo” desta história.
Um cromo sentia-se atraído por uma croma. Trabalhavam os dois na mesma rua, quase em frente um ao outro, e, tímido como era, o cromo demorava a ganhar coragem para lhe falar. Como no veículo que ela conduzia, não existia a respectiva chapa obrigatória (na altura) com o nome e morada do proprietário, ele, armado em cineasta, começou a fazer um filme do robocop, mas à paisana.
Numa segunda-feira à hora do almoço, encheu-se de coragem e…
- Se eu fosse polícia passava-te uma multa!
- Porquê? (disse ela com a voz mais “molotof” que existia)
- Não sabes que é obrigatório ter à vista o registo de propriedade, com nome e morada do proprietário?
- Mas está lá! Ora vê bem!
… Não podia ter acontecido, parvalhão, idiota, cromo do caraças e muitos mais!
- Quando puseste?
- Ontem, se estivesses atento, não dizias tolices!
Ainda por cima, tolo por não ter reparado…
O certo é que funcionou, os seus olhares penetraram um no outro, tão profundo que ambos sentiram claustrofobia.
Esse dia mudou as suas vidas e segundo rezam as crónicas, os dois cromos ainda hoje vivem felizes…

Joca tx


59

Olá…
Actualmente, não sou pessoa de jogar em qualquer tipo de jogo, onde se espera ganhar dinheiro. Não que, não precise de dinheiro, mas também ainda não vi ninguém feliz por ter ganho a lotaria! Normalmente, quem nada tem e ganha… sem nada fica a uma velocidade vertiginosa.
Apenas deixei de jogar por desmotivação, farto de marcar as cruzinhas nos quadradinhos, vezes sem fim, sem sair alguma coisa que jeito tenha.
Aquela azáfama da sexta-feira, o estar agarrado ao sorteio ou em caso de não ser possível, ver o jornal pela manhã… estava a dar em doido.
Uma vez fiz 12 no totobola (2.400$00), em moeda corrente 12€ e por duas vezes fiz 4 no totoloto, também quantias idênticas a 12€.
Em rifas joguei quando era mais jovem, sempre números certos: 10, 45 e 55. Jogava 150$00 por semana, também poucas vezes saiu algo significativo.
Quando ouvia alguém dizer que tinha sonhado com um número, não acreditava, pois eu nunca tinha sonhado com números. Tinha sonhos, alguns até muito bons, mas com números… nunca.
Certa noite, fartei-me de vaguear por vários locais e para onde quer que me virasse, encontrava o nº 59. Portas, estradas, matriculas, enfim, tudo tinha o nº 59 gravado, até o boné do porteiro era o 59.
Acordei meio assarapantado com o sonho e mal cheguei ao local de trabalho, uma fábrica de máquinas para panificação, perguntei ao Sr. Adriano (o homem das rifas, um homem estrábico com o nariz torto, que vendia calendários nas antas e possivelmente ainda o deve fazer no dragão e que trabalhava comigo nessa altura), se tinha o 59, pois quero comprar todas.
Só havia para 14 contos, gastei 240$00 e se saísse, ganhava 14 mil escudos (70€).
Era muito bom, estávamos em 84 e era um pouco mais que o meu ordenado na altura.
Saiu ao 28… paciência. Se não tivesse jogado e tivesse saído, não me perdoava nas duas semanas seguintes.
Penso que nunca mais sonhei com nenhum número em particular, pelo menos a dormir, é que acordado, ainda vou sonhando que me saia um outro número, não na rifa, mas num outro lugar, sem sorteio na TV.

Joca tx


Apalpado no 33

Olá…
Se alguém me contasse uma coisa assim, pensava que era uma brincadeira, mas como foi com a primeira pessoa do singular, não tenho outro remédio senão acreditar e claro está…Acredito.
Tinha dezoito anos, andava a tirar a carta de condução e num final de aula, em plena primavera, quase a começar a contagem decrescente para o verão, corro para a paragem do autocarro para apanhar o 33, que me levaria até Coimbrões, a modos de fazer ligação com o 91 com destino a Valadares.
Relativamente cheio derivado à hora de ponta, com uns chega para lá, empurrão daqui e um arrasta dali, arranjei espaço em pé na traseira do veiculo.
Quase como “sardinhas em lata”, lá íamos dançando o samba mesmo depois de o carnaval ter passado e sem pertencer a colectividade alguma. As estradas também não ajudavam e o 33 como já estava uns minutos atrasado, o motorista colava o pé no pedal e… ai vai disto!
A dada altura, achei estranho tanto balançar da pessoa que estava à minha frente. Roçava o traseiro em mim, mesmo quando o 33 estava parado.
Comecei a ficar constrangido com a situação, ainda mais quando sinto que a pessoa em causa, olhava para mim como se me quisesse comer.
Fiz de conta que não me tinha apercebido de nada (devia estar vermelho como um pimento, pois sou muito tímido), optando por mudar de sítio e virei-me para o outro lado. De nada valeu, quando dei por mim, já sentia novamente o roço e o mais escandaloso… a mão!
Fui apalpado e mais que apalpado, mesmo sem estar a gostar ou a sentir prazer algum. Naquele momento senti que estava a ser violado.
Depois de se ter aproveitado ao máximo da situação e pensando que eu iria sair nas estação das devesas, saiu num impulso esperando que eu saísse também.
Oh sais! A minha saída era um pouco mais à frente. Ficou a olhar para mim com cara de poucos amigos e eu através do vidro, disse-lhe adeus acenando com a mão.
Se calhar hoje teria outra reacção, mas naquela altura fiquei completamente gelado, mesmo sendo primavera a caminho do verão.

Joca tx


Desacreditar

Olá…
Pior, mas muito pior que acreditar no pai natal e depois descobrir que efectivamente não existe, foi acreditar em algo que me foi dito ainda em tenra idade e só agora com 43 anos, venho a descobrir que é falso.
Toda uma vida, vivida na ilusão de ser verdade ou uma realidade diferente, de ser ou estar, na presença de seres diferentes.
Talvez por volta dos onze ou doze anos, ainda com pouco sangue na guelra, tinha uma colega de escola que ostentava traços orientais. Nós, a seita do radar, como na música do Rui Veloso, chamávamos-lhe chinesa.
Era gira e não sei se por acaso ou por força de, tinha um corpo jeitoso, era realmente uma rapariga muito jeitosa.
Mas! Existe sempre um mas ou não há bela sem senão!
Corria pelos meandros da seita, algo que tinha sido dito por gente que sabia ou percebia dessas coisas de adulto. Uma dessas coisas, era o facto de as chinesas terem uma particularidade em determinada zona do corpo, mais propriamente a vagina. Dizia-se até, que se uma mulher europeia descesse por um corrimão toda nua, o som efectuado seria… Bviiiiiiiiiii, ao contrário de uma chinesa, muito mais lenta e o som produzido seria parecido com o estrebuchar de um cavalo ou seja… Brbrbrbrbrbr, efeitos de ter a vagina atravessada.
Durante toda a vida assim pensei, já que tinham os olhos em bico, porque não o resto!
Fiquei estupefacto esta semana ao ver uma mulher oriental, linda e bastante sexy. Era muito atraente e estava muito bem vestida, roupa cara e uma boa combinação de cores garridas.
Estupefacto voltei a ficar, ao ver as calças de tecido fino que ela envergava nas suas belas pernas. Mais parecia o “Grand Canyon”, as margens inchadas da sua zona púbica, de tão apertadas e justas que estavam as calças.
Meu deus! Não é possível! Não pode ser, alguma coisa está mal.
Normalmente como gosto de tirar dúvidas quando as tenho, pedi-lhe para lhe tocar e ver se realmente era verdade ou uma contrafacção “made in china” feita à pressa.
Alem de levar um pontapé nos testículos e spray pimenta nos olhos, ainda apanhei com a mala de tiracolo mesmo em cheio na cabeça.
A vergonha foi alguma, pois chamaram-me nomes do pior… Tarado, abusador, sem vergonha, descarado e outros muito mais deselegantes, é que o centro comercial estava cheio naquele momento.
Dor pior foi a desilusão, o ter acreditado e agora ter de desacreditar, ver que afinal era mentira e eu acreditei numa escandalosa mentira…

Joca tx


Uma questão de pelos


Olá…

“… Mas porque raio me nascem pelos em tudo quanto é sitio! …”
Esta frase ouvia-a quando era miúdo, saiu da boca, vinda da alma de uma pessoa que já partiu para a eternidade e que me era próxima por laços familiares.
Naquela altura não compreendi tais palavras, talvez por tanto querer que eles nascessem em alguns locais, que abundavam nos meus amigos mais velhos.
Mesmo fazendo ou experimentando aquelas coisas loucas que não lembra a ninguém, por influencia dos mais velhos e que nem conto porque pode ser perigoso para certas mentes semi-tradicionais.
O raio dos pelos nunca mais brotavam da sua infindável toca, nem a tenrinha penugem dava sinal de vida.
Claro que a seu tempo eles nasceram, foi uma alegria sem igual, uma enorme satisfação… até aquela altura. Só não dei uma festa na freguesia, porque era tempo de férias e todo mundo estava na praia.
O que é certo, hoje penso muitas vezes nas palavras com que comecei esta “história”, estou a sentir na pele o mesmo, mas em vez do “porque raio”, digo “fonixxxx”, mas porque é que me nascem pelos em tudo quanto é lado!!!!

Joca tx


A camisola da regueifa

Olá…

Depois de por os pés no flutuante, ir ao mictório esvaziar a bexiga e claro, dar uma arranjadela na trunfa, a primeira coisa que faço aos domingos é:
Pegar na bola de golfe, deslocar-me à padaria, escolher a regueifa mais gira e mais quentinha do lote e depois de chegado a casa, barrar com manteiga… Hum!
Para isso acontecer, também visto qualquer coisa, mas não uma coisa qualquer.
Tenho uma camisola branca com listas horizontais azuis ou azul com listas brancas, depende do gosto, eu gosto mais de barrar com manteiga (a regueifa claro).
A Furu não gosta da vestimenta, já várias vezes “estrondou” comigo por causa dela (da camisola), até já disse que qualquer dia a deitava fora, mas eu disse logo: “deita e acabou-se a regueifa quentinha com manteiga aos domingos”. Ela sabendo que não brinco em serviço, não arrisca uma coisa dessas.
Penso que todos temos peças de roupa, com que identificamos algumas coisas ou passagens da nossa vida. Algumas pessoas até usam uniformes para desempenhar as suas funções profissionais, de lazer ou mesmo por puro prazer de as usar, até há quem goste de usar óculos para ler, para ter um ar mais de… Intelectual.
De todos os uniformes (para além da minha camisola) que conheço, gosto em especial e particularmente de um. É usado por pesquisadores da National Geografic, normalmente quando estudam o habitat natural das formigas. Eu pensava que para se estudar esses minúsculos animais, eram precisos grossos uniformes para evitar as possíveis picadelas mortíferas, mas não! Para desenvolver essa actividade digna de registo, basta apenas duas peças de roupa minúsculas, que nem para fazer uma fisga tem material suficiente. A cor não interessa, mas o preto fica sempre bem e até condiz com os tais ditos animais.
Eu quando era pequeno, também fiz vários estudos, colocava açúcar perto dos percursos utilizados por elas (formigas) e ficava horas a fio vendo-as nas suas correrias de um lado para o outro, mas nunca tive possibilidades de comprar um uniforme adequado, prefiro a minha… Camisola.

Joca tx




Apenas palavras

Olá…
Tal e qual como chapéus, palavras há muitas seu…
Todos nós gostamos de empregar algumas palavras no nosso dia-a-dia.
Por paixão, desanimo, alegria, tristeza, raiva ou mesmo por prazer.
O nosso estado de espírito tem influência nessas mesmas palavras, pela intensidade e pelo desejo de viver.
Num estudo recente que efectuei, constatei que mesmo com as adversidades da vida, as palavras escolhidas (aquelas que chegaram ate mim com nexo, pois algumas foram tamanhas barbaridades ou desajustadas) pela maioria dos inquiridos, foram positivas e relacionadas com emoções.
Amo-te, amor, paixão, bom dia, obrigado, por favor, desculpe e outras do género, foram alguns exemplos disso mesmo.
A minha filhota, foi quem enviou as que mais gostei:
- “Bom dia” “Gosto de ti” “O murcas já chegou” (serei eu o murcas?) (penso que deve ser o pendura dela!).
Fiquei bastante intrigado com três palavras enviadas pela mesma pessoa, pois não percebi o significado global ou o que seriam essas mesmas palavras para essa pessoa, por isso fui pesquisar no meu dicionário.
BISCOITO – Repetição do acto sexual, sem recurso a substâncias naturais ou fármacos, com um intervalo nunca superior a dez minutos.
EXTREMADURA – Órgão sexual masculino erecto, necessariamente, uma das peças fundamentais para o biscoito.
JUNTAS DE DILATAÇÃO – Rasgo, frincha, espaço aberto entre duas paredes de vários materiais, onde se injecta com a ajuda de uma ferramenta própria, uma massa gelatinosa a fim de calafetar, impermeabilizar ou mesmo unir as margens próximas.
Não entendo o que tem a ver esta última com as duas anteriores, mas… nunca se sabe.
Fiquei boquiaberto com estas palavras, ainda nem estou em mim e até tenho alguma “vergonha” de expor isto assim, não é normal vindo da minha pessoa.
Agradeço a quem me respondeu, ao todo foram dois mil trezentos e vinte.

Joca tx


Objecto voador não identificado

Olá…

Gostava de saber o que me levou a sair de casa, mais cedo naquele dia de Inverno.
Normalmente fazia-o pelas 7.00 h para apanhar a camioneta das 7.10 h, mas porquê sair às 6.30 h? Se a paragem ficava a três minutos… Não sei!
Ainda a noite não tinha dado lugar ao dia, a chuva tinha feito um pequeno intervalo e estava frio, muito frio.
Nessa manhã, com a marmita na mão, fui encontrando pelo caminho, pessoas que não costumava ver, algumas vinham em sentido contrário do costume, talvez para ir buscar o pão fresco para o pequeno-almoço e fui o primeiro a chegar à paragem.
A grande romãzeira fazia de abrigo em dias de sol, mas àquela hora e com a ameaça latente de caírem uns chuviscos grossos, não era propriamente um bom sítio para estar.
A dada altura, sinto e vejo uma claridade fora do normal, com vários tons de luz e cores inimagináveis para serem reflectidas por coisa deste mundo, nem o arco-íris iluminava assim, o que para isso acontecer era preciso sol, que não existia naquele momento e estava por cima de mim, pertíssimo.
A minha respiração parou por breves momentos, na tentativa de ouvir algo que nunca cheguei a ouvir.
Num impulso, saí de baixo da romãzeira para verificar o que era aquilo, pois medo não senti, mas ao meu primeiro passo, a coisa apagou e desapareceu sem deixar rasto.
Dois colegas de “paragem” chegam a correr na iminência de estarem atrasados.
- “Vimos uma luz forte… Pensávamos que era o chibombo!”
Nem comentei, disse bom dia e… Cala-te boca! Quem ia acreditar num miúdo com catorze anos?
Tenho quase a certeza que se aquele momento durasse mais algum tempo, sairia de dentro da nave uma alienígena com o intercomunicador avariado ou sem poder ler as mensagens e quem sabe, com o intuito de me raptar e me levar para um planeta distante.
Sei perfeitamente aquilo que não vi, mas senti e ainda hoje o tenho presente em minha memória.
O que acabaste de ler, era só do conhecimento de apenas três pessoas, duas por amabilidade acreditaram, por isso mesmo, é que não te digo o que era, pois não irias acreditar…

Joca tx





Higiene pessoal

Olá…
No longínquo ano de MCMLXVI, já existia higiene pessoal, não tanto a preceito como nos dias de hoje, mas as condições também eram outras.
Fazendo uma comparação com os dias de hoje, chego a pensar que nem foi bem assim, mas foi!
Por volta dos anos de 1970/72, numa habitação como na que eu nasci e cresci, existiam muitos produtos de limpeza e higiene pessoal.
Alguns desses produtos ainda hoje existem, sem terem tantas funções como antigamente, mas ainda muitos lares os usam.
O sabão Clarim – servia para lavar a roupa e tomar banho, numa bacia com água morna previamente aquecida no fogão.
O sabão Migo – servia para lavar a roupa e tomar banho, numa bacia com água previamente aquecida no fogão.
O sabão Rosa (rosa e azul / rosa e bege) – servia para lavar a roupa e…já sabes o resto…isso mesmo!
O sabão de barra - …pois exactamente!
Qualquer um destes produtos dava para lavar tudo: A roupa, o corpo, pés, cabeça, as partes baixas e altas, compridas ou mais curtas, tapetes e até o chão.
Nos dias de hoje, no armário da minha casa de banho tem:
Vários champôs: Vitaminas, 2 em 1, anti-caspa, fortificante, amaciador, etc.
Vários cremes: Mãos, pés, cabelo, corpo, borbulhas, etc.
Gel: de banho (várias embalagens), cabelo. Cotonetes, fixadores, loções para tudo e mais alguma coisa e muito mais coisas que nem sei para que servem.
Existem ao todo mais de cinquenta recipientes ou embalagens, algumas delas quase vazias, pois ninguém gosta de escorropichar.
Também temos uma vasta gama de detergentes para as roupas. Detergentes em pó, liquido e também em gel. Lixívia gentil, sem ser gentil, liquido verde, amaciadores de roupas brancas, de negras, os soflans, as pastilhas com calgon, o sal para a máquina da louça, o abrilhantador e mais um numero de frascos enormes que mal cabem no armário.
Acho que faz muita falta os métodos antigos, não querendo dizer com isto que estamos mal, não! Estamos muito melhor agora.
Nas minhas instalações balneárias ainda uso os métodos tradicionais, para lavar algumas partes mais sensíveis a produtos químicos, é que isto ainda é tratado à moda antiga, tipo produtos semi-biológicos.

Joca tx

O 3º testículo

Olá…
Todos nós facilitamos ou descuramos a necessária segurança ao executar a maior parte dos nossos afazeres, quer seja em casa ou no local de trabalho.
Mesmo sendo obrigatório o uso de alguns EPIs, sempre que podemos arrumamo-los para canto. Ora porque fazem calor e são pesados ou não consigo mexer-me cá dentro…
Chamo-me Tintim direito, aquele meu companheiro era o Tintim esquerdo antes de ter levado uma pancada com o martelo e ter ficado dividido em dois. Acontece que agora somos três! Eu e mais dois pequenos.
O meu dono ou melhor dizendo, o corpo a que pertenço, vamos trata-lo por “Tony”, quase nem deu por nada. Foi uma pancada tão leve e superficial que passou quase despercebida, mas deu cabo do meu companheiro. Deixou de me falar e tenho mesmo receio que não me reconheça, o que é muito grave! Sempre foi a minha companhia.
O Tony está a tomar banho e a ensaboar… Alto! Já deu por ela! Está a apalpar os dois e a mim também… sinto que ficou aflito, talvez nervoso… pudera! Não é para menos.
Mais uma apalpação! Desta vez da cara-metade do Tony… é engraçado que este apalpar é diferente de outros que já aconteceram.
Hei! Onde vamos agora? Migo, estás a ouvir? Fala comigo! Vamos a caminho do especialista em urologia… tem calma que vais ficar bom!
Ui! Que frio este gel é mesmo gelado. Mais um apalpão, mas este tem luvas… Olha lá! Oh meu! Não apertes tanto… cuidado.
Já passaram três dias, hoje o meu companheiro perguntou quem eu era e onde estávamos, contei-lhe tudo tintim por tintim, que o Tony estava a tomar um comprimido e a esfregar uma pomada duas vezes por dia e que em dez dias ficava como novo.
Alto! Foge… esconde-te, lá vai ele pegar outra vez no martelo…

Joca tx

O Frei Tuck

Olá…
Não se trata de ser ou não ser esquisito, ter gostos diferentes de outras gentes ou paladares habituados a tascas, casas de pasto ou mesmo barraquinhas regionais.
Talvez por já ter vivido alguns anos e ter provado iguarias em diversas terras ou regiões, noto quando sou bem servido, servido com qualidade mínima ou aceitável e claro está, mal ou muito mal servido.
Tenho quase a certeza que já te aconteceu algo do género, se não! Tens sorte ao escolheres lugares ou és fiel ao mesmo de sempre.
Este episódio por exclusão de partes, está no lote do “muito mal servido”, porque na minha escala não existe pior.
O Frei Tuck fica situado na estrada nacional 15 em Paredes, 300 metros depois das ruínas da casa do Zé do telhado, do lado direito no sentido Porto – Vila Real.
Duas bifanas, um caldo verde e uma sopa de pedra.
As bifanas: pão aberto com um molho um pouco duvidoso, carne quem te viu! Mas isto passado mais de 15 minutos depois de ter feito o pedido. As mesas estavam sujas e assim ficaram quando a funcionária colocou as “pseudo” bifanas (que saudades do Resende em Nogueira da Regedoura).
Com muito custo e para evitar desconforto, mais nosso ( meu e da Furu), que propriamente do estabelecimento, lá emborcamos o “molete” molhado.
Passados vinte minutos e as “sopas” sem dar sinal de vida, levantei-me e fui ver se estávamos esquecidos no canto, com vistas para a caravana de três km de um dos partidos candidato às eleições, vindos de Cete, a terra do santinho preto.
- Já vai! Diz a “funcionária”, nem respondi, desconfortável com a situação, reparo que só estava no local apenas um casal para além de nós, não entendi tanta demora.
Lá chegaram as tão desejadas tigelas com o suculento alimento. Feito na hora, os flocos do caldo ainda não estavam desfeitos, a água foi lavada três ou quatro vezes e a couve… Intragável é um adjectivo muito positivo.
Chamar sopa de pedra ao que me puseram à frente, foi um ultraje, merecedor de pena capital. Uma sopa com duas rodelas de chouriço, pão desfeito, couve e uns pedacinhos de frango frio pelo meio… “Por favor!” Tirem-me deste filme que o orçamento é curto e eu pago impostos.
Levantamo-nos sem comer a “merda” da sopa e saímos.
Pelo caminho, sentimo-nos arrependidos por não termos feito queixa às autoridades competentes, mas era Domingo, fim de tarde, a Furu estava exausta, pois esteve uma tarde inteira a fazer pinturas faciais e no fundo queríamos sair dali o mais rápido possível.
Guardem na memória “FREI TUCK” um lugar a não visitar.

Joca Tx

O Kech up

Olá…
A semana passada fui fazer uma “bistoria”, essas coisas de kech up.
Pedi para calibrar o coração, a pressão dos pulmões, as tubagens do sangue e as juntas das várias colaças que tenho.
Avisei logo o portador do diploma que estava na parede, que já tinha feito a revisão dos quarenta e que a válvula das tensões tinha avariado. Mesmo depois de mudar e ter colocado uma nova da marca e sem ser da concorrência, tenho que ingerir diariamente um Diovan forte para as radiações baixarem.
A junta da colaça, também precisa de ser substituída, está a deixar passar os maus pensamentos para a zona boa. Por este forte motivo a razão anda misturada com a incerteza, o que faz com que a parca inteligência estacionada no parque destinado a despistados ou trôpegos esteja dividida em apenas três partes iguais. 50% lúcido, 50% confuso e como é lógico os outros 50% completamente desvairado.
O “bistoriador” veio com meias medidas de palavras besuntadas com vaselina industrial, demorando a escolher qual o termo correcto. Sabe!... disse ele… tem de meter pouco gasoil, só mesmo às refeições, uma medida pequena e nada de aditivos extra…
OH Sr. Doutor… “amandei-lhe” logo de seguida!... eu não meto gasoil fora delas, muito menos aditivos extra, a não ser em casos extremos, sou motorista e tenho de andar sempre no nível, sempre que encharco as velas é com água. Cá para mim doutor, este volume que tenho, já deve ser calcário ou metais pesados.
Talvez tenha um tubo do radiador roto, cada vez que meto água ela sai pelo cano passado algum tempo e de outra cor, meia amarelada, talvez contacto com óleos ou valvulinas do sistema de lubrificação.
Com esta porcaria toda cá dentro, só sei que até à revisão dos quarenta tudo estava em ordem, ainda dentro da garantia e seguro contra todos, mas neste momento, garantias não tenho nenhumas, qualquer dia deixo de dar à chave e só pego de empurrão, claro se a bateria tiver o tal do ácido úrico em bom estado.

Joca tx

Números

Olá…
Nunca fui bom a matemática, sei que dois mais dois são quatro, MIL são mil e quarenta e nove e pouco mais.
Desde pequeno que sou perseguido por alguns números ou acompanhado por eles, como é o caso dos números do bilhete de identidade, contribuinte, eleitor, sócio de qualquer instituição, etc.
Em qualquer repartição de atendimento ao público, tenho de retirar uma senha com um número e estar atento para quando chegar a minha vez.
Tal como eu, deves ter um número favorito, talismã ou somente por achares engraçado.
Números há, que ficaram na história do cinema, banda desenhada ou até comercialmente em produtos de bens ou serviços e que nos fazem lembrar algo, como por ex:
13 – Para muitos dia azarento e se for aliado a uma sexta-feira, muito pior (dizem), para mim… não ligo a essas coisas.
33 – O número do médico
53 – Herbie, o carocha
70x7 – número de vezes que devemos perdoar a quem nos ofende (?)
8 ou 80 - Nem 8 nem 80, nada de exageros
176-671, 176-716, 176-617 e 176-167 – Os prisioneiros metralhas
313 – A matrícula do carro do Donald
666 – O número da besta? (eu sou suspeito)
1001 – Noites árabes, cheias de odaliscas dançantes ao som de belas melodias
1010 – Odisseia no espaço, um dos filmes mais importantes de ficção científica
1999 – Espaço 1999, a minha série preferida de ficção científica, tempos da minha infância e ou juventude
69 – VAT 69, para falar a verdade, gosto mais de chivas, JB, cardhu e outros, mas gostar mesmo é de um licor beirão.
Sei que existem muitos mais, como é lógico não me lembro de todos.
Também tu deves ter mais algum em memória e se por acaso os quiseres mencionar ou descrever, poderás faze-lo quando quiseres, onde quiseres, que eu estarei sempre aqui.

Joca tx

Meio cheio ou meio vazio

Olá…

Aquela máxima do copo meio cheio ou meio vazio, comigo não funciona.
Para a fotografia, é muito lindo e fica bem dizer que está meio cheio, dá um ar intelectual, satisfação plena e orgulhosamente sorrimos ao dize-lo, mas para mim tudo depende da situação. Se estiver com sede e mesmo com ele cheio, para mim já está vazio. Agora, se não tiver sede, se não me apetece beber mais ou se até nem gosto do que tem dentro, claro que está meio cheio, mesmo estando quase vazio.
Optimismo qual carapuça! … Hipocrisia não é nesta rua.
Isto faz-me lembrar uma história que se passou comigo quando era um teenager inconsciente. Numa praia perto de um lugar na qual não vou dizer o nome, estávamos a discutir numa roda de amigos, se a maré estava meia vaza ou meia cheia… ficamos toda a noite a bater na mesma tecla e não saiamos da cepa torta. O que me fez recordar outro momento um pouco anterior a este, mas que não vou contar publicamente, porque além de ser curto e pequeno, ainda poderias ficar com algum traumatismo craniano em alguma parte do corpo.
Para mim só funcionam meios, onde não existam o cheio e o vazio, como por exemplo: meio gás, meio fio, meio pau, meio tolo e mais não digo que já estou a ficar meio baralhado.

Joca tx

A gaveta das tralhas

Olá…

Tenho quase a certeza que tu também a tens e muitas vezes te tens questionado, se em todas as casas essa gaveta existe. Eu penso que em todas as casas existe a “gaveta das tralhas”.
Por muito que queira ordem na dita gaveta, não consigo.
De longe a longe, faço uma grande limpeza, retiro aquilo que acho que não presta ou já não vou precisar, mas quando acabo e depois de ter enchido uma saca de inutilidades, a gaveta continua quase como estava.
Quando preciso de alguma coisa, que sei que está lá, mexo, remexo, volto a mexer e depois de tirar quase tudo para fora, lá aparece.
Quantas vezes o que procuro, caiu por trás e tenho de tirar todas as gavetas que estão por baixo, também elas um pouco saturadas, mas com utensílios diferentes.
Nem te descrevo as tralhas que guardo na gaveta, são tão variadíssimos objectos e de vários formatos, mas tu deves saber, tal como eu também a tens.
O mais engraçado é que não tenho só uma, pelo menos duas sofrem do mesmo mal, fora aquelas que por motivos óbvios, ainda não pertencem a esta classe, à classe da gaveta das tralhas.

Joca tx


Tarado

Olá…
Por várias vezes em resposta a mails enviados e textos que escrevo, aparece as palavras “tarado”, “maluco”, e outras mais. Uma em particular dizia mesmo que eu tinha tendências e indícios de taradez. Como não sei o que isso significa, pois a minha parca inteligência não abrange tamanho leque de palavras difíceis, fui ver ao dicionário, mas fiquei a saber o mesmo, não existe essa palavra.
Fazendo um exame de consciência, acho que a pessoa em causa tem razão. Isto começou quando tinha quatro anos. Morava em frente ao que hoje se chama “SPA” e da janela do meu quarto, via-se para essa moradia.
No meu aniversário, os meus pais ofereceram-me uns binóculos, com pouco alcance, mas dava perfeitamente para ver o que se passava do outro lado da rua, sempre apinhado de elementos do sexo feminino e como as cortinas estavam quase sempre abertas, captava boas imagens nas rodelas de vidro do novo aparelho.
Dois anos mais tarde, espreitava por baixo da televisão, no intuito de ver as pernas das mulheres quando apareciam de mini-saia. Nunca vi nada de jeito, elas mal me viam a chegar perto, fugiam, fechavam as pernocas ou mudava a imagem.
Por volta dos oito anos queria que me nascessem penas no corpo, não é que o raio do galo tinha mais de vinte galinhas por conta dele! Sempre com a crista no ar e não precisava de viagra para tomar conta do recado.
Aos dez anos, nos dias de enfeitar o cemitério, lá ia ajudar a minha mãe. Deparava com algumas situações bastante embaraçosas. Uma jovem viúva que usava uma justíssima mini-saia, sempre que se ajoelhava para esfregar a lápide, a mini ia subindo, subia tanto que depois começava a descer, não para as pernas, mas para as costas, ficando com a parte usada para sentar à mostra e digo mais! Ela toda p`ra frentex, usava umas mini-calcinhas rendadas e tinha várias, uma de cada cor.
Como fui educado com valores morais acima da média, tinha por obrigação olhar para o outro lado, era sempre o que fazia.
No outro lado, outra viúva, um pouco mais velha que a primeira, mas bastante bafejada pela sorte. Usava um antepassado do wonderba, dois números abaixo do ideal, mal dava para uma, quanto mais para a gémea. Para esfregar a lápide, soltava os dois botões cimeiros da justa blusa, as gémeas queriam sair ao mesmo tempo, que nem dois prisioneiros na solitária. Quanto mais ela esfregava, mais as libertadas balançavam, balançavam, balançavam tanto que eu estava quase hipnotizado.
O meu primeiro carro, foi um Renault 12 TS “turbo silencioso” e quando comecei a namorar, ela tinha um Fiat 126, cuja matricula era ST.
Muitas outras coisas se passaram para desconfiar que talvez seja verdade eu ter a tal “taradez”, mas essas não conto, pois ainda posso ficar em maus “lençóis”.

Joca tx


Ó pssssst! Faz favor!

Olá…
Lembro-me perfeitamente como era tratado quando pequeno, por pessoas estranhas ou mesmo algumas conhecidas que não sabiam o meu nome.
Tirando alguns nomes que me chamavam quando fazia traquinices, normalmente era tratado assim: “Meu menino isto”, “que lindo menino”, etc.
Já depois de adulto, era tratado por menino, pelo meu encarregado (Fulgêncio) que sempre me tratou assim. Os anos foram passando e sempre que surge a oportunidade de tratar as pessoas, principalmente as do sexo feminino, trato-as por “menina”, quer sejam mais novas ou não, o “menina “ veio para ficar.
Assim tratei a menina Filomena da cepsa, a menina que me vendeu o fato para o casório do sobrinho, etc.
Algum tempo atrás, fui abastecer numa estação de serviço e tratei por “menina” a menina que me atendeu, por sinal bastante mais velha que eu ou melhor dizendo com mais idade, idade até para ser minha mãe.
Não teve mais que dizer, ficou “eufórica de contente”, disse que há muito tempo que não era assim tratada e muitas outras coisas que não liguei muito, pois achei que era mais empolgamento que outra coisa.
Recentemente através da net, travei amizade com uma pessoa ligeiramente mais velha, trocamos algumas mensagens, mails e falamos pelo menssager.
Numa dessas mensagens em resposta a algo que escrevi, respondeu “OH MIUDO! TU ÉS FABOLASTICOOOOOO”.
Fiquei contente. Tive uma sensação agradável e lembrei-me da funcionária da estação de serviço, compreendi o que ela sentiu.
Ainda não respondi à pessoa em causa, nem vou responder. Vou esperar que leia estas palavras.
E tu, como gostas que te tratem?

Joca tx

Não tenho sorte nenhuma

Olá…
Tenho quase a certeza, que tu alguma vez na vida já disseste uma frase igual ou idêntica a esta: “não tenho sorte nenhuma”. Disse isso hoje.
Durante esta semana, almocei todos os dias no mesmo restaurante. Gosto de almoçar lá e sempre que posso não escapa. Normalmente como ao balcão, é mais rápido, prático e temos tudo ali ao pé ou à mão.
Na segunda-feira, o empregado ao abrir uma garrafa de verde fresquinho, fez saltar o plástico que envolve o gargalo da garrafa, plástico que caiu direitinho na travessa do meu companheiro de refeição. De imediato o funcionário pega na travessa que estava quase vazia e passados poucos segundos aparece com outra muito bem servida.
Nem pensei duas vezes, amanhã sento-me naquele lugar ou não me chame “?”.
Nos restantes dias da semana, lá estava meia hora antes para ganhar o tal lugar, o melhor sítio da casa, aquele onde chovia plástico.
Muitas garrafas foram abertas, dezenas delas. Bem rezei uma oração que aprendi quando era novo, mas… nada de plástico.
Hoje sexta-feira, um pouco desanimado com a odisseia do plástico, não fui suficiente lesto e não consegui o lugar.
“Não tenho sorte nenhuma”, não é que o filho da mãe (?) do plástico voltou a cair direitinho na travessa do gajo que lá tinha pouso! E ainda por cima o repasto era rojões à minhota, que não gosto mesmo nada.
Fiquei traumatizado, por pouco não apertei o pescoço ao interveniente imóvel sentado no banco ao ver chegar a segunda travessa.
Espero que para a semana o plástico caia para o meu lado, senão…

Joca tx

Amor sem sexo

Olá…
Rita tem trinta e oito anos, nasceu numa vila do interior transmontano e cedo foi parar a uma grande cidade do litoral. Primeiro para estudar, seguidamente para trabalhar como vendedora de imobiliária. Casou aos vinte e seis anos depois de ter namorado com o Raul durante dois anos e meio. Raul era mais velho três anos do que a Rita e quando se conheceram era recém-formado em engenharia civil. Rita começou a trabalhar na venda de uns condomínios construídos pela empresa onde Raul exercia funções de engenheiro estagiário. Foi por um acaso que se conheceram na confeitaria perto do novo local onde ela trabalhava, embora por várias vezes já tivessem falado ao telefone, não se conheciam pessoalmente, mas nesse dia chuvoso, quis o destino que chegassem ao mesmo tempo para partilharem a única mesa vazia e começassem a conversar sem saberem o que os esperava.
Falaram do tempo que se fazia sentir, do pequeno-almoço ideal, que por coincidência ou não, era igual para os dois. Falaram de muitas outras coisas, menos como se chamavam e o que faziam. Repararam que estavam atrasados, Rita levantou-se, deixou duas moedas em cima da mesa e saiu depois de se ter despedido do Raul com um aperto de mão. Ele demorou a pagar e ainda foi a correr, mas já não a viu, que sem guarda-chuva, deu uma corrida para o stand de vendas que ficava por trás da confeitaria. Raul abriu o guarda-chuva e foi na direcção oposta ao do stand, ia ter uma reunião com um possível fornecedor de novos materiais.
No dia seguinte, Raul, quase por instinto e sem motivo plausível, apareceu na confeitaria sentando-se no mesmo local do dia anterior, estava nervoso, esperava por Rita sem saber se ela ia aparecer, se era cliente assídua ou não.
Rita sabia que ia encontrar Raul, talvez o sexto sentido… se é que ele existe.
Ao chegar à confeitaria não hesitou, sentou-se ao lado de Raul, cumprimentando-o com dois beijos superficiais na face. A partir daquele momento ambos sabiam que jamais se iriam separar.
A Daniela com oito e o João com seis anos são a prova de um amor quase único, com todos os obstáculos que uma vida a dois vai encontrando por muito difíceis que sejam de ultrapassar. Rita e Raul sempre o souberam fazer com coerência e sobretudo com a muita amizade que os uniu desde o primeiro encontro.
Raul está na sala de espera de uma das mais avançadas clínicas de reabilitação, espera por notícias sobre o estado de Rita.
No regresso de um jantar romântico de comemoração de dez anos de casados, Raul perdeu o controlo do carro, embatendo numa árvore. Como estavam perto de casa, Rita não colocou o cinto e foi cuspida, saindo pelo vidro da frente do veículo. Depois de dois meses em coma e várias operações a recuperação foi acontecendo lentamente, mas ficaram graves problemas praticamente sem solução.
Rita perdeu os estímulos sensoriais, o seu cérebro deixou de receber e enviar para o corpo as informações necessárias, perdeu a noção da dor, ficou insensível à temperatura, incontinente e também deixou de poder ter filhos, para além de não ter prazer no acto sexual.
Dois anos de sofrimento para ambos, Raul sentia-se culpado pelo acidente, Rita por não ter posto o cinto.
Várias vezes abordaram o assunto, conversando sobre a fidelidade de Raul, Rita consciente que Raul tivesse necessidade de prazer sexual entendia perfeitamente se ele o procurasse, no seu íntimo não gostaria que isso acontecesse.
Raul tinha decidido permanecer fiel ao amor de Rita, sentia que o amor era mais forte que o sexo, ele sempre a amou e continuaria a amá-la com todas as suas forças.

Joca tx



O ponto G

Olá…
Ao ter de esperar vinte minutos pela camioneta, no final do dia de trabalho, cansado e com uma ameaça latente de chuva, decidi matar o tempo na montra do quiosque, vendo a capa das revistas e jornais.
Uma revista masculina chamou-me a atenção, dizia em letras grandes “Descubra o seu ponto G”.
Estes gajos para vender inventam cada uma (pensei eu com o meu botão das calças, por ser o único que tinha).
Com quarenta e dois anos e como ainda não o tinha descoberto, comprei a revista (mais um papalvo). Nem me atrevi a ler na camioneta, ao pé daquela multidão toda, ainda pensavam que era um tarado qualquer à espera de fazer mais uma vítima.
Chegado a casa, nem hesitei, enfiei-me na casa de banho para ler o artigo do tal ponto e fiquei deveras esclarecido. Descobri que, afinal o ponto G também existe nos homens, já sabia que as mulheres o tem e onde o tem. Já tinha ouvido falar que os homens também o tinham, mas ouço falar tanta coisa que não posso acreditar em tudo e depois há a velha máxima de acreditar só no que vejo (tipo S. Tomé) e como nunca o tinha visto...
O ponto G fica numa zona de difícil acesso e o local mais próximo para lhe chegar é através do ânus… sim meus queridos amigos, pelo ânus! É horrível… eu sei. Para ser estimulado, claro está…tem de ser pelo orifício mais sagrado que tenho. Podiam ter posto isso: debaixo do braço, atrás da orelha, no pescoço, na nuca ou noutro sítio qualquer de fácil acesso… no ânus? Nem pensar!
Afinal não sou um anormal com gostos um tanto ou quanto esquisitos ou mesmo excêntricos, mas uma pessoa normalíssima.
Descobri que sempre tive razão, ao afirmar perante todos os meus conhecidos, que o meu maior prazer era (e é) obrar. Posso estar a fazer qualquer coisa que goste de fazer: comer, ver um filme, dormir, trabalhar ou mesmo outras coisas mais, mas tendo vontade… nem olho para trás, tenho de largar tudo e procurar um local apropriado ou não, para o fazer. Nada se compara ao prazer de obrar e talvez seja por isso mesmo que o tenho.
Estava com graves problemas de identidade, algumas vezes pensei em escrever para a “Maria” e contar o meu problema, pensei até se seria bissexual e se poderia engravidar, mas estou a ver que tal não é possível, é mesmo só e unicamente um prazer de saída.
Descobri também o porquê de gostar em mandar bem-mandados uns valentes “quinzes” e bem alto se possível. É que com a vibração ou o impacto, talvez provoquem o tal do ponto “G”

Joca tx


Leite na sopa

Olá…
Há quem diga “É como sopa no mel”, quando uma coisa é boa ou corre da melhor maneira. Não deixa de ser um ditado, porque sopa no mel não deve ser grande coisa.
No domingo de Páscoa, fui convidado, entre outros familiares, para jantar em casa do meu único sobrinho casado. Um convite para jantar no dia de Páscoa é assim um pouco estranho (para mim), mas como tenho de comer alguma coisa, em qualquer lado e não é preciso insistir muito para isso, lá fui acompanhado da minha ilustre família, mais o “pendura” da minha filha.
Ao chegar deparei com o meu sobrinho a acender o lume para fazer o churrasco, pensei logo: “já vai sobrar para mim”, certinho e direitinho.
Não sei porque razão que, sempre que há churrasco e eu estou presente, fico sempre com a tromba aquecida.
Ouvi alguém dizer: “Oh pá… então a carne”
- Está bem entregue! “A mim claro”.
“Sempre que tenhas vontade de entregar a carne a alguém, eu sou a pessoa certa (menos rolo de carne, que fica melhor no forno), gosto de lidar com a brasa."
Bem! Foi uma noite bastante divertida, ri-me tanto, tanto, tanto, que até chorei por duas ou mais vezes. Foi quando contei uma história sobre um homem que trabalhava à jorna e ao ter de arrefecer a sopa disse: “Patrão! A sopa está quente”. Foi mudando de patrão até encontrar um que lhe disse para colocar pão. Eu costumo arrefecer a sopa com uma pinguinha de vinho tinto e pão, menos no caldo verde, como era o caso dessa noite.
O meu cunhado disse alto e com bom som que quando a sopa estava quente, lhe deitava leite… ri-me mais meia dúzia de vezes, pensando que ele estava na tanga, mas não! Os membros do seu agregado familiar, disseram que era verdade. Leite na sopa… que horror.
Depois de vários e-mails trocados entre nós sobre o melhor arrefecimento da sopa, chegamos à conclusão que cada um arrefece a coisa como quer e como lhe bem apetece.
Gosto muito de leite, bebo meio litro por dia, mas com café, cevada, mel ou cereais, agora com sopa… tu és tolo!

Joca tx


Operações

Olá…
Operação é uma palavra muito complexa, utiliza-se em variadas vertentes de um vasto leque de situações, particulares, públicas ou mesmo abrangendo “massas”.
Uma qualquer intervenção cirúrgica e uma simples conta de somar, são dois exemplos disso mesmo.
O termo operações é usado em situações de guerra, catástrofes naturais ou causadas por erro humano, são chamadas de “operações de salvamento”, tenta-se a todo o custo, resgatar com vida, vidas humanas que poderão perecer: soterradas, afogadas, queimadas, etc.
As operações que me levam a escrever estas palavras, são as operações policiais, não aquelas buscas a entidades ou empresas, à procura de falcatruas ou desvio de valores, mas sim as operações: Carnaval, Páscoa, Férias e Natal.
Tudo que seja noticiários (televisão e rádio), abrem com a seguinte noticia:
- “Está no terreno a operação (Páscoa). Mil e duzentos efectivos da GNR e de outras forças policiais patrulham as estradas portuguesas e…”
- “… Morreram mais duas pessoas na estrada nacional (x), o que eleva para doze mortos, só nos primeiros três dias da…”
Fui convidado para ir jantar a casa de um amigo, um cozidinho à portuguesa, mas tinha de percorrer treze km…Não fui! Preferi ficar em casa e comer uma omeleta de salsicha … Fazer parte da estatística? Nem pensar!
O meu vizinho de frente pediu-me um kg de arroz emprestado, teve medo de ir às compras pela mesma razão. O pânico está instalado.
Noto alguma “tristeza” no jornalista, quando no primeiro dia de uma dessas operações não há nenhum morto, … “pode ser que logo haja!”
Oxalá isto não aconteça, mas se o número de mortos começar a diminuir, ou muito me engano ou os “média” vão começar a dar formação a voluntários “Kamikazes”, que a troco de uns cobres, vão para a estrada munidos com máquinas de filmar, para obterem as melhores imagens no momento do choque.
Eu talvez tenha exagerado um pouco, mas eles (média, tenentes e capitães), também exageram, bombardeando quase de hora em hora, com informações de meter medo.

Joca tx


Obrigações

Olá…
É certo e sabido, que não há ninguém que goste de ser obrigado a fazer algo contra a vontade, a não ser os “sadomasoquistas”, que adoram ser torturados e sei lá o que mais. Coisas há, que são meras obrigações úteis e para nosso bem, como por exemplo: Ir à escola, respeitar as leis cívicas de bons cidadãos (devíamos), respeitar o código de estrada (devíamos) etc.
Estamos obrigados por lei ou moralmente, a respeitar para também sermos respeitados e contribuir para o bom funcionamento da sociedade.
É terrível quando somos obrigados a actuar ou fazer algo contra a nossa vontade, imposta por alguém que não olha a meios para obter: Poder, prazer, subir na vida ou pura e simplesmente, fazendo de nós uns inúteis ou nos remetem ao mais insignificante ser que existe à face da terra, por exemplo:
Pais que violam filhos ou aceitam que sejam violados e maltratados.
Filhos, que para obterem dinheiro para diversos fins, maltratam, roubam e espancam os pais, muitas das vezes em idade avançada e sem se poderem defender. Maridos que espancam vezes sem conta as suas esposas. Patrões que exploram empregados de diversas formas, monetária, verbal e até sexualmente.
Claro que existem muitas mais “injustiças” para serem relatadas, mas por imposição (obrigação), tenho que poupar nos caracteres.
Há obrigações feitas com diplomacia e com algum moral à mistura. Obrigações que não são propriamente impostas pela força, mas! … “Se o fizesses, eu ficava contente”…”O teu pai (ou mãe) quando chegar vai gostar de saber que o fizeste”. Chantagens por vezes úteis (quem tem filhos sabe que por vezes temos de usar essa manha).
Nós pais, somos obrigados a investir na educação e formação dos filhos e certas obrigações são “quase impostas” por eles.
Fora as obrigações escolares, hoje em dia temos disciplinas ou modalidades paralelas, que acompanham a boa formação dos filhos, por exemplo: Natação, música, ballet, desporto (prioritariamente, futebol e artes marciais), etc.
Não somos obrigados a comprar todos os apetrechos necessários para o seu desempenho, mas! … “Se o não fizermos!”…Às vezes (por mim falo), até temos bastante orgulho nisso.
Para podermos investir em tudo isto, somos ou estamos obrigados a “dar o corpo ao manifesto”.
Existem muitas outras obrigações, politicas, religiosas e afectivas, obrigações que devíamos respeitar mais, nunca faltar ao respeito a quem amamos, gostamos ou mesmo por quem temos uma simples amizade.
Somos obrigados a respeitar o próximo.
Obrigado.

Joca tx


Que rico bujão

Olá…
Nem sempre fui de grande esperteza, sabedoria, nem bom conselheiro para ninguém, o que agora sou e sei, em parte devo-o ao meu grande amigo, mentor e guru, o chefe da Papua. Com ele aprendi muitas coisas e muitas coisas não teria feito se o tivesse conhecido antes de as fazer.
Não devia contar isto nem ao meu melhor amigo, mas como não tenho emenda… cá vai!
Com dezanove anos, ainda com aquela mania que sabia tudo e mais alguma coisa, e, mesmo se não soubesse, não queria explicações ou instruções, eu mesmo faria nem que fosse à lei do mais forte ou “ou vai ou racha”.
Num dos passeios que fiz no meu Renault 12 TS (sinceramente penso que estas iniciais querem dizer “Turbina Silenciosa”, mas ninguém acredita) com a minha família e se a memória não me falha foi a Vila de Conde, onde entre outras coisas, visitamos a igreja em forma de barco, hoje um pouco ultrapassada, mas naquela altura levou milhares de pessoas a admirar a sua arquitectura. Nas imediações da igreja existia uma estrada em obras com alguns paralelos soltos, com grande pontaria, passei por cima de pelo menos um, eu queria acertar em mais, mas só um é que fez o estrago. Fiquei com o depósito de combustível amolgado e a bóia de nível deixou de funcionar. Estrago esse que por duas vezes me obrigou a andar alguns km a pé em busca de gasolina.
Passado algum tempo fiz um projecto com régua e esquadro, marcando um domingo, dia de festa na “santa terra” de onde os meus pais eram naturais.
Como não sabia a gasolina que tinha, no dia antes (sábado) resolvi abrir o bujão para retirar a gasolina. Munido de dois recipientes de capacidade para dez litros cada, lá fui para debaixo do bólide armado em especialista a abrir bujões. Naquele momento antes me tivesse dado uma forte dor nos ovários, daquelas que não me pudesse mexer, mas não, correu tudo como planeado e lá desapertei o bujão, desapertei não! Tentei desapertar!
- Aí é… não sais a bem, sais a mal!
Fui buscar uma lata de espinafres e… pumba!
- Anda cá bujão que já trato de ti…
Ao empregar força necessária para o abrir, ele em vez de desapertar, trouxe com ele a rosca interior do depósito e a gasolina começou a sair, tinha acabado de fazer asneira, rebentando com o bujão do depósito.
- “Já não vai haver passeio amanhã”… pensei eu…”estavas tão bem quietinho”.
A gasolina continuava a sair, com quase vinte litros fora, fui buscar mais uma bacia para aparar o resto, só que o resto ainda vinha longe. Estava debaixo do carro, agarrado ao bujão para a gasolina não sair e com os recipientes cheios. Coloquei o bujão numa posição que pouco vertia e fui a correr buscar mais vasilhame.
Estava todo encharcado de gasolina, o chão da garagem nem se fala, ao todo tirei mais de cinquenta litros.
Tirei o depósito fora para ser soldado, o chapeiro disse que tinha que ser muito bem lavado e pelo menos dois dias tinha que estar de molho em água.
Lá se foi quase uma semana sem carro e ainda por cima, teve de ser soldado com prata.
Por isso mesmo é que digo… “que rico bujão”.
A partir desse dia nunca mais quis abrir bujão nenhum, ficou-me de emenda.
Joca tx


A minha primeira vez

Olá…
Há ou existe uma primeira vez para tudo, pelo menos é assim que reza a história e ouvimos esta frase muitas vezes ao longo da nossa existência.
Algumas “primeiras vezes”, não temos ideia quando, onde e com quem, outras nunca mais as esquecemos, boas ou más, ficam sempre marcadas na nossa memória.
Não me lembro do primeiro choro, do meu primeiro dente, da primeira vez que comi frango assado ou alheiras de caça e até da primeira vez que utilizei papel higiénico sozinho. Lembro-me do primeiro dia de escola, do primeiro beijo e do primeiro dia de trabalho. Lembro-me também da primeira vez daquilo que pensaste quando leste o título e é isso mesmo que vou contar, não sei se me irá trazer algum dissabor, mas penso que não.
Tinha dezoito anos e foi dentro de um “carocha”, a pessoa que estava comigo era bastante mais velha que eu, não era simpática e cheirava a tabaco, para começar, o raio do banco não corria, o que deixava pouco espaço para desenvolver o meu desempenho, como primeira vez… já estava a correr mal.
Disse-lhe que era a primeira vez que estava numa situação daquelas e o pouco que percebia, era de ter visto fazer, mas ela pouco se importou com isso.
A coisa começou a desenrolar e os reactores a aquecer, fiz-me a ela, ofegante e nervoso, tremia como varas verdes, mas, sempre firme, para a frente é que é o caminho.
Eu não devia estar a fazer aquilo correctamente, se com o entusiasmo impunha um ritmo mais acelerado, ouvia a voz antipática dela ”mais devagar”, se diminuía o ritmo, “mais depressa”, estava a ficar farto e desiludido, ao fim de vinte minutos estava mortinho que aquilo terminasse.
Como primeira vez, estava a ser horrível, Pensei que o erro era meu, pois várias vezes tinha falado com colegas e todos eles diziam que a primeira vez tinha sido espectacular.
Quando terminei, "explodi" de alegria, saí do carro e fui para casa calado, mudo e sem dizer uma única palavra.
A minha mãe veio ao quarto e perguntou:
- Então! Correu bem?
- Nem por isso… nunca mais lá vou!
- Vais ver que amanhã corre melhor…
Mãe é mãe, os conselhos da mãe são sempre bons e devemo-los seguir... foi o que fiz. Mas a segunda vez também não correu bem, nem a terceira e nem a quarta. Fui à secretaria pedir para trocar de instrutor e a partir desse dia foi tudo maravilhoso, passei no código e na condução à primeira sem errar nada.
Joca tx


Novamente apaixonado

Olá…
Não sei se é genético, influencia dos astros ou outra coisa qualquer, só sei que me apaixono muito facilmente e neste momento estou novamente apaixonado.
Foi mais forte do que eu, não estava à espera que me voltasse a acontecer tão rapidamente e da maneira como tudo se foi desenrolando.
Entrei no restaurante e lá estava ela de costas para mim. Assim que a vi fiquei maravilhado, tinha um rabo atraente e a parte convexa um espectáculo.
Esperei que ficasse a sós para lhe fazer companhia, o que veio a acontecer.
Pedi autorização para me sentar perto dela e comecei a falar algumas coisas que tinha ensaiado enquanto esperava, normalmente não costuma dar certo as conversas antecipadas, mas desta vez estava a bater certinho e a correr às mil maravilhas. No final da refeição convenci-a a vir comigo fazendo-me companhia o resto da viagem.
Por norma a Furu é sabedora das minhas paixões, algumas levo-as mesmo para casa, um pouco contra a vontade dela, mas como me ama… tem sido sempre compreensiva e lá vai aceitando as várias situações em que me meto.
Desta vez foi a gota de água, mal entrei em casa, olhou para mim e disse:
- OUTRA! Já não aguento mais…
- Só mais uma… é a ultima…
Eu tinha a certeza que esta era a ultima vez que isto me iria acontecer, mas a Furu não entendia assim. Abriu a gaveta das colheres de sobremesa e disse:
- Tens a certeza que essa é a última?
Realmente já não havia mais espaço para outra paixão.
Joca tx



O Raio de sol

Olá…
Normalmente quando vou trabalhar, saio de casa à mesma hora (mais minuto menos minuto). As pessoas e os veículos que vou encontrando são praticamente os mesmos e nos mesmos sítios, por vezes se os vejo antes ou depois do sitio normal, olho logo para o relógio.
Todas as manhãs vejo um homem, que apanha o comboio para ir trabalhar, tem aproximadamente 1.90 m, 140 kg e ronda os quarenta anos de idade. Sempre vestido de escuro, usando um sobretudo grosso e na mão uma pasta, talvez leve a marmita com o almoço. É uma pessoa soturna, com traços rudes, ar carrancudo, olhos encovados com as sobrancelhas salientes e o cabelo quase rapado, como se de um lutador de boxe se tratasse e o olhar penetrante que tem, sinceramente mete medo.
Num final de dia, por volta das 19.30 horas, vejo-o a sair da estação. Estaciono o carro e sigo-o a pé na esperança de ver onde mora (…talvez numa casa assombrada… penso eu). Ao fim de vinte minutos de uma lenta perseguição, vejo aquele indivíduo dirigir-se para uma moradia onde brincavam duas crianças do sexo feminino, com talvez oito e dez anos, que, ao vê-lo, correram para ele e chamaram-lhe “papá”.
Parecia que se tinha transformado, continuava com os mesmos traços, mas tinha um sorriso que nunca lho vira antes. Agarrou as crianças, uma em cada braço depois de ter pousado a pasta e quando os colocou no chão, foi ao bolso e retirou dois minúsculos chocolates dando um a cada. Na porta, vendo toda esta cena, estava uma mulher, feliz por tamanha visão.
Aquele homem soturno para mim, é um raio de sol para aquelas crianças e para a sua esposa, para a sua família não tem nada de rude, soturno nem carrancudo.
Eu vejo aquele homem com os olhos, eles vêem-no com o coração.
Joca tx


Bufas e escovas

Olá…
Situações há, que tentamos manter uma conversa com pessoas conhecidas ou não, para passar o tempo ou quem sabe até travar conhecimentos de várias áreas que não as nossas. Algumas dessas conversas até chegam a ser interessantes e instrutivas, outras nem por isso e foi o que me aconteceu esta semana.
Estava sentado ao balcão, pronto para comer a minha dose de entrecosto (era mais meia), quando no lugar ao meu lado, aparece vindo não sei de onde, um colega de trabalho de outra empresa que não a “minha”.
Começamos a conversar e fui perguntando por colegas meus conhecidos, que trabalham na empresa dele e que já os não via há imenso tempo. Comecei pelo Almeida, diz logo ele de seguida:
- Quem? O bufa?
- Sei lá se ele é bufa!
- É… É…é um bufa do c******!
Para tentar desviar a conversa, pergunto pelo Silva.
- Outro bufa! – Diz logo sem pestanejar…
- O Silva! Deves estar enganado…
- Antes estivesse! É um bufa do c******!
Se existiam dois bufas, os outros não deviam ser, por isso perguntei pelo Cardoso, mais valia ter estado calado.
- Esse é escova! Ele e o filho!
- O Paulo? Deves estar enganado, já falei muitas vezes com ele e não me pareceu má pessoa, mas tu é que sabes.
- Há pois sei…oh se sei!
- bem pelo menos o Teixeira é um…
- O Teixeira? É um escova do pior!
O almoço nunca mais acabava, mas se um dia precisar de escovas, já sei onde me dirigir.
- É como o David… – diz ele
- Nem quero saber, vais já dizer que é bufa ou escova…
- Não! Esse é queixinhas, “olha que vou fazer queixa ao Luís”- diz ele com a voz típica das queixinhas.
Já nem quis tomar café, só para não ter de ouvir mais desabafos sem qualidade, estava a pagar e diz ele muito depressa com a boca cheia:
- E o Canelas…o Luís (patrão) é o padrinho da filha dele…
Saí e nem quis ouvir mais.
Pelo menos naquela empresa não deve existir pó, com tantos bufas e escovas…
Joca tx





74 €…até não é muito

Olá…
A minha factura de energia eléctrica (EDP), ao fim do mês é de 74 €, não por débito directo, mas uma mensalidade fixa. Na realidade achava um pouco exagerada, mas recentemente recebi o acerto anual que me deixou satisfeito, tenho a receber 42.14 €.
Foi ai que me lembrei de fazer uma comparação com o tempo de quando eu era pequeno, para melhor dizer e melhor ficar, não é pequeno mas sim mais novo, no tempo da minha infância.
Não sei quanto os meus falecidos pais pagavam por mês, não me recordo, mas fazendo uma comparação com os dias de hoje, de certeza que era muito menos, senão vejamos os aparelhos que tínhamos que consumiam energia:
- Um motor para tirar água do poço para encher três depósitos com capacidade de duzentos litros cada e um motor para tirar água choca da fossa, antigamente não havia saneamento e regava-se a terra (hoje chamam-lhe culturas biológicas), uma televisão, um rádio gravador de cassetes, um forno para o assado de domingo (quando era assado), um frigorifico, ferro de engomar e um ferro de engomar velho, utilizado para queimar creme e que me lembre, não existia mais nada. Oito aparelhos apenas e dois deles poucas vezes eram utilizados. Não esquecer que éramos sete pessoas.
Hoje somos quatro cá em casa e vamos ver quantos aparelhos temos:
- Um forno grande e um pequeno, microondas, um computador e dois portáteis, torradeira, picadora 123, fritadeira, aspirador, quatro carregadores de telemóveis, dois carregadores de pilhas, faca eléctrica, máquina de aparar a barba, um combinado, frigorifico, arca vertical, máquina de pão, varinha mágica, batedeira, três televisões, três rádios e um hi-fi, cilindro, esquentador eléctrico, ferro de engomar, exaustor, máquina de café, fervedor de água, máquinas de lavar louça e roupa, máquina de secar roupa, abre-latas, secador, guitarra e amplificador, desumidificador, ventoinha (só de verão), ferro de queimar creme e meia dúzia de lâmpadas acesas quase sem necessidade.
Quase meia centena de aparelhos, fora quando é preciso e não são poucas as vezes que são utilizados, máquinas de furar, costura, tico-tico, serra de cortar madeira, rebarbadora e já estou cansado de tanto pensar onde tenho que guardar isto tudo.
Se fizer bem as contas 74 €…até não é muito.
Joca tx



Morte aos 27 anos



Olá…
Jovens, músicos, famosos, ricos e todos morreram aos 27 anos de idade. Mera coincidência?
O que afinal levou à morte Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison?
Não existe uma resposta lógica, mas segundo um grande amigo meu, que anda metido nessas coisas de “tantras ou mantras”, o número 27 significa a transição de mais um estágio ao marcar mais uma passagem das nossas vidas e o amadurecimento da alma (?). Nesta época é comum o casamento, as mudanças profissionais e para alguns até a morte física. O especialista em numerologia meu amigo, o mesmo das mantras, revela ainda que a cada nove anos, os indivíduos começam um novo ciclo. Ter 27 anos quer dizer que a pessoa entrou num terceiro período e o número 3 está relacionado com o divino, ou seja, o encontro com Deus.
Frederick Heath, é o primeiro da lista macabra, mais conhecido como Johnny Kidd . Um dos pioneiros do rock inglês, morreu num acidente de carro (em 1966) aos, nada mais, nada menos, 27 anos de idade. Três anos após o acidente de Kidd, Brian Jones , 27 anos na época, foi encontrado morto, a boiar na piscina de sua casa. Apesar da fama e fortuna conquistadas com o sucesso da banda Rolling Stones, o músico entrou no mundo das drogas e saiu do grupo em junho de 1969. Um dos casos mais famosos de morte aos 27 anos é o de Jimi Hendrix. Em 1970, o guitarrista morreu (provavelmente) sufocado pelo seu próprio vómito, motivo… (overdose). Considerada a maior cantora branca da história dos blues, Janis Joplin também deixou de viver aos 27. No auge da carreira, a intérprete teve uma overdose de heroína, no Landmark Hotel em Los Angeles. Na lista aparece ainda Jim Morrison , vocalista do The Doors. Uma nova versão dá conta da morte de Morrison numa casa nocturna em Paris, depois de ter comprado uma dose de heroína a dois traficantes, teria morrido na casa de banho da própria casa nocturna e posteriormente levado para o seu apartamento. A versão oficial diz que o cantor foi encontrado morto na banheira do seu apartamento em Paris. Segundo relatos, Morrison acordou de madrugada com excesso de tosse e dores no peito. Na manhã seguinte, a sua namorada deu com ele estirado no chão da casa de banho (em 1971). Os exames apontaram um ataque cardíaco. Sempre houve a desconfiança de overdose.
O excesso de drogas tirou também a vida de Gary Thain, ex-elemento dos Uriah Heep. Embora muitos acreditem que ele tenha morrido devido a um choque que levou num espectáculo em Setembro de 1975, na realidade, a causa da morte foi uma overdose de heroína aos 27 anos.
Outro a morrer com 27 anos, foi o lendário líder da banda Nirvana, Kurt Cobain. Kurt suicidou-se no auge da fama com um tiro de espingarda na cabeça. O corpo foi encontrado por um electricista que arrombou a janela do apartamento do músico, após desconfiar que havia algo errado. Ao lado do cadáver foi encontrada uma carta, escrita com tinta vermelha, endereçada para a mulher e a para filha.
Como sabia que algumas personalidades tinham morrido aos 27 anos, fui pesquisar encontrando mais, que não fazia ideia que tivessem existido, por isso mesmo e para não haver problemas de plágio, alterei parcialmente o texto do site:
http://vicenteadeodato.blogspot.com/2007/07/morte-aos-27.html
Deixei as hiper ligações para se quiseres pesquisar...
Eu consegui passar a faixa etária dos 27 anos, foi difícil, mas consegui.
Se ainda não passaste dos 27 anos, tem cuidado…
Joca tx

O locutor da rádio

Olá…
Existem várias situações em que falamos com alguém ou ouvimos alguém falar sem conhecermos quem está do outro lado, normalmente imaginamos como será essa pessoa, a imaginação funciona sem pedir autorização.
Duas situações em que isso acontece são: o telefone e pela internet, que, mesmo havendo fotos, elas poderão ser falsas.
Corria o ano de 1973, na cidade de Sá da Bandeira (hoje Lubango) em Angola.
com apenas dezasseis anos, Rosa não perdia um único programa do rádio clube, apresentado pelo locutor “Carlos Marinho”, não que o programa em si fosse especial, era um programa como outro qualquer, a única coisa que marcava a diferença era a voz. Rosa estava fascinada com a voz que saia do pequeno aparelho, fascinada é pouco elucidativa para descrever a paixão que tinha por ela. Rosa amava aquela voz, entrava de tal maneira no seu jovem corpo, que a fazia vibrar cada vez que a ouvia, imaginava quem estaria do outro lado, o homem ideal, alto, bonito, meigo, louro e de olhos azuis.
Existia um passatempo onde ofereciam um disco como prémio, a quem pelo telefone, respondesse correctamente a uma pergunta, prémio que seria entregue pelo próprio locutor. Tantas vezes Rosa tinha tentado que um dia lhe saiu a sorte grande. O nervosismo e a euforia tomavam conta de Rosa ao ficar cada vez mais perto o dia da entrega, era tudo aquilo que ela queria e não via a hora desse dia chegar. No tão esperado dia, ao chegar ao rádio clube, explicou o motivo da sua presença, mandaram-na esperar numa salinha ao lado e que viria alguém para lhe entregar o prémio, mas ela insistiu que, já que ali estava, queria ver e conhecer pessoalmente o Sr. Carlos Marinho, por gostar muito de o ouvir.
Sentada a um canto, Rosa esperava com o coração aos pulos, o momento inesquecível, talvez o melhor e o mais aguardado momento que alguma vez sonhou.
Entrou na sala um homem baixo, cabelo escuro, grande e ondulado para trás, tinha uma perna mais curta vinte centímetros, usando um sapato com uma sola que nunca mais acabava, que mesmo assim ao caminhar, parecia o pêndulo de um relógio de parede e ou a cara dele estava em obras, ou de bonito não tinha mesmo nada. Ela ainda perguntou que queria ser atendida pelo Sr. Carlos…mas ouviu logo um “sou eu! a menina é muito bonita!”.
Rosa não queria acreditar no que se estava a passar, “meu deus... isto não é real” “não pode ser real”, pensou ela.
Naquele momento não foi propriamente o aspecto daquele homem que a desiludiu, foi o balão que encheu e rebentou, sem que pudesse brincar com ele, foi o castelo de areia que construiu à beira do mar, em que uma onda o derrubou, sem que ela tivesse tempo de ter tirado uma fotografia, foi uma nuvem de algodão doce que caiu no chão, sem que tivesse tirado e metido na boca um único pedaço, foi a neve que derreteu, sem ter tempo de ter feito um boneco e foi uma estrela cadente que caiu, sem ter assistido ao seu percurso.
A desilusão tomou conta de Rosa de uma tal maneira, que ainda hoje diz “voz bonita, cara feia e corpo desconchavado”.
Esta história é real, poderia ter acontecido noutro local qualquer e com qualquer outra pessoa.
É dedicada a uma pessoa que recentemente conheci na escola, na minha turma do 12º ano, um beijo muito grande para ti… “ROSINHA”
Joca tx


O terceiro elemento

Olá…
As juras ou promessas de amor eterno fazem parte de todos (?) os casais de namorados. Quando estamos apaixonados dizemos coisas loucas, por vezes existem reacções meias anormais, um estado de estupidez (no bom sentido) meio aluado, tipo navegar sem barco ou mesmo voar sem termos asas, mentalmente andamos afectados, atrasados, distraídos e sempre cheios de fome por coisas doces ou salgadas.
Algumas das promessas são: “vamos ser diferentes de todos os outros casais” “não vamos cair na monotonia nem na indiferença” “vou desejar-te e amar-te sempre… durante toda a vida”. Com o passar dos anos muitas vezes isso não acontece, influências do stress dos empregos ou da falta deles, dos filhos, dos horários descontrolados e de uma série de situações da mais variada espécie.
No meu caso particular e antes que isso viesse a acontecer, a Furu por iniciativa própria, decidiu e resolveu introduzir um novo elemento na nossa vida intima, elemento esse do sexo feminino e muito meiguinha. Não queria acreditar no que me estava a acontecer, no princípio pensei que a Furu estava com os fusíveis queimados e estava pouco receptivo à nova situação. Com o decorrer do tempo comecei a compreender que foi muito bom ter acontecido e optei por comprar um somier e um colchão com 1.60 cm de largura, para cabermos os três bem à vontade. Quantas vezes acordo durante a noite, com ela em cima de mim querendo brincar e por vezes até me arranha todo.
Como é bastante jovem, está a tomar a pílula para não engravidar, lá nisso temos o máximo de cuidado, uma ou mais bocas para alimentar nesta altura do campeonato… não é muito favorável.
Tem sido muito bom e recomendo a todos uma experiência como esta.
O meu filho também a leva para o quarto dele, já a lá fui buscar algumas vezes, não havendo ciúmes de parte a parte, ele tem dezasseis anos e sabe perfeitamente como encarar essas situações.
Se por acaso a tua relação está a cair em monotonia, já sabes! Introduz um terceiro elemento, seja ele de que sexo for.
Joca tx

Peixe também marcha

Olá…
Anteriormente disse que o peixe também fazia parte da minha roda alimentar, como não deixa de ser verdade, aqui estou pronto para o fazer.
Realmente nem só de carne vive o homem, o peixe também é bom, faz bem e faz falta para uma alimentação saudável, pena que esteja um pouco caro, para se intercalar refeições de peixe, o orçamento sofre um pouco mais.
Adoro bacalhau, quem não se lembra da música do Quim Barreiros, “Maria… quero cheirar teu bacalhau”. De facto a Maria devia ser boa cozinheira, para cheirar assim tão bem "o bacalhau", gosto do cheiro e do sabor do bacalhau, seja ele como for, grande ou pequeno, cozido ou assado, frito ou com natas e boroa, à lagareiro e até cru. Quem é que não gosta de uma punheta bem feita como manda a sapatilha, umas azeitonazinhas e cebola crua a acompanhar?
Já comi uma discodoris afromaculata, mais conhecida por vaquinha, mas não gostei, penso até que me fez mal aos intestinos.
Comi algumas viúvas, algumas jovens e muito carnudas, mas uma vez comi uma já um pouco moída e deixei de as comer.
Como não gosto de comer peixe começado por x, xaputa está fora de questão, embora seja conhecida por “Brama Brama” é um peixe mesopelágico da família bramidae e pode ser encontrada a cerca de mil metros de profundidade (tão fundo?), alimenta-se de cefalópodes antípodes e krill.
Gosto mais de uma boa sarda, normalmente começo pelo rabo e acabo por lhes chupar a cabeça.
Na qualidade dos peixes incluo-o também os mariscos e gosto muito de marisco, berbigão, camarão e sobretudo as amêijoas, se queres saber como se come uma boa amêijoa lê o texto “porco à alentejana”.
Aquele que mais adoro, para mim o de eleição, o da máxima preferência pessoal, como não podia deixar de ser é o linguado, adoro um bom linguado, feito por alguém da minha inteira confiança, é preciso ter muito cuidado com os linguados e nem toda a gente os sabe fazer da maneira que eu gosto, com molho quanto baste e bem temperadinho é de comer e chorar por mais.
Joca tx




O tamanho é ou não importante?

Olá…
Há uns meses atrás começou um programa de entretenimento num dos canais da nossa televisão, apresentado pela Teresa Guilherme, tão depressa começou como acabou, sendo emitido apenas dois ou três programas.
Ao concorrente foram feitas algumas perguntas do foro íntimo, uma das perguntas foi se gostaria de ter um pénis maior.
O concorrente depois de sorrir, bufar duas ou três vezes a olhar para o teto do estúdio como quem diz “tirem-me deste filme”, lá respondeu que sim.
Tirando uma grande parte de africanos e uma pequena parte de caucasianos, quem é que não gostaria de ter um pénis maior? Todos!
Isto não é pergunta que se faça a um homem, “até nem é muito pequeno e funciona, mas um grande!”…era sempre um grande, causando grande impacto nos balneários públicos ou noutra situação qualquer, sinal de virilidade e respeito por todos.
Situação idêntica tem o lado feminino, pergunto eu…qual a mulher que se sente satisfeita com os seios que tem? Ou são pequenos, um é maior que outro, descaídos, afastados, mamilos metidos dentro ou pouco salientes, o tamanho da auréola, etc. Poucas são as mulheres contentes com o tamanho dos seios, por isso estamos em pé de igualdade, mas gostava de saber ou não, qual o tamanho ideal para estas coisas, se é que existe. O ideal é sentirmo-nos bem com o que temos. Ao tamanho também se pode associar a quantidade ou qualidade e brevemente falarei disso.
Joca tx




Fã ou adepto… cada vez menos

Olá…
Desporto, politica e religião, são temas que por muito que tente, não sou grande coisa a entender, avaliar ou mesmo opinar, tenho as minhas convicções e ideologias, mas não passam disso mesmo e como já tenho feito algumas excepções, vou dar uma opinião muito pessoal sobre a selecção de todos nós.
Fui contra a inclusão do “Deco” na selecção nacional, mas como a minha opinião não tem valor para quem manda nestas coisas, nem tão pouco fui contactado para o fazer. Não tenho nada contra os jogadores brasileiros, muito pelo contrário, acho que são fabulosos, tecnicamente do melhor que há e estão espalhados por todos os cantos do mundo a mostrar o seu futebol, não só jogadores como treinadores.
Lembro-me que no princípio dos anos oitenta, “Enzo Shifo”, jogador italiano, jogava num clube belga e pela selecção belga, começando pelas camadas jovens,mas a sua naturalização não foi feita à pressa como parece ter sido estes casos.
Para juntar mais um à festa, foi a vez do “Pepe”, um é muito… dois é demais! Por favor! Onde é que isto vai parar…
No meu entender, uma selecção nacional tem forçosamente de ser constituída por jogadores exclusivamente do próprio país de nascimento ou por circunstâncias da vida, terem nascido noutra nação.
O caso do Deco e do pepe não foi bem assim, foram legalizações feitas com o seu grau de interesse ou segundas intenções, legais pelas leis do nosso país, mas em termos desportivos…sou contra.
Como não há duas sem três, agora querem e está tudo encaminhado para que isso aconteça, que o “Lierson” também faça parte da selecção das quinas. Isto sinceramente dá-me vontade de rir, quem virá a seguir?
Qualquer dia temos um ou dois jogadores portugueses e o resto dividido por brasileiros, argentinos, russos, checos, etíopes, nigerianos e sei lá que mais.
Antes quero uma selecção mediana com portugueses, que uma de grande nível sem portugueses.
Espero que não me aches xenófobo ou outro nome qualquer, apenas é uma opinião de quem pouco percebe destas coisas.
Joca tx


O chefe da Papua

Olá…
Quem é o chefe e porquê a Papua Nova Guiné e não outro sitio qualquer?
Ora bem! O chefe da Papua é um personagem virtual que criei para dar mais ênfase às minhas histórias, apenas isso e nada mais que isso.
A Papua Nova Guiné é mais complicado, mas sei que vais compreender sem muito esforço.
Adoro a palavra Guiné, não sei porquê, mas também não quero pensar muito nisso, tenho coisas melhores para pensar e imaginar.
Tinha três países com nome Guiné para escolher, a Bissau, a Conacri e a Papua.
Como primeira escolha tinha a Bissau, pais africano com ligações a Portugal pela ocupação militar a que foi sujeita, mas existe um contra muito grande, o vento forte que assolava aquela região que me estava destinada para passar férias ou recarregar baterias, mesmo virtualmente o vento é desagradável.
A Conacri, não me pareceu bem, o seu nome não é sonante quanto baste para dar credibilidade a tudo que diga ou possa dizer, sobre tudo e mais alguma coisa, podendo mesmo ser considerado banal. Também pela morte do presidente Lansana konté, um militar muito meu amigo, juntos fizemos umas valentes tainadas em algumas caçadas e safaris. Outro motivo em desfavor foi a junta militar ter nomeado para o cargo de primeiro-ministro o Kabine Komara, pessoa rude, com um sinal no dedo grande do pé esquerdo, não gostava de mim por eu ter mais pontaria do que ele. Por fim e não menos importante, a língua oficial é a francesa, em Conacri fala-se francês.
A Papua Nova Guiné é um nome muito giro, pertence à Oceânia, ocupa a parte oriental da ilha “Nova Guiné”, a segunda maior ilha do planeta terra e fica situada na Melanésia. Port (Porto) Moresby é a capital da Papua Nova Guiné e fala-se a língua de sua majestade. Por fim e não menos importante, é a terra do meu grande amigo “o chefe da Papua”, do seu irmão e daquelas moçoilas jeitosas que dançam o hula-hula com uns colares de flores pendurados no pescoço e nada de wonderba.
Joca tx


Algo mais sobre a amizade

Olá…
Pensando bem, acho que tenho que focar mais qualquer coisa sobre a amizade.
A língua inglesa está correctíssima ao empregar as palavras boyfriend (namorado) e girlfriend (namorada). Se reparares bem, a tradução mais correcta é rapaz amigo e rapariga amiga. No fundo o namoro devia ser um conhecimento e uma preparação com destino a um percurso difícil, mas necessário na vida de cada um de nós, quer através do matrimónio ou de outra situação qualquer. Essa preparação e conhecimento é nada mais nada menos que uma forte amizade e sem amizade não pode existir amor.
A amizade é o alicerce do amor.
Entre um casal ou uma outra situação, pode existir atracção física, sexual ou outras de várias espécies, mas se não houver amizade, um pequeno vento ou tremor de terra, e ao longo da vida existem muitos, vai tudo por água abaixo, que é o que acontece muito hoje em dia. Muito por culpa da vida acelerada em que vivemos, pelas más influências televisivas onde tudo é uma “curte”, vive-se o momento e o amanhã que se lixe…e quando acaba o que fica? Nada…absolutamente nada!
A amizade é o principio, o meio e o fim, é o que da sabor à nossa vida e não é só em Valadares, à beira mar, que se fazem amizades, em Argoncilhe e seixezelo como noutro sitio qualquer, podem existir grandes amizades, tens é de ter muito cuidado, pois andam por ai muitos lobos com pele de cordeiro, esperando uma oportunidade de te dar uma trinca.
Joca tx


Amizade

Olá…

Amizade é uma palavra muito complicada, não existe nenhuma máquina para medir o grau de intensidade, nem se sabe muito bem ao certo onde começa e onde acaba. Pode ser interpretada com vários sentidos e sentimentos e para haver amizade com letra grande, forçosamente tem de existir amigos, que também é uma palavra muito complicada e não é fácil ter amigos. Quando falo em amigos, não é daquelas rápidos, daqueles que ao fim de duas horas e pouco mais já são amigos…”amigos coisa nenhuma”. Por vezes existem colegas de longa data a quem não consideramos amigos, falta-lhes aquela coisa que os amigos têm.
Tenho poucos, mas bons, daqueles que não preciso de os avisar que vou a sua casa e nem pergunto se posso…vou mesmo. Daqueles que se vierem a minha casa, não preciso de os fazer esperar à porta para fazer a cama, arrumar a sala ou meter a louça na máquina e daqueles a quem não dou nem recebo prendas caras ou baratas, pelo natal nem em data nenhuma. Daqueles que não preciso de os visitar todas as semanas ou periodicamente, mas sempre que são precisos estão lá e a amizade para mim é isso…”estar lá”. Por vezes nem é preciso grande falatório, basta a companhia, a presença e o espírito de camaradagem.
Os amigos podem ou não ser familiares, existe amizade com pessoas sem laços familiares e família que é apenas isso mesmo…família.
Tenho amigos na família e fora dela, mas há uma coisa muito importante, para se ter amigos, primeiro temos de o ser, é preciso saber ser, fazer e estar. Temos de saber escolher e apostar nas pessoas certas, porque com aqueles que, por qualquer motivo não podemos criar laços mais fortes, fiquemos só por uma simples amizade de colegas ou de outra coisa qualquer.
Respondendo sinceramente…”eu acredito na amizade”.
Joca tx




Enfiar a cabeça

Olá…
Estava acampado em Vouzela, parque onde acampei durante muitos anos, onde passei bons momentos na companhia da minha família, alguns já relatados e outros por relatar. Neste belo dia levantei-me pelas 6.30 horas, tomei o pequeno-almoço e já estava preparado para ir dar a minha caminhada matinal, quando por entre o barulho do chilrear dos pássaros e o ressonar de alguns campistas com respiração alterada, havia um arfar qualquer que vinha junto de um arrastar metálico. Fiquei intrigado de tal maneira que fui ao encontro do som e para meu espanto vi um felino (gato ou gata) com a cabeça enfiada numa lata de comida para gatos. Respirava com dificuldade e o som que saia da lata parecia o som de um trombone desafinado, quando por meio de arrasto mudava de lugar, a lata raspava pelo chão o que fazia o tal som metálico. Fui buscar a máquina fotográfica e tirei duas fotos, depois tive receio que ao retirar a lata ele ficasse violento e me arranhasse, tive o máximo de cuidado, com muito jeitinho e retirei a lata da cabeça ou a cabeça da lata, tanto faz e para mim é igual. O animal não foi violento, muito pelo contrário, esteve uns momentos inerte e sem reacção. Pensei que tivesse desmaiado ou até morrido, mas como respirava, morto não devia estar, acho que estava a rezar e a agradecer mais uma nova vida. Olhei para a lata antes de a deitar no lixo e imaginei como tudo teria acontecido. O gato cheirou qualquer coisa no saco do lixo que tinha ficado de fora do contentor e “Oba… uma lata com comida boa… vou lamber primeiro as bordinhas…”. Claro que só com as bordinhas não ficou satisfeito, foi mais fundo e “eh pá”…”estou a ficar com falta de ar”…”mas isto é tão bom que depois de lamber tudo bem lambido respiro de uma vez”…”e ainda tem tanto lá no fundo”…”acho que vou gastar a minha quinta vida”…”alto”…”vem ai alguém em meu auxilio”…”foi embora”…”fonix que lata! A tirar fotos”…”queria ver se fosse ele a ficar com a cabeça enfiada em qualquer lado e sem a conseguir tirar, se ia tirar fotografias”.
No meio disto tudo para me ver livre do gato foi um caso sério, perseguia-me para tudo quanto fosse lado e durante toda a manhã, já não aguentando mais peguei no carro e fui dar uma volta, pois se fosse a pé ele seguia-me, se corresse ele corria mais do que eu, por isso fui gastar gasolina, mas foi remédio santo, nunca mais o vi. Houve um momento da minha vida que fiquei com a cabeça presa, mas tenho a certeza que não queres que te conte e se contar vais gozar comigo, por isso esquece.
Joca tx



A branca de neve e os sete ou mais anões

Olá…
Há brincadeiras ou histórias que depois de começadas é difícil parar, não só pela sensação de entusiasmo demonstrado por alguém, como pelo entusiasmo que demonstramos ao engendrar uma história tão bem montada, que por vezes nós que a contamos e sabendo que é mentira quase acreditamos que é verdade.
Normalmente ao regressar de Vouzela, o nosso trajecto depois de sair da A25 (antigo IP5), era pela EN 1, não que a portagem fosse cara, mas os miúdos gostavam de parar em Lourosa no MC Donald para trincar qualquer coisa e já o jantar ficava meio adiantado, “barriga que lá o tem, lá o governa”.
Um dia ao passar por “Branca”, “Albergaria-a-Velha”, avistei fumo ao longe no cimo da floresta e sem mais nem menos disse:
- Estais a ver aquele fumo? É da chaminé dos anõezinhos e da branca de neve…
Quando o disse não sabia as proporções que isto iria levar.
- Podemos lá ir? – Disse logo o pequenito
Como a filhota já sabia ler e ao ver a placa a dizer “Branca” disse:
- É! É mano… esta terra chama-se Branca, deve ser por causa da branca de neve. Eu e a Furu ouvíamos eles a conversar e a dizer: “para a próxima vamos pedir aos pais para irmos lá”.
A Furu também deitava achas para a fogueira e se eu dizia uma coisa, ela continuava a desbobinar e os miúdos cada vez mais acreditavam que era verdade.
Os anos foram passando e sempre que lá passávamos tínhamos de inventar uma desculpa de não podermos ir lá, que o governo não deixava, que os anões tinham medo das pessoas ou que o local tinha que ser preservado, etc.
O pior foi quando na escola, eles eram confrontados com a verdade perante os colegas, chegavam a casa muito tristes, zangados e diziam: “os meus colegas não acreditam que os anões existem!”. Foi quando me apercebi que estava na altura de lhes contar a verdade, que tinha sido um mentiroso, falso e que me desculpassem. A rapariga, mais velhita disse: “eu já desconfiava que era mentira, mas eram tão giras as histórias que contavas que acreditava”, mas o rapaz com os olhos cheios de água e as lágrimas caindo pela cara abaixo só dizia: “Ó pai…tu mentiste-me…isso não se faz…enganar as crianças”.
Realmente ele tinha razão, não se faz, sei que errei, não devia ter insistido tanto tempo numa história falsa, mas naquela altura não imaginava o fim daquela maneira, não o fiz por mal e até eu próprio quase acreditei que eles existiam mesmo, até eu fiquei triste por se ter desvendado este mistério. Agora te garanto uma coisa, era linda a ilusão, o acreditar, os olhos cintilantes cada vez que dizia algo sobre os anões e a inocência é tão bela.
Que pena eles não existirem mesmo.
Joca tx


Já mudei o óleo…

Olá…
Hoje em dia o telemóvel é uma peça fundamental na vida do homem, qualquer pessoa tem um ou mais, eu tenho dois, o particular e o da empresa e cá em casa a funcionar existem quatro, um para cada.
O meu primeiro telemóvel (meu e da Furu) foi um Maxon 3000, no ano de 1992 (acho eu), enorme, tinha de se abrir uma antena e a bateria durava apenas 24 horas se pouco falasse, se falasse muito, mais valia andar ligado ao carregador e o carregador ligado à tomada.
Existem telemóveis muito antes de 1992, lembro-me de ter visto um que mais parecia um detonador, pesando cerca de 3kg, mas não se chamava telemóvel, era telefone portátil.
Quem inventou o telemóvel foi Martin Cooper, director de projectos da Motorola e a primeira chamada feita por um telemóvel foi no dia 3 de Abril do longínquo ano de 1973. Evoluíram-nos de tal forma no plano tecnológico até aos dias de hoje, que para falar verdade, acho incrível o que se pode fazer com eles. Ultimamente só uso uma marca, já me passaram pelas mãos, pés e outras partes do corpo, uma grande variedade de marcas, mas habituei-me ao funcionamento desta e estou contente com ela.
A semana passada tive um problema no telemóvel, a conversa desenrolava-se tipo câmara lenta, ao dizer “olá” parecia mais…ooooooollllllááááá…, fui a uma casa da especialidade e a menina simpática que me atendeu perguntou:
- “Já mudou o óleo alguma vez?”
Olhei para ela, incrédulo no que ouvia, não queria mesmo acreditar e disse:
- Não menina! Eu tenho o telemóvel avariado, o que é que tem a ver se já mudei o óleo ou não?
- “Sim, tem muito a ver, estes telemóveis precisam de mudança de óleo às 2352 horas de conversação ou três anos após o fabrico”.
- Deve estar a brincar comigo! Só pode!
- “Não estou, se quiser mudo-lhe o óleo num estantinho… é rápido… é só passarmos à sala ao lado…”
- A menina desculpe, mas quero saber quanto é que isso me vai custar…posso não vir prevenido para tal quantia…
- “Não é caro, pode confiar em mim, tudo depende da capacidade do depósito e este é dos pequenos.
Lá fomos para a tal sala, pus-me à vontade, tirei o casaco que já estava a ficar com os calores, quando a menina disse:
- “Não tem óleo nenhum! O problema é falta de óleo, não deu por nada?”
- Não menina, que eu saiba não! Mas já que fala nisso, ultimamente tenho metido o telemóvel nas calças, no bolso da frente e reparei mais que uma vez, manchas nas calças, nunca imaginando que era do telemóvel, pensei que fosse outra coisa.
- “Agora tenha cuidado, as primeiras duas chamadas que fizer a conversa vai escorregar, mas depois volta ao normal.
Paguei 75 cêntimos, acho que nunca mudei o óleo por tão pouco dinheiro e ele está todo contente (o telemóvel). Nunca tal coisa me tinha passado pela cabeça, já muita coisa me passou pela cabeça, mas mudar o óleo ao telemóvel…nunca.
Repara bem no teu e se a conversa flui normalmente, se não flui normalmente está na altura de lhe mudares o óleo (ao telemóvel).
Joca tx




Desliga os faróis

Olá…
Era uma vez um rapaz muito “boa pessoa”, trabalhador, honesto e do melhor que há, que estava enamorado por uma rapariga muito “boa pessoa”, trabalhadora, honesta e do melhor que há.
Numa bela noite de primavera com algum frio à mistura, foram conversar para a praia, dentro do carro…”não! não estejas a imaginar coisas que é mentira, foi mesmo só conversar, pois ambos eram muito “boas pessoas” e honestos.
Com o entusiasmo da conversa, o rapaz honesto esqueceu-se de desligar os faróis do bólide e como só tinha olhos para a rapariga honesta, não reparou nos avisadores luminosos do tablier em madeira “made in Papua New Guinea”.
A conversa ia fluindo e embora reparassem que alguns veículos ao passar pelo bólide do rapaz honesto, davam sinais de luzes, eles apenas diziam “mas o que é que eles querem, se calhar não se pode conversar em paz…”. Quando acabou a conversa ou entenderam que já eram horinhas de ir embora, o rapaz honesto ligou a chave do bólide e…o bólide não pegou, motivo…falta de energia ou bateria descarregada, três ou mais horas, meia dúzia de faróis e farolins a sugar energia é obra!
Os dois honestos, com tudo fechado pelas horas tardias, foram a uma cabine telefónica (nesse tempo não havia telemóvel) e ligaram para casa da rapariga honesta, mas a máquina não “comia” as moedas e a conversa mal começava ia logo abaixo por falta do vil metal. Depois de dez tentativas, com cada uma a dizer uma coisa diferente, tou…Miramar…sem bateria…cabos…
Quem estava do outro lado da linha, percebeu o motivo dos telefonemas e passado trinta minutos aparece um anjo com uns cabos de bateria, deu “mama” ao bólide do rapaz honesto que logo começou a trabalhar.
Agradeceram ao anjo, também ele trabalhador, honesto e “boa pessoa” e foram em direcção à casa da rapariga honesta.
Possivelmente não seria a ultima vez que os dois honestos foram conversar, mas de uma coisa tenho a certeza, a primeira coisa que o rapaz honesto fazia era desligar os faróis do seu bólide.
Joca tx

Eu adoro carne…

Olá…
Não vale a pena esconder e nem tenho motivos para isso, ainda tentei virar vegetariano, mas ao fim de cinco minutos já não aguentei mais.
Todos os meus familiares, amigos, conhecidos e mesmo aquelas pessoas que não me conhecem de lado nenhum, sabem que gosto de um bom “naco” de carne. Carne de qualquer espécie animal e se for comestível…tanto melhor.
É lógico que há partes que gosto mais em detrimento de outras, varia conforme a espécie, o aspecto e a maneira de se preparar. Em algumas gosto de um bom peito, noutras gosto mais das coxas, uma barriguita ou quiçá uma boa perna.
Atenção que não sou daqueles que diz “peixe não puxa carroça”, o peixe tem o seu lugar na minha roda alimentar, mas fica para uma próxima.
Por falar em carroça, já vi vacas a puxar carroças, também já vi vacas a espumarem pela boca quando puxavam por outras coisas que neste momento não me recordo, ah, já sei…cansadas de puxar o arado e de tirar água dos poços ao puxar a nora (ufa… ainda foi a tempo…).
Há coisas engraçadas, o rabo e o fígado são de boi…
A mão e a língua são sempre de vaca…porque será?
Já agora o pé é sempre do porco e por falar em porco, eu adoro uma boa febra, mas atenção que não estou a falar de bifana, a febra é diferente da bifana e a bifana é diferente da febra, a bifana parece fiambre e normalmente é picante e eu gosto delas carnudas, grossinhas e salgadinhas, não muito por causa do colesterol ou castrol como diz “eu”.
Há quem goste de rolo de carne, morcela, chouriça, alheiras de caça e outras coisas embrulhadas em película aderente, não que não goste, se for cortado às rodelas fininhas ainda vai.
Agora falando sério e sem brincar, a mim, ninguém me tira da ideia que o melhor de todos é um bom pito na brasa, só de imaginar já lhe sinto o cheiro e queres que te conte um segredo? Eu conto, quando asso pito na brasa, o cu nunca vai para a mesa.
Joca tx


E agora…qual é o meu?

Olá…
Tenho um amigo de longa data, crescemos juntos e sempre tivemos uma admiração grande por cavalos.
Houve uma altura que tentou convencer-me para comprarmos um cavalo cada, na feira franca da Golegã, sempre que abordava o assunto eu recusava por não ter local adequado para o pôr nas devidas condições. Passado algum tempo ligou-me para o telemóvel dizendo que queria que fosse com ele buscar um cavalo que tinha comprado e no local e hora combinada, apareceu de jipe com o atrelado e lá partimos em direcção à Golegã. Para meu espanto não foi um, foram dois, teimoso como é, comprou um também para mim e ainda por cima tinha de o pagar, mas isso era o menos, dinheiro vai havendo, ainda argumentei com a falta de espaço, mas em vão, atalhou logo que tomava conta dele enquanto eu não tivesse o local.
Fiz um estábulo num terreno que uma pessoa amiga que me cedeu, pelo menos para ficar com as mínimas condições possíveis. Um cavalo não dá lucro, muito pelo contrário, é só desembolsar com forragem e mais uma série de coisas, só as despesas com o veterinário são de deitar as mãos à cabeça, mas dava gosto ver os miúdos a montar e a fazerem brincadeiras.
Passados três anos, combinamos passar uns dias de férias juntos, já que não o fazíamos há bastante tempo, mas para isso era preciso por os cavalos num local seguro, com pasto e quem olhasse por eles. O sogro do meu amigo cedeu-nos um terreno vedado, com muito pasto e onde poderiam andar à solta sem problemas.
Passamos quinze dias maravilhosos nos Picos da Europa, visitando toda aquela região envolvente e nem nos lembramos mais dos cavalos, os miúdos é que por algumas vezes se referiram a eles.
O problema foi quando chegamos…
- E agora…qual é o meu? (disse o meu amigo)
Eu sabia perfeitamente qual era o meu, mas convence-lo que tinha a certeza foi muito difícil.
- Para a próxima temos de pôr uma marca qualquer! (disse ele)
- Não é preciso, este é o meu e aquele é o teu…
- Tens a certeza?
- Tenho…
Ele não ficou muito convencido e durante alguns dias andou um pouco desconfiado, como se eu o estivesse a enganar, tive de lhe mostrar umas fotos que tinha tirado antes de irmos de férias.
Não era difícil de os diferenciar, sendo eu daltónico ainda sei distinguir um cavalo branco de um castanho, mas nunca mais caio noutra, para a próxima faço uma marca ou amarro uma fita numa das patas do animal.
Joca tx


O Ruba e o Juve

Olá…
Todas as noites, durante muitos anos, contemplei os meus filhos com uma história ao deitar, não só para adormecerem, mas também porque entendia que o devia fazer. Algumas vezes estando muito cansado e sem vontade de o fazer, lá vinha o pedido, “ Pai… anda contar a histórinha…”, mais para o lado de lá que o de cá, lá ia eu. Volta e meia adormecia a meio, “pai…tás a dormir…”e ao recomeçar ouvia,”não é assim, não tem ursinho nenhum…”, pois não devia ter.
Todas as noites uma história diferente, nessa altura tinha uma imaginação muito fértil.
Num vasto leque de personagens que entravam nessas histórias, vou escolher dois para também contar uma história para ti.
Era uma vez dois meninos, o Asdrúbal (Ruba) e o Juvenal (Juve).
Viviam perto um do outro e tinham dois anos de diferença na idade. Depois da escola terminar, costumavam brincar na fonte da clareira das águas límpidas, não era longe de casa e era seguro brincar lá. O tempo foi passando, Ruba entrou para o ciclo preparatório e Juve continuou na primária, o que fez com que não estivessem tantas vezes juntos. Ruba fez novas amizades na escola grande e repartia o tempo livre para estudar e brincar com os novos amigos, nunca deixando de Juve de lado, sempre que podiam estavam juntos.
O desencontro voltou a acontecer, Juve ao entrar para o ciclo, Ruba estava de saída para a secundária e por força maior ainda mudou de casa, não saindo da freguesia, mas para mais longe de Juve, o que fez com que menos vezes se encontrassem e quando isso acontecia ainda se cumprimentavam e conversavam coisas que estavam a fazer e o que fariam mais tarde. Passado uns anos, Ruba começou a namorar com uma rapariga de uma freguesia vizinha da sua, que por coincidência andava na turma de Juve. Nessa altura Ruba já tinha saído da escola, trabalhava como aprendiz de carpinteiro numa fábrica de móveis e sempre que ia buscar a namorada à escola normalmente encontrava Juve, mas as distâncias da vida foram apagando os laços criados ao longo da infância, um cumprimento ou um acenar com a mão estava na ordem do dia. Passados dez anos, ambos casados e com família, Ruba e Juve passam um pelo outro e nem se falam mais, fazem de conta que não se conhecem.
Esta história é um lugar-comum, acho que todos nós temos um pouco de Ruba ou de Juve, todos temos alguém de quem fomos amigos ou bons colegas, convivíamos amiúde com eles e de um momento para o outro sem propriamente existir culpa de ninguém a separação ou distância foi acontecendo. Agora faz um exame de consciência e procura no fundo do teu baú essa pessoa que passas por ela na rua, no autocarro, na missa, na praia ou num sítio qualquer, que muito ou pouco tiveram em comum, mas que dum momento para o outro, "adeus até mais ver". Dá o primeiro passo e vais ver que te sentes melhor, mas digo-te uma coisa, nunca, mas nunca penses mal dela, ela poderá também querer que aconteça a aproximação e falta-lhe a coragem, talvez por ser mais tímida que tu.
Joca tx




Onde estão as costeletas?

Olá…
Nunca foste comprar algo a qualquer lado, pagaste e quando chegaste a casa repares que não a tinhas?
Era uma vez, dois recém-casados, que na lua-de-mel optaram por fazer campismo, percorrendo vários parques pelo país. Um desses parques foi em Lisboa (Monsanto), que logo à partida não me queriam deixar ficar por não ter carta de campista, mas como a Furu tinha, abriram uma excepção.
Ficamos duas noites, aproveitando para visitar alguns locais, Cristo Rei, jardim zoológico, etc.
Como era preciso abastecer o stock de mantimentos, fomos ao hiper na Amadora. Compramos vários produtos alimentícios, entre os quais um packet de costeletas do cachaço (sim…de porco…) para grelhar ao jantar. Enquanto eu descascava as batatas a Furu preparava-se para temperar as costeletas, mas depois de revirar a mala três ou quatro vezes, tive a nobre sensação que as tínhamos deixado na caixa do hiper, junto das sacas vazias. Se fosse mais perto tinha lá ido, mas não valia a pena, comemos atum que é muito bom.
Não sei se a esta hora ainda lá estarão, mas se estiverem calculo que já devem estar fora de validade, é que já passaram uns anitos, embora o porco aguente muito tempo.
Joca tx


Já matei…a fome


Olá…
Tenho um cunhado, leitor assíduo das minhas histórias, um dos mais participativos, tendo sempre algo a dizer sobre os temas e a minha forma ou maneira de pensar.
Já foi campeão nacional de enduro na classe em que participou (já lá vão uns anitos) e as motos são para ele uma paixão, não tem conta as que já lhe passaram pelas mãos e pelos pés claro.
Poucas corridas ou provas assisti, por acaso foi só uma, em Viana do Castelo e Vila Praia de Ancora, no meio da serra a comer pó, nem imaginas como ficamos, tão sujos que tivemos que ir à praia para nos lavar.
Nesse fim-de-semana tinha combinado com a Furu que acamparíamos no parque de Cabedelo em Viana do Castelo, aproveitando para ver a prova. Sempre que íamos acampar levávamos mantimentos para no primeiro dia não termos de andar às compras, como era só um fim-de-semana o que levamos praticamente chegava para os dois dias, mas nesse dia não chegou ao fim do primeiro. Tinha a mala bem atestada de pão, ovos cozidos, panados, fiambre, queijo, atum e algumas bebidas.
No fim da dita prova, terminada em local ermo e sem locais onde comer, juntaram-se alguns motoqueiros esfomeados em redor da mala do meu Renault 12 TS (nada de imaginações baratas), com os olhos postos nos víveres, foi um tal andar que ficou tudo limpinho e se mais houvesse mais ia.
Fiquei sem provisões para o resto do tempo, como paga do nosso gesto, tinha ficado combinado irmos jantar com eles (motoqueiros) na noite seguinte ao hotel onde estavam instalados, mas acabamos por não ir.
Foi um bom fim-de-semana, mas nunca mais voltei a acampar nesse parque, não era dos meus favoritos e nunca se sabe se não seria assaltado novamente por um bando de motoqueiros esfomeados, ficando novamente sem ter que dar ao dente.
Joca tx


Ser psicóloga é isto?

Olá…
Num determinado dia, ao almoçar a horas um pouco tardias, reparei num programa que estava a dar na televisão, apresentado pela Júlia Pinheiro em que o tema era a gravidez. Fiquei burro (burro não, é melhor parvo, pois já estou acostumado a ser assim tratado) com o comentário que ouvi da parte de uma mulher, que segundo dizia em roda pé, era psicóloga e disse o seguinte:
- A mulher grávida em geral não é sexy, é feia, disforme e tem motivos para se sentir assim…
Ainda disse mais umas parvoíces que com o tempo esqueci, mas nada abonatórias para as mulheres, grávidas ou não.
Sou homem, não estou grávido (às vezes parece) graças a deus, porque se fosse mulher e estivesse grávida naquele momento, tinha procurado uma arma calibre 9 mm, um taco de basebol, uma motosserra ou algo pior para por termo à vida, não à minha, mas à daquela “pseudo psicóloga”que só disse asneiras pela boca fora.
Eu trabalho quase exclusivamente só com homens, aliás, isso sempre aconteceu e normalmente as conversas de homens focam sete temas, mulheres, desporto, politica, carros, religião, restaurantes e mulheres (destes cinco só gosto de três, o primeiro e os últimos).
Por essa razão sei que a grande maioria dos homens acha que a mulher grávida é atraente, muito sensual, sexy e que transporta consigo, como que uma áurea misteriosa, qualquer coisa fora do normal ou uma bênção.
Uns dias depois a Furu comentou comigo algo sobre uma amiga que estava grávida e que foi o seguinte:
- A J… é uma grávida bonita, não é?
- Claro que é! … As mulheres não deixam de ser bonitas só porque estão grávidas, algumas ainda ficam mais atraentes quando o ficam.
Pensei que ser psicóloga era diferente, ter maneiras ou modos de falar com mais carinho e de maneira a não magoar abruptamente a mulher, quando de um modo geral se sente mal.
Não sei por que livro estudou, nem em que universidade andou, se calhar foi na mesma do nosso primeiro-ministro, o Sr. Eng. José Sócrates.
Joca tx



Isto é… Whisky!

Olá…
Quando frequentava o 7º ano e com apenas treze anos, já era considerado um mini terrorista por algumas pessoas, havendo quem me chamasse, Yuri (Jorge em russo) o terrível. Não que fosse terrorista, mas as companhias que seguia não seriam as melhores e as mais adequadas para a minha pessoa. Não era santo, diga-se de passagem, mas estava longe de ser terrorista.
Numa aula de trabalhos oficinais, havia uma diversidade de trabalhos para serem começados, desde tapeçaria, folha de chumbo, olaria e outras que não me recordo, mas, recordo que uma colega tinha levado uma garrafa de whisky para empalhar com medula, uma garrafa toda catita, em cima da mesa e à mão de semear.
A seita do costume teve a excelente ideia de fazer algo para dentro da garrafa, tendo o cuidado de deixar uma janela aberta, para no intervalo alguém entrar e aliviar-se ali mesmo. Subimos o estore, alguém entrou e ZÁS… pouco para não dar nas vistas, mas o suficiente para uma dose sem gelo.
Nem cinco minutos tinham passado desde o reinício da aula, já o grupo estava a ser acusado e interrogado.
- Quem foi? – Pergunta a Prof.
Claro que não foi ninguém, a garrafa já veio assim de casa.
As raparigas diziam que não, que a garrafa tinha vindo vazia, mas elas estavam erradas, só podiam…e ali era um por todos e todos por um.
Era uma turma de oito raparigas, dois ou três totós e o resto, quinze ao todo, nem vale a pena explicar, pertenciam à seita e que seita.
A aula terminava às 18.30 horas, mas naquele dia fizemos horas extras, não por ter de adiantar o trabalho, mas sim para ver quem se acusava…resultado, levamos todos (os quinze) uma falta indisciplinar e ainda por cima só saímos às 19.30 horas e tudo isto por causa de uma dose de whisky que não foi bebida em casa da colega, não é justo.
Joca tx



Falar é moda…ou é moda de falar

Olá…

Tenho a certeza que já empregaste palavras que numa determinada época ou momento faziam parte do quotidiano quase geral da faixa etária juvenil e não só, algumas pessoas mesmo depois de ter entrado nos “entas” também vão na onda, eu inclusive. Lembro-me perfeitamente das minhas primeiras frases que estavam na moda.
- BRUXO
- Ó BAI-ME À LOJA
- MANDA ISSO P`RO TETO
Havia alturas que empregava a palavra BRUXO, P`RAI OU MAIS de oito vezes em cada onze, qualquer coisa que fosse: é, talvez, sim, e mais uma ou outra, lá vinha o BRUXO.
Quando qualquer coisa me desagradava lá vinha o Ó BAI-ME À LOJA, Jorge faz isto… Ó BAI-ME À LOJA, Jorge faz aquilo… Ó BAI-ME À LOJA.
MANDA ISSO P`RO TETO era o TASTA PASSAR, POR ACASO, DEIXA ANDAR ou ISSO É QUERA BOM.
CARGA DE FAIXO que até o Rui Veloso colocou numa das suas músicas, como sabes é uma tareia e o TERNO não é um fato como no Brasil, é uma queda, tombo ou qualquer coisa que seja de bater no chão.
ALTAMENTE, que usei durante ENE tempo, qualquer coisa para mim era ALTAMENTE.
FIXE veio para ficar, é dos mais antigos e continua a ser usado.
BUÉ, BUÉ DA FIXE, BUÉ DA GRANDE, BUÉ DA BOA etc.
QUE CENA MEU.
Não me lembro nem de metade dos termos utilizados, mas tu se quiseres poderás te lembrar de alguns e envia-os para mim.
Ultimamente usa-se o XPTO, que 90% de quem o usa, na realidade não sebe o que quer dizer, mas qualquer coisa é XPTO, mas essa comigo não pegou.
PARA TI BASTA O NÉ, conto noutra altura e noutro contexto…
Joca tx


Aquele carro é todo bom…

Olá…

A excitação sexual faz parte de todos os seres vivos (animais), mamíferos, aves, peixes, omnívoros, carnívoros, ovíparos, vivíparos, herbívoros, vegetarianos, vegas e mais outras modernices que vão aparecendo.
Cada um sabe de si e da maneira que mais se excita, com um olhar, um pensamento ou ambos, através de um cheiro, de um som ou mesmo de um paladar, mas acho que é com o tacto que isso acontece com uma realidade maior e mais empolgante. Por vezes não nos apercebemos que é o cérebro que faz com que isso funcione, recebe informação através de sinais momentâneos vindos dos cinco sentidos e a excitação acontece.
Existem várias formas de “sossegar” a excitação, uma delas é a masturbação, que normalmente se faz em locais recatados, longe do alcance da vista de pessoas estranhas e poucos admitem que o fazem ou já fizeram.
Nem sempre acontece assim, já me aconteceu ao circular na A1 no sentido norte-sul, na zona de Coimbra, num viaduto antes do rio Mondego, ver um jovem indivíduo a dar à "manivela" com os carros a passar por baixo e sem problema nenhum (algum devia ter). Não sei se ele tinha preferência por alguma marca em especial ou quem sabe um descapotável, mas pela velocidade imposta, devia estar para breve, o que quer dizer que passei sem levar com aproximadamente uns 15 milhões de espermatozóides (digo eu…). Este indivíduo excitava-se vendo carros a passar, podia-lhe dar para pior. Acredito que há modelos de automóveis bastante atractivos, todos os dias vejo-os passar com atractivos de várias espécies, linhas, formas, volumes, cores, dimensões etc.
Assim sendo, ao existirem cada vez mais atractivos nos automóveis, se calhar ele estava certo.
Joca tx



Sonho por água abaixo

Olá…

Calculo que ainda te lembres de te ter convidado para seres o meu fiel amigo numa peça de teatro onde eu ia fazer de Sancho Pança e tu de Rucio. Ia, porque derivado à crise que assola o país, o encenador achou melhor adiar a estreia para o ano que vem, possivelmente as coisas estarão melhores nessa altura.
Gastei dinheiro em palha, cenouras e mais numas coisitas para nada, mandei fazer uns cartões com o meu nome artístico para enviar aos magnatas de Hollywood e da Broadway, que por acaso já tinham enviado uma agente para ver a minha actuação e agora fica tudo em “águas de bacalhau”.
Ensaiei noites a fio, sentindo-me quase tão bom como o Bob de Niro ou o Nicholson (Jacky) para os amigos.
A maior embrulhada foi ter convidado o meu grande amigo e chefe da Papua Nova Guiné, que aceitou o convite trazendo com ele a respectiva comitiva que num total será de três pessoas, ele, o irmão e o pajem. É uma situação ingrata para todos, principalmente para aqueles a quem prometi bilhetes de borla e autógrafos no fim, tens de ter paciência e esperar que a crise vá embora. No entanto se quiseres que actue só para ti, em tua casa ou noutro local qualquer da tua escolha, estás à vontade, levo o Rucio e vais ver que não te arrependes. A minha secretária já está a aceitar convites para as actuações ao domicílio.
Até breve em tua casa ou num sítio qualquer.
Joca tx


Maldito descompressor

Olá…

Dia – 4 de Junho de 2002
Destino – Obra da Cociga na portagem de Coimbra norte
Carga – Materiais de construção (paletes tijolo split creme)
Viatura – Volvo FL 10 com grua Hiab 140 incorporada, três eixos, travão eléctrico, branco, com cama e onze metros de comprimento (se falta alguma coisa diz)
Ordem de trabalho – Descarregar os materiais, executar umas mudanças com a grua e carregar material para o estaleiro de Gaia.
Era este o serviço estipulado ou projectado para este dia, a correr bem até não era complicado, mas por vezes nem tudo corre como o esperado. A descarga foi demorada, tive de descarregar as paletes em locais diferentes na obra, ainda com meia carga por descarregar chaga a hora do almoço e puseram-se todos a milhas sem dizer cavaco. Fiquei sozinho no meio do nada, sem almoçar.
- Não é grave! Disse cá para mim bem alto e sem ninguém para ouvir.
- Passo muito bem sem ele, até nem se nota nada.
Entretanto liguei à Furu que entre outras coisas me disse que ia fazer um jantar melhorado derivado ao dia em questão, fiquei todo contente.
Eram 18 horas quando terminei as tais mudanças e quando vejo o material que era para trazer para Gaia ficamos parvos, eu e a minha alma, mais ela que até queria vir embora a pé, o que vale é que tive ajuda da grua, que o pessoal da obra já tinham ido quase todos embora, só ficando quem não suja as mãos.
Meios-fios, pontas de barrotes, tábuas, uma betoneira, uma escada e até um carrinho de mão, tudo materiais impróprios para serem carregados num veículo sem taipais, mas lá consegui, com alguns nervos à mistura e depois de ter proferido alguns palavrões daqueles de aspereza máxima.
Como já era tarde liguei à Furu a informar que não ia jantar em casa e que comia qualquer coisa pelo caminho, o que veio a acontecer na Mealhada por volta das 21.30 horas.
No fim do repasto vou para por o Volvo a trabalhar e nicles, não pegava…
As palavras seguintes são da autoria do outro interveniente, foi ideia dele eu escrever esta passagem…
Estava eu a jantar uma bela noite quando toca o télemovel. Todo lampeiro pego no
bicho e ao olhar para o nome associado ao numero fiquei logo com calafrios. Era
o Jorge. O que terá acontecido? Bem só saberei se atender e assim o fiz. Tou,
Jorge, atão tá tudo bem? Tou, Nando, não pá , tou aqui arrasca, o camião não
pega... vira bem o motor de arranque mas não pega. Digo eu: tem gasoleo? diz ele
: tem meio depósito pá, num percebo o que se passa. Parei aqui para jantar na
Mealhada e venho para arrancar e nada. Enquanto o ouvia já estava com a chave do
carro na mão e a pensar quantos quilos de ferramenta teria de levar após o
diagnóstico por telefone. Digo eu : ora faz assim, ora faz assado,( e de repente
fez-se luz), ora empurra o descompressor para dentro. Mal acabei a frase já o
motor trabalhava que eu ouvia-o bem. Já pega? diz ele: já pega Nando. Então anda
daí para não chegares muito tarde. Como vês para pequenos males pequenos
remédios. O jantar estava a saber-me tão bem mas se tivesse de ir á Mealhada
empurrar um descompressor para dentro paciencia depois comia aquecido.
Maldito descompressor, com toda a azáfama que se tinha passado, ao desligar o motor que neste caso é através de um manípulo ou válvula que se puxa para fora, esqueci-me de o meter ou empurrar (é melhor empurrar para não ficares com ideias erradas) para dentro, coisa que nunca me tinha acontecido.
Fiquei à rasca como ele diz e não é para menos.
Joca tx



Injustamente acusado

Olá…
Não é novidade para alguns de vós que já trabalhei numa fábrica de máquinas para panificação, onde desempenhei várias funções: Aprendiz de serralheiro (o chamado moço), limador de peças lisas e por fim torneiro mecânico, alternando trabalhos na fresadora e na furadora radial.
Tenho muitas histórias para contar que a seu tempo irás ler (as minhas experiencias de vida não começaram quando me tiraste de trás do torno e me mandaste para o desemprego).
Quando solteiro, antes de conhecer a Furu, usava o cabelo pelos ombros que no trabalho para não atrapalhar colocava uma fita para o prender e usava também um brinco de mola (furos só os que tenho e outros também).
Estava muito compenetrado (adoro esta palavra) no que estava a fazer, quando vejo o meu colega do lado com uma laranja na mão prontinha para atirar para outro colega que estava noutra secção de costas para nós. Ainda o tentei avisar para não o fazer, não fui a tempo. O patrão naquele preciso momento estava num local a mostrar maquinaria a dois casais de possíveis clientes e o meu colega no sítio onde estava não os via. A laranja ao seguir o seu trajecto encontrou um molde pendurado e desviou-se da rota pretendida, passando entre o patrão e uma das senhoras, que apanhou um susto quando a laranja se esborrachou na parede (imagina na cabeça do outro colega).
Com o desvio que teve, a laranja só podia ter partido da minha direcção e logo:
- ANTÓNIO JORGE! Deixa estes senhores irem embora que depois falamos no escritório…
Naquele momento fiquei f*****, ter sido acusado de uma coisa que não fiz. O passar por terrorista perante aquelas pessoas nem tanto, pois iam embora e nunca mais me viam, mas volta e meia olhavam para mim como se fosse atirar um ananás ou um kg de morangos. O colega do lado tremia, não de frio e diz:
- Vais dizer que fui eu?
- Claro que não… mas vou dizer que não fui…
- Ele vai saber, se não foste tu só podia ter sido eu…
- Meu amigo, não atirasses, eu avisei-te…
- Mas já foi tarde…
- Paciência… estás com medo? Tem calma.
Ao entrar no escritório já o meu patrão estava a espumar pela boca, falou…falou…
- Já está? Posso falar…
- Diz lá, vais dizer que não foste tu?
- Por acaso viu eu a atirar a laranja?
- Não…mas só podias ter sido tu…
- Viu a laranja a sair das minhas mãos?
- Não…
- Só tenho pena de ter passado por insurrecto, coisa que nunca fui e você nem tinha motivos para fazer o escândalo que fez, não fui, disso tenho a consciência tranquila, agora se me dá licença vou trabalhar.
- Se não foste tu, foi o teu amiguinho do limador…
- Ouça! Eu não tenho amiguinhos, colegas de trabalho sim, amiguinhos não, mas não posso dizer se foi ele, não vi, estava entretido com o meu trabalho que é para isso que me paga. Saí do escritório com ele a falar sozinho.
Passados uns dois meses um colega chega perto de mim e com uma laranja na mão diz:
- Pega, eles estão lá no escritório, vai lá e atira…
- Eles quem?
- Os clientes da outra vez…
Não precisava, mas fui ao escritório pedir uma broca dando de cara com os clientes.
- Boa tarde, não sei o que ficaram a pensar a meu respeito, coisa boa não foi, mas quero dizer-lhes que não fui eu que atirei a laranja, fui injustamente acusado. Saí sem obter uma única palavra de um deles.
- Então não queres a broca?
- Não obrigado, foi um pretexto para vir cá esclarecer as coisas.
Verdadeiramente o que aquelas quatro pessoas tivessem pensado sobre mim não era o mais importante, mas sim ter sido acusado de uma coisa que não fiz.
Joca tx



Respiração

Olá…

Tenho um problema (só um?) já de longa data, não respiro pelo nariz, 95% da minha respiração é feita pela boca e raramente tenho o nariz desobstruído para proceder a uma inspiração digna desse nome.
Esta situação trás alguns dissabores à minha pessoa, quando por algum motivo tenho a boca ocupada e ao dormir. A Furu já se queixa que ressono e por vezes parece que tenho apneia do sono. Quando tenho a boca ocupada ainda vá que não vá, pois posso parar com o que estou a fazer com ela (a boca) para respirar, mas a dormir é muito chato para ela (Furu).
Como não quero ser operado e muito menos tomar fármacos, resolvi não dormir, mas tem sido muito desgastante, é que se não durmo dá-me vontade de fazer aquilo que se costuma fazer quando não se dorme e na minha idade, depois de um dia de trabalho já só aguento pouco mais de uma hora e meia, no máximo uma hora e três quartos e mudando várias vezes de posição.
Gostava de o fazer no sofá, mas o sofá que tenho neste momento não é confortável o suficiente para proporcionar uma boa posição para o corpo, assim que a minha sala nova estiver pronta vou comprar um sofá que jeito tenha.
A Furu também anda arrasada, é que se eu durmo ela não dorme, se não durmo ela também não dorme. Não sei o que faça perante esta situação, espero que não se venha a agravar senão o caldo pode entornar.
Joca tx


1º Rei de Portugal

Olá amigos…
Alguns de vós já ouviram falar de D. Afonso Henriques? É claro que até o conheças das histórias da escola, em que ele teria sido o 1º Rei de Portugal, é mesmo verdade, foi ele que fundou a pátria, mas o que me leva a escrever isto é outra coisa.
Ele tinha de ser homem forte, robusto e alto. Li algures que a espada que ele usava pesava para cima de um ror de quilos! Meus amigos, eu com um pauzito na mão a fazer gestos de lutar, passados vinte minutos estava cansadíssimo e se o fizesse durante dois meses ganhava uma tendinite. Tinha que levar infiltrações, injecções, tinha de ir para a fisioterapia e todas essas coisas e provavelmente o medico de família dava-me baixa temporária, agora digam lá! Uma espada com tanto quilo de aço temperado, o peso das armaduras e andar a lutar durante dez horas seguidas, só com a pausa do almoço (do cafezinho da manhã e tarde) é obra, não é para qualquer um. Mas há mais! Eu não vi, mas dizem por ai que quando chegava ao castelo batia na mãe e a quem lhe aparecia pela frente…
Meus amigos, ele fazia isso e com razão, então um dia inteiro a matar mouros, cansado, com dores nas costas e chega ao castelo e o jantar não está pronto! Nem sequer os chinelos para calçar… o pior é que todos lá no castelo não perdiam um episodio dos morangos, que já é do tempo do Moisés e será do tempo das viagens regulares em ogiva supersónica a Cassiopeia.
Quando forem a Guimarães façam uma vénia ao homem que fundou o nosso território.
Joca tx


A caçada

Meus amigos…
Eu tenho um grande amigo, que é sem tirar nem por o chefe da Papua Nova Guiné.
Sempre que lá vou, ele organiza uma caçada com alguns participantes, desta vez éramos dois, eu e ele.
Embrenhados pelo mato dentro e com pouca visibilidade do que se estava a passar em nosso redor, ouvimos o ruído de uma fera muito perto do local onde nos encontrávamos, pensei cá para mim “é hoje que vou dar uma congestão a um animal qualquer”.
Quando a fera aparece, perdi o medo e com a ajuda do chefe demos cabo dela com as nossas próprias mãos, pois não usamos armas de nenhuma espécie.
Com esta luta toda, o chefe perdeu o dedo mindinho da mão esquerda, e ainda por cima pôs a culpa em mim de tal coisa ter acontecido, e para meu castigo não ia na próxima caçada que ele ia fazer.
Quando chegou o dia da próxima caçada, estando eu de castigo, ele foi sozinho.
Por qualquer motivo, foi apanhado por uma tribo local que por sinal eram canibais, sacrificando todos os humanos que lhes apareciam pela frente, prenderam-no à árvore sagrada, já com tudo pronto para a imolação e o feiticeiro da tribo reparou que lhe faltava o dedo mindinho.
Pelos estatutos assinados por todas as tribos (quer nómadas quer sedimentares) não se pode sacrificar quem tiver uma ou mais deficiências físicas ou outras de espécie mental, assim sendo acabaram por soltar o chefe.
Depois de me ter contado tintim por tintim, pediu desculpa por me ter posto de castigo.
Tu és tolo (disse eu) se eu tivesse ido a esta hora estava a fazer a digestão (ou indigestão) daquela seita toda e ainda palitavam os dentes com os meus ossos.
Mas pensando bem talvez fosse poupado pois tenho um dedo mais curto e mentalmente nunca se sabe.
Estou seriamente a pensar mudar de sítio para as minhas viagens pelo oceano pacífico, pois estou sujeito a ser “comido”por algum indigna.
Por isso meus amigos tenham cuidado quando vos convidarem para algum jantar “tipo francesinhas”, nunca se sabe se o repasto somos nós próprios a sermos servidos para um bando de anormais sem usarem tanga.
Joca tx.


A fuga das cervejas

Olá...
Um belo fim de semana prolongado com o feriado 15 de Agosto, 4 grunhos (tansos, cromos, postais, etc.),o Tono, o Nando, o Necas e o Zecas(nomes fictícios), acompanhados de suas belas mulheres(menos o necas, solteiro)e também pelos seus rebentos(menos o nando)foram acampar para vilar de mouros, depois de tendas montadas papo pr`aqui papo pr`acolá essas coisas de grunhos, o necas, que tinha levado uma grade de cerveja inteirinha teve a excelente ideia de as por a refrescar no rio. Como o rio tinha pouca corrente, estava um calor danado e cerveja quente não presta, amarraram uma corda à grade para ela não fugir e JÁ TÁ disseram os tansos todos em coro"logo já temos cerveja fresca". Enquanto os frangos, as costoletas e o entrecosto ia assando e mais papo pràqui....papo prácolá... etc....estava quase na hora do lanche quando repararam (não sei qual deles foi) (não mo disseram) que o rio estava com muita corrente a grade boiava ao som da corrente parecia que sabia fazer surf. Deram o alerta e lá foram: os grunhos, suas belas mulheres e seus rebentos em busca das cervejas fugitivas, não foi mau, conseguiram recuperar 6 survias mas agora imagina! Grunhos a comer churrasco e a beber água é do pior, por isso meus amigos quando puserem grades de cerveja a refrescar bebam primeiro e refresquem depois, não façam como estes pobres desgraçados que a partir deste dia nunca mais foram os mesmos.
Joca tx


A menina Filomena Silva

Amigos…
Muitas empresas de utilidade pública tem pessoas muito competentes a prestar informações, resolver problemas de clientes ou pessoas interessadas em algum serviço.
Sei por experiência própria, não com a menina Marta dos seguros, (que se diga de passagem fica muito aquém de algumas meninas que conheço de outras companhias de seguros), mas com uma empresa de combustível.
Eu abasteço combustível (gasóleo) na “Cepsa”cerca de 800 L por semana, faço uma média de 7.500 km mensais o que no cartão dos pontos é uma quantia considerável que vou acumulando e vou tirando alguns produtos de marcas muito conceituadas no mercado.
Como o meu cartão estava com problemas mandei um e-mail a contar o sucedido, que o meu cartão tinha cerca de 35.000 pontos e não os queria perder.
No dia seguinte já tinha a resposta que me ia enviar um cartão novo com 35.858 pontos.
Passados 15 dias, já com 38 mil e tal pontos, o novo cartão deixou de funcionar, tinha o chip danificado (nem sei como aconteceu), mas depois de reflectir enviei outro e-mail e prontamente recebi a resposta, que me iam enviar a 2ª via do cartão.
Sim senhor, é destes serviços que gosto, eficientes e com prontidão.
Eu não sei quem é a “Menina Filomena Silva” e sei que ela não vai ler estas palavras, mas foi ela que tratou de tudo para mim.
Um bem-haja “Menina Filomena Silva”e obrigado por tudo…
Joca tx




A tara dos homens por sexo…

Olá…

Sobre este tema tenho a dizer o seguinte:
- Quem é que não gosta de sexo? Todos os mortais, habitantes deste e do outro mundo, homens e mulheres, até os bichos e bichinhos gostam e não olham a meios para o ter, porque não nós? Que temos inteligência suficiente para tirar partido de um momento em que duas “pessoas” se unem para atingir o nirvana do amor.
Cada um tem direito a ter o sexo que quer, sozinho (a) ou acompanhado (a), com quem se ama ou não, a qualquer hora, em qualquer lugar, quer chova quer faça sol, com ou sem penetração, enfim, cada indivíduo sabe ou deve saber que o sexo faz parte da vida, que não é um bicho ou um tema tabu, que deve ser “explorado”em todos os sentidos e direcções dependendo do gosto de cada um.
Em relação à tara dos homens por sexo, vou contar-te uma “estória”.
Quando andava na preparatória, para “arrancar” um beijo a uma rapariga, tinha que ser no jogo das “prendinhas do Sr. Abade” ou no “verdade ou consequência”, mas superficial, nada de molho e muito menos de língua, pois o guarda-chuva estava sempre à mão.
Hoje, a língua das raparigas pouco falta para sair pela orelha do rapaz, nas escolas, nas paragens, em plena rua, em qualquer local publico e ai deles que não alinhem, pois o guarda-chuva continua à mão, mas por motivo diferente.
Agora pergunto, “Quem é mais tarado”, “eles ou elas”? Tenho muitas dúvidas.
O homem não é tarado por sexo, gosta é de “mulheres”, gosta de apreciar, botar o olho, mirar de alto a baixo e mandar uns piropos, mas dai a ser tarado sexual, vai uma grande diferença.
Não sei se concordas comigo, mas cada um tem o seu jeito de ser e de dizer o que pensa…
Joca tx


Acerto-te o passo que é um mimo

Olá…
Existem vários momentos que gravo na memória para mais tarde traduzir, não para uma língua estrangeira, mas sim para o papel com uma esferográfica “corvina 51” made in Italy, mas que poderia ser de outra marca qualquer, Bic (laranja ou cristal), Molin, Roller ball ou mesmo uma daquelas que os cafés e as casas de pasto (não de passe) oferecem pela altura do Natal e que mais tarde quando tenho um tempinho extra, passo para o portátil, para que vós tenhais acesso a boas “estórias”.
Estava sentado à espera do arroz de feijão (cuidado com os quinzes) e dos bolinhos de batata (bacalhau nem vê-lo), quando reparei no casal que estava à minha frente. Mais coisa menos coisa, rondavam os vinte e cinco anos e tinham dois rebentos com dois e quatro anos aproximadamente.
O homem estava concentradíssimo na sua travessa, retirando amiúde algum alimento para o seu prato e só levantava a cabeça em direcção à TV.
A mulher, alem de estar a comer, separar carne para os miúdos, dando sopa ralada aos dois quase em simultâneo, ainda tinha de estar atenta para não haver nenhum acidente com as garrafas do “ice tea”ou da água e de vez em quando lá tinha de apanhar um garfo ou uma faca do chão.
Graças a deus que ainda há mulheres com sorte, pois não é fácil encontrar um homem que deixe todas as tarefas a cargo da sua esposa. Estava ali um espécime masculino como manda a sapatilha, mas para serem mesmo felizes, só faltava ele lhe acertar o passo, que se diga de passagem foi com essa impressão que fiquei.
Joca tx


Animal de estimação

Olá cambada…
De certeza que tens, já tiveste ou gostarias de ter um animal de estimação.
A maior percentagem desses animais são cães e gatos, seguidamente vem as aves e os peixinhos, exóticos ou mesmo de água fria.
Eu tenho, já tive e gostava de ter.
Tenho dois gatos (Xavier e o fardilhoso), uma gata (fardilhosa) e uma cadela (goldy).
Já tive muitas variedades de animais, cães de várias raças (recentemente morreu o shallon com 14 anos), gatos, aves de várias espécies e também peixinhos que eu adorava, cheguei a fazer criação, mas conto noutra altura.
Ultimamente só penso em ter outro animal de estimação, uma pomba, muito gostava de afagar uma pomba, passar a mão pela sua penugem fofa e macia, fazer festinhas, trata-la com carinho, falar com ela e até porque não, dar-lhe muitos beijinhos e muitos miminhos.
A pomba é o símbolo da paz e porque será?
Porque nos transmite uma espécie de relaxe, calma, uma descontracção enorme e uma sensação de prazer pela vida.
Muitas vezes quando estou stressado ou nervoso, penso numa pomba e fico logo calmo e relaxado, não sei se contigo acontece o mesmo ou se pura e simplesmente nunca pensaste nisso.
Joca tx

Anormais…

Olá…
Tenho uma irmã e um cunhado com problemas auditivos, regra geral e normalmente, quem tem problemas deste género usa aparelhos mínimos, quase não se notam, porque querem passar despercebidos no meio da multidão.
Ultimamente o nosso país foi invadido por seres de outro planeta, são seres com problemas auditivos e também falam sozinhos, estejam onde estiverem.
Admiro-os porque não se importam de usar no ouvido, aparelhos tipo caracol, alguns com dimensões enormes que parecem uns croissants.
O cómico é que pensam que é moda e andam com o aparelho mesmo sem precisar.
Derivado à minha profissão uso constantemente o telemóvel, e, porque as multas são pesadas, tenho um auricular mínimo que uso frequentemente.
Que me desculpem quem usa este tipo de auriculares, mas parecem uns anormais…abanam os dois braços, levantam uma das pernas, até parecem que estão a dançar o malhão.
Não sei se alguma vez irei usar um aparelho destes, mas como já sou meio anormal, ficava anormal e meio.
Joca tx


Apaixonado

Olá…
Paixões já todos nós tivemos, por pessoas, por animais ou até objectos pessoais, paixões não correspondidas ou impossíveis, etc.
Esta paixão que vos quero contar, aconteceu comigo quando ainda era um teenager inconsciente.
Todos os dias apanhava a camioneta para o trabalho, normalmente era o primeiro a chegar à paragem, mas numa linda manhã de segunda-feira para meu espanto estava na paragem uma linda rapariga com um lindo sorriso que coincidência ou não, sempre que eu olhava para ela, ela olhava para mim.
Entretanto foram chegando os meus companheiros de viagem. A camioneta chegou e todos entramos menos a rapariga.
Durante o dia acabei por esquecer esse momento, só que na manhã seguinte lá estava ela outra vez, como é possível tanta beleza logo pela manhã e ainda por cima com um sorriso destes, sorri também para ela, mas acho que fiquei tão vermelho que tive de desviar o olhar, eu sempre fui muito tímido e não tive coragem de olhar novamente para ela, nesse dia também não entrou.
Pensei nela várias vezes e acho que já tinha o bichinho cá dentro e pensei em sair mais cedo na manhã seguinte para chegar primeiro e lhe falar nem que fosse “bom dia” ou “olá”, mas não aconteceu e passou uma semana sem lhe falar ou ouvir a voz dela, só nos olhávamos e sorriamos e nada mais.
Eu já estava apaixonado e pelo sorriso dela também acho que ela sentia o mesmo por mim.
Passou mais uma semana, sem coragem para lhe dizer algo mais que “bom dia” ou ”olá”, que nem ouvia a resposta dela tal era o meu estado de nervosismo.
Quinze dias… e sem saber pelo menos o nome, prometi a mim mesmo que lhe ia falar na semana seguinte.
Quando cheguei à paragem ela não estava, no lugar dela alguém pôs uma lata de sumo de uma marca qualquer que não me lembro.
Tenho pena de não me ter despedido, até poderíamos ter ficado amigos…
Joca tx

As catotas voadoras

E porque não? Catotas é um bom tema para se falar, ate podes dizer “que nojo”, mas quem é que nunca meteu o dedito no "buraco"? Quem nunca meteu que diga a ver se eu acredito.
Quando paramos num semáforo e olhamos para o lado e vemos o Sr. bem vestido de fato a rigor ou a Sra. Toda aperaltada à pesca de uma catota que teima em não sair.
Quando por grande esforço depois de enfiarmos o mindinho que não deu, enfiamos o indicador e por fim a ponta da unha do polegar lá conseguiu sacar a coisa, mas, não satisfeitos ainda a metemos entre os dedos indicador e o polegar para a massajar até conseguirmos uma bola consistente e homogénea que depois a tentamos lançar tipo rampa de lançamento, só que ficou colada à unha do indicador, lá começa tudo de novo, mais duas ou três massagens e aí sim lá vai ela a dois metros de distancia e nem pensamos duas vezes no outro buraco deve haver uma igual, lá vamos novamente à pesca.
Eu tenho uma frase no meu perfil que é:
- “HHHAAAA…catota… num vás paíii, catota…”eu as catotas e os quinzes temos uma relação muito próxima.
Joca tx.



Avaria I

Olá…
Como é lógico as máquinas avariam, por variados motivos, eléctricos, mecânicos ou outros de situações imprevisíveis como esta que me aconteceu em pleno IP3 entre Castro Daire e Lamego.
Ao volante de uma Scania 112, cabine alta e avançada, lá parti para fazer distribuição a três clientes, Tondela, Viseu e Lamego.
Depois de ter descarregado no primeiro cliente em Tondela e já perto do segundo em Viseu, notei algo de estranho no desenvolvimento do motor do veículo, mas como estava na hora do tacho até pensei que fosse da larica ou de alguma impureza no gasóleo e que depois de bucho cheio a coisa rolasse melhor. Liguei-o normalmente e normalmente trabalhou. Descarreguei no segundo cliente e ala moreno que se faz tarde. Quando entro no IP3 em direcção a Lamego o gajo começa a querer abafar, sem desenvolver o suficiente. Sempre que parava ele trabalhava bem, pensei que eram os injectores entupidos, mas depois de ter andado meia dúzia de km parou de vez e nunca mais pegou.
Falta de gasóleo não era, tinha abastecido no dia anterior no fim do dia de trabalho. Liguei ao patrão (na altura), não na altura de muito alto, mas sim o patrão que tinha naquela altura e expliquei os sintomas que o enfermo tinha tido. Ele munido da sua mala de ferramenta meteu-se a caminho a fim de resolver a situação.
3 horas parado numa estrada, em pleno verão com um intenso calor, no meio de nada, sem cigarros ( nessa altura fumava). Entretanto liguei ao cliente a informar que ia chegar tarde e o porquê dessa chegada tardia. Passado algum tempo o patrão (na altura) liga-me a perguntar se tenho gasóleo, disse-lhe que sim e o ponteiro não deixava mentir, marcava mais de meio depósito, que deveria ter mais coisa menos coisa 300 litros, mas mesmo assim fui rectificar, pois sim! não conseguia abrir o tampão do depósito, por fim depois de ter feito toda a força possível e imaginária (sem me borrar claro) lá consegui e ao abrir até caí para trás com semelhante estrondo que deu.
O patrão no dia anterior tinha trocado os tampões dos depósitos, pôs o da 113 na 112 e vice-versa, mais valia estar quietinho.
Esperei que chegasse ao pé de mim e só não lhe dei com a chave de roletos na cabeça porque além de ser o patrão, era e é meu cunhado. Seguidamente chega o cliente e ainda bem, pois foi à frente para indicar o caminho para as suas (dele) instalações. Jantamos por volta das 22 horas em Lamego e cheguei a casa quase às duas da manhã.
Conclusão: O tampão não deixava entrar ar para o depósito e sem ar o combustível não é enviado para o motor. Segundo está provado por alguns especialistas entendidos na matéria alguns depósitos encolhem com o vácuo.
A partir desse dia ando sempre acompanhado de uma bomba de ar, não vá alguma coisa encolher no momento mais impróprio para isso acontecer e se acontecer que não seja por falta de ar.
Joca tx


Avaria II

Olá…

A filhota sempre adorou e adora ir comigo, para qualquer lugar que vá, deita-se na cama e dorme que se farta, por vezes só se levanta para almoçar, o que não foi o caso no dia que este episódio se passou.
Saímos às 5 da manhã em direcção a Macedo de Cavaleiros, numa Scania 113, cabine baixa e carregado com 30 t de madeira. Cerca de 20 km depois de ter passado Vila Real, notei que estava a ficar sem embraiagem por falta de ar no compressor, disse à filhota o que se estava a passar, que ficou logo aflita.
- E se ficamos sem travões?
- Isto tem muitos travões…
- Mas desce muito!
- Olha, tenho travão de pé, de mão, eléctrico e ainda o tacão das botas biqueira de aço, por isso não te preocupes que quando começarmos a subir o camião pára. E assim foi, sem poder engrenar mudanças de caixa, parei na berma da A4 (naquela altura era o IP4), derivado à inclinação do terreno calcei uma das rodas com uma cunha de alumínio e fui detectar a avaria por baixo do veículo que tinha um tubo de ar danificado causado pelo calor do escape. Quase de imediato parou junto de mim um jipe da Brigada de Trânsito.
- Avaria?
- Sim…
- Fácil de resolver?
- Nem por isso, não tenho tubo nem uniões rápidas para resolver o problema.
Sinalizaram o veículo com os cones reflectores e perguntaram:
- Se o levarmos a Vila Real para comprar o material resolve o problema?
- Exactamente…
- Então vamos lá!
Lá fomos (eu e a filhota) dar um passeio até Vila Real no jipe da G.N.R.
Comprei um metro de tubo e seis uniões rápidas (não vá o diabo tece-las e ter mais avarias do género).
Em dez minutos resolvi o problema, mas ao arrancar ouviu-se tamanho estrondo que mais parecia uma garrafa de gás a explodir, nem quis saber, o camião estava a andar e tudo normal, bota mas é “prà” frente que já estamos atrasados. Entretanto olho pelo retrovisor e vejo o jipe dando sinais de luzes, ultrapassou-me e encostou, parando eu atrás dele, um dos agentes sai com a cunha na mão que mais parecia o chapéu dum pobre que tinha ficado debaixo duma manada de búfalos.
- Esqueceu-se de tirar isto… deu cá um estrondo!
- Acontece… muito obrigado…
Deram a volta e arranquei, a filhota nem pestanejava, pálida e apreensiva, nem sequer ia para a cama dormir como costumava fazer.
Na zona de Murça mais um estrondo, falta de pressão no motor, não puxava, parei e vi que tinha partido uma abraçadeira do tubo do ar na saída da turbina do motor, arranjei um arame, mas a pressão era muita e o tubo soltava-se novamente.
- E agora pai… como vamos fazer?
- Não te preocupes, há uma área de serviço mais à frente e compro uma abraçadeira.
Na área de serviço não tinham abraçadeiras tão grandes e disseram-me que só em Mirandela é que arranjaria numa oficina. Lá fomos a passo de anjinho, a descer o “gajo” puxava que era uma maravilha, ainda o tinha de travar, a subir dava vontade de ir empurrar.
Chegamos a Mirandela por volta das 13 horas e a oficina estava a fechar, mas venderam-me duas abraçadeiras. Como tinha um restaurante por cima da oficina, perguntei à menina se no restaurante se comia bem e em conta para pessoal de trabalho, a menina riu-se e disse que sim. Depois de meter a abraçadeira no sítio fomos almoçar.
Afinal a menina da oficina era a mesma do restaurante, por isso é que se riu quando lhe fiz a pergunta.
Como estávamos na terra delas, comemos alheiras (não de caça) (sem rebentar).
Seguimos caminho até Macedo onde descarregamos a mercadoria, a filhota estava sempre a ver quando acontecia mais alguma peripécia…
- Tem calma que chegas direita a casa! …disse-lhe num tom de riso…
- E chegamos hoje?
- Acho que sim… mas também não é grave!
Chegamos a casa bastante mais tarde que o previsto, mas chegamos inteiros.
Quando isto aconteceu a filhota deveria ter talvez 13 anos.
Joca tx




Cabines da EDP

Olá amigos…

Estas palavras vão mais ao encontro de quem tem filhos, mas qualquer um pode ler que não faz mal nenhum, muito pelo contrário.
Eu quando viajava com os meus filhos (e com a minha “furu” claro) arranjavamos sempre tema para a viagem não ser tão penosa para eles, principalmente o filhote mais inconformado com a ideia de passar horas dentro do carro.
Normalmente com 10 km percorridos ouvíamos “ainda falta muito?”.
Essas pequenas brincadeiras muita gente faz:
Cantar, jogos de palavras a começar por determinada letra, marcas de carros, matrículas com letras ou números iguais etc.
Mas há coisas que não lembra a todos, por exemplo aquelas cabines da EDP que estão por quase todo o lado, com 10 a 12 metros de altura normalmente brancas e que passam despercebidas da maioria das pessoas, é um bom passatempo, contar cabines durante a viagem. Eu cheguei a fazer isso imensas vezes com o meu filho e por vezes viagens de poucos km, por vezes com uns cêntimos pelo meio mas isso já é outra história, essas viagens tornavam-se mais agradáveis, mas cuidado com a estrada, um olho nas cabines outro na estrada, para ver se uma amiga minha não tem de trabalhar aos sábados.
Boas viagens.
Joca tx


Cãs

Olá…
Consequências da minha profissão, normalmente acondiciono os alimentos no estômago entre as 12 h e as 14 h, a maior parte das vezes em restaurantes, locais certos, com refeições “mais caseiras” e que fazem menos-mal (penso eu).
Por vezes acontecem imprevistos, tenho de almoçar onde não conheço ou então compro algo mais ligeiro.
Num desses dias, estando à espera do repasto para saciar a minha “fome”, entraram dois casais e sentaram-se nas cadeiras que estavam em redor da mesa que estava à minha frente.
Algo me chamou a atenção, as senhoras (de costas para mim), tinham o cabelo todo pretinho, apesar de aparentarem pelo menos oitenta anos cada, pelos gestos, movimentos e também pelas rugas de suas delicadas faces.
Os cavalheiros tinham ambos o cabelo branco.
É tudo muito lindo e tudo muito bonito, mas, sinceramente, não gostei de ver as damas com os cabelos pintados, é tentar enganar-se a si próprias, é tão belo a velhice “e não me venhas dizer que é para se sentirem bem, que isso a mim não cola!”, não gostei.
Por isso quero mandar dois beijos muito grandes para duas “respeitosas” ainda jovens “senhoras”, que apesar de terem o cabelo já meio grisalho, continuam a exibi-lo como se ele fosse ainda da cor original e não parecem estar muito preocupadas com isso nem com o que os outros pensam.
Já agora quero dizer-vos que no domingo (5 Outubro), por posição de destaque na cerimónia, ambas estavam muito “chics”, muito mais que muita tinta, lacas e os mais variados cfcs que existem no mercado.
Agora que sabes o que é o “Cãs”, ai não sabes? Vai ao dicionário e vê entre a palavra cás e casa.
Joca tx


Chocolate…

Olá…
Como deves saber, (pois qualquer mortal que se preze de o ser sabe e é de cultura geral), que a Papua Nova Guiné é um grande produtor de café, esse grão que adoro o cheiro, mas que tomo raramente, não ligo muito.
A par do café, também produz chocolate, com grandes plantações de chocolateiras, árvores de pequenas dimensões, mas a sua madeira é muito procurada para utensílios caseiros e não só, usam a sua madeira para construção de boomerangs, tampas de sanitas, tabliers de automóveis de luxo, tacos e mesas de bilhar, etc.
Os grãos de chocolate nascem dentro de uma vagem com aproximadamente 45 cm de comprimento e é das coisas que mais gosto de ver quando me desloco lá, principalmente quando estão em flor.
Por várias vezes visitei o moinho de um grande amigo do chefe, não há chocolate quente mais saboroso do que quando está a sair por entre as mós.
Os grãos antes de ser torrados são amargos e enjoativos, mas dizem que é um bom afrodisíaco, virilidade para os homens e estimulante para as mulheres.
Em certas províncias não é proibido a poligamia, há homens que tem 3 ou 4 mulheres e constantemente mascam grãos de chocolate.
Já tentei trazer chocolate em grão para Portugal, mas foram todos confiscados na Austrália, não é permitido sementes nem produtos alimentícios.
Quando lá for novamente vou tirar fotos das chocolateiras, que irei colocar aqui no hi5, depois poderás dar uma vista de olhos e veres a beleza que é emanada por tão bela paisagem.
Joca tx.



Choque em cadeia…

Olá…
Ouvi uma notícia no rádio, que em Paços de Ferreira houve um choque em cadeia, por sorte só houve um ferido ligeiro.
A minha opinião sobre estes tipos de acidente é a seguinte:
Em primeiro lugar a culpa é dos intervenientes e contra mim falo, temos a mania que somos os maiores, nada nos acontece, os outros é que são descuidados, etc.
Existem locais próprios para ser dada formação adequada a quem entender que a deve ter ou receber.
O governo também tem culpa, existe grande desleixo nesta matéria, acho que devia haver maior preocupação por estes problemas, porque governar um país não é só inquéritos, estatísticas, estudos ambientais, referendos, etc.
Quem os vê na Assembleia da Republica, governo e oposição, chamarem burros uns aos outros, depois vão todos juntos a baterem nas costas tomar o cafezito e a dizer “pagas tu ou pago eu?”.
Por fim e mais grave, são os directores desses locais e instituições, que deviam contratar pessoas especializadas para efectuar essas manutenções, o que se passou em Paços de Ferreira poderia ter acontecido noutro estabelecimento prisional qualquer, Custoias, Vale de Judeus, etc.
Felizmente o ferido ligeiro só teve uma escoriação no joelho, quando caiu do banco ao mudar a lâmpada da cela.
Joca tx.


Desilusão

Olá…

“Cada vez desces mais na minha consideração”
Estas palavras ouvem-se muitas vezes em locais muito variados, e até por vários motivos, mas quando é o nosso próprio filho a proferir tais palavras em relação à nossa pessoa é de ficar preocupado.
É verdade, cada vez desço mais fundo para o meu filho, quer dizer que já não presto, pura e simplesmente deixei de ser um ídolo para ele, o que o levará a pensar assim?
Realmente pensando bem, quando tinha mais ou menos a idade dele, tinha a mesma maneira de pensar que ele, em relação ao motivo da minha descida de consideração.
Por eu agora ter os tímpanos mais sensíveis e ouvir vários tipos de música ele diz “cada vez desces mais na minha consideração”.
Eu sei que daqui a alguns anos, ele também vai gostar de coisas que agora diz que não gosta, ou não ouve por ser fiel ao estilo de música que adora ouvir.
Ele tem bons gostos musicais, não por influência minha, mas aconteceu por acaso, mas que é duro ouvir palavras destas, isso podes ter a certeza que é…eu até gosto de muita coisa que ele ouve, mas há para ai umas coisas modernas, que é só barulho e sem melodia nenhuma, ele diz que é fixe, eu quase que acredito, mas…só quase.
Joca tx


Dois cromos

Olá cambada…

Gosto de escrever e sinto necessidade disso, não sei porquê, mas quando dou por mim já estou a procurar papel para apontar coisas que me vem à cabeça.
Desta vez não fugiu à regra e lembrei-me de duas coisas giras, se calhar não vais achar piada, mas mesmo assim arrisco um sorriso, um abanar de cabeça ou mesmo a dizer “este gajo é mesmo apanhado”.
Conheço um indivíduo, motorista, já foi meu colega de trabalho, mas como é lógico não vou dizer o nome para não ferir susceptibilidades (ufa e sem erro!).
Um lindo dia bem cedinho, ia ele todo pimpão pela antiga IP5 actual A25, e, a certa altura foi encadeado com uns máximos muito fortes vindos no sentido contrário ao dele, como grande profissional que era e sem se fazer rogado, mandou-lhe também com todos os máximos que tinha para cima do primeiro ou seja de quem o tinha encandeado.
A partir desse dia o sol nunca mais foi o mesmo, tinha acabado de nascer e foi ofuscado de uma tal maneira que passados tantos anos ainda tem problemas de encandeamento.
Agora vou contar-vos uma que se passou com eu mesmo, com o je, moi meme.
Um lindo dia bem cedinho, ia eu todo pimpão pela A1 em direcção ao sul e a dado momento vejo um camião em sentido contrário sem luz alguma, na faixa da esquerda, andava tão devagar que parecia estar parado e estava mesmo parado, eram os arbustos do separador central.
Perante isto o que queres que diga mais?
Joca tx

Encontro imediato de 360 graus

Olá…
Eu até podia contar que já vi por duas vezes OVNIS, mas como sei que não vais acreditar nem vale a pena começar. Mas já tive vários encontros imediatos de 360 graus, (pronto lá vem mais uma história do costume), não meus amigos, isto que vão ler é verdade.
Ia eu da escola para casa muito bem comportado, sem tocar ás campainhas como era costume e a certa altura ouvi um ruído e ao olhar para trás “ZÁZ” uma bruta de uma lapada que virei logo para o outro lado a 360 graus, só vi uma bicicleta de dois lugares a desaparecer à minha frente e a sentir a cara a latejar, a culpa foi minha:
1º- Não tinha nada que ser curioso e olhar para trás.
2º- Ia do lado errado da rua.
3º- Como já estava calejado de tanta lapada, havia de ter levado a protecção (capacete).
Por isso meus amigos se por acaso virem uma bicicleta de dois lugares com dois meliantes são eles, cuidado, não olhes para trás:
Joca tx


Envelhecer

Olá...

Há muitas maneiras de notar que estamos a envelhecer, não que me considere velho, mas sim a envelhecer, passou-se comigo alguns dias atrás uma dessas coisas. Normalmente damos dinheiro aos nossos filhos, no meu caso para a filhota, gasolina, roupas e aquelas coisas normais, para o filhote cinco euros, quatro dias por semana para comer na escola, esporadicamente cinema, fotocopias, equipamentos e bolas+raquete de ténis, etc. Onde quero chegar é que um dia destes por esquecimento não levantei dinheiro no Multibanco e precisava de cinco euros o meu filho disponibilizou-se a emprestar, ouçam bem EMPRESTAR, cinco euros de troquitos que lhe sobra dos almoços, que sou eu que abono a massa! meus amigos, isto é que é, quando um filho nos empresta dinheiro é sinal que estamos a ficar com a idade a avançar, mas não é só, quando a nossa filha diz: Olha, podes levar O MEU carro mas vê lá não estragues! Meu deus como o tempo passou tão depressa e nem dei por isso. Meu amigo (a) vive o momento, que quando deres por ela estás na mesma situação.
Joca tx





Envergonhado

Meus amigos…
Nem tudo é flores na nossa vida, há momentos que se pudéssemos pura e simplesmente não existiam.
O momento que vos quero contar é um momento de vergonha ocasional, que passo a explicar:
Eu fui ao hiper com o meu filhote, na altura teria cinco anitos aproximadamente e quando íamos a sair estavam umas meninas a dar uns iogurtes com flocos que fazia parte de uma promoção que estavam a fazer, deram-me dois porque disse que tinha uma menina em casa.
Mas não satisfeito e como era de borla, dei a volta e fui à outra saída. A menina que estava a dar os tais iogurtes já vinha com um e eu já estava preparado para dizer que tinha uma menina em casa quando o meu filho se sai com esta:
-”Ó pai, anda embora que já temos dois desses que a senhora do outro lado nos deu”.
Meus amigos, isto não podia ter acontecido, claro que fiquei pior que sei lá o quê, mas a menina disse “olha meu menino por teres dito a verdade leva os iogurtes, mas pelo teu pai não merecias”.
Como podem ver acontece a todos, por isso dizei aos vossos filhos:
Quando eu estiver a falar com alguém cala-te e não digas nada de nada.
Joca tx.



Eu gosto de chuva

Olá…
Eu gosto de chuva, também gosto de sol mas para dizer a verdade adoro os dias de chuva e agora vejam se a chuva não é maravilhosa.
Tirando as inundações e outras causas que a chuva pode provocar, em que a maioria das vezes é por culpa da humanidade, a chuva é altamente.
Imagina, mas imagina mesmo, mas mesmo, mesmo, mesmo!
Tu, com a pessoa amada no chão da sala, em cima de um tapete com cinco cm de franjinhas fofinhas, a ver um filme qualquer, a partilhar um drink tipo, cuba libre, tequila sunrise ou mesmo pisang, e lá fora a chuva a bater nos vidros das portas ou janelas, o vento a fazer vuuuuuuu, a salamandra a crepitar, estás a imaginar? Agora diz se o calor e o sol produzem tamanha maravilha, (atenção que não estou a falar de sexo), só do momento em si e do clima criado neste mesmo momento.
Imagina:
Tu, dentro do carro com a mesma pessoa do momento anterior à beira-mar, o bater das ondas nas rochas, a salpicar a água para longe, as gaivotas a planar junto à água, a chuva a cair, os vidros a embaciar, uma trincadela num chocolate qualquer acabado de comprar no quiosque ali perto, a música do rádio que fica cada vez mais longe, enfim agora pensa! Com calor achas que isto era possível? Claro que não. Se tu seguiste o meu conselho e imaginaste como te pedi e sentiste aquela coisa que se sente num momento destes é porque adoras chuva, se não sentiste nada disso, então gostas mais de sol junta-te aos répteis que também são felizes.
Se souberes de algum momento com sol e com calor melhor que estes dois diz-me para eu experimentar.
Joca tx.

Fuzilados não! Mas presos e torturados…

Olá…
Fuzilados não! Mas presos e torturados acho justo e até gostava que isso acontecesse.
Normalmente faço as minhas necessidades fisiológicas sólidas, ou menos sólidas, depende do organismo, em casa antes de sair, e, ou depois de chegar.
Por vezes o organismo descontrola-se e a coisa aperta um bocado, mesmo assim se puder aliviar a vontade à caçador num local ermo, numa mata ou pinhal, é preferível aos locais públicos, não gosto de casas de banho públicas, principalmente desta que te vou falar agora.
Num desses dias de descontrolo do foro intestinal, sem poder adiar e sem existir um pinhal pelas redondezas, tive de recorrer a um restaurante. Não estava sujo, até bastante cheiroso e limpo, mas deviam ser presos e torturados quem fez o projecto do restaurante, os donos, a asae e todas as pessoas de todas as dependências que deram o aval para este estabelecimento estar aberto.
Tive de entrar de marcha atrás, encolher a barriga para a porta fechar, fiz uma ginástica desgraçada ao tirar papel para colocar na louça e me poder sentar e depois de sentado batia com cabeça e joelhos na porta, já para não falar no sacrifício danado que fiz para limpar o sim senhor.
O mal disto tudo é que sofro de claustrofobia, nem sei como não me deu uma coisa daquelas, mas já estava na fase dos suores frios.
Sei que sou bastante espaçoso, mas num cubículo destes qualquer um ficava fonix-dido. É por isso que volto a dizer ”FUZILADOS NÃO! MAS PRESOS E TORTURADOS…”
Há! Cuidado com os… que pensam que tem a mania.
Joca tx


Idiota chapado…

Olá…
Enquanto recarregava baterias em casa do chefe da Papua Nova Guiné, deslocava-me ao bar da aldeia para tomar o meu aperitivo.
No canto mais escuro tinha uma mesa que estava rodeada por vários homens, faziam uma enorme algazarra com gargalhadas altas e profundas.
Como gosto de me rir, aproximei-me e deparei com a seguinte situação:
Sentados à volta da mesa estavam dois homens, um deles pôs duas moedas em cima da mesa, uma pequena, com valor de 2000 kinas e outra grande com valor de 400 kinas, o outro homem, com aspecto de passar por algumas privações de nível económico e psicológico, em todas as terras existe esta figura típica, chamam-lhe: Marau, Zé-ninguém, macaco, moina, etc. (acho que já deu para entenderes), que, ao sinal do primeiro pegou na moeda grande de menor valor, desatando a correr para fora do bar, sem mais ninguém o ver, foi a gargalhada geral, confesso que também me ri.
No dia seguinte aconteceu a mesma coisa, no outro e no outro, todos os dias se passava o mesmo episódio, só mudava o primeiro homem.
Fiquei desiludido comigo, não recebi educação para me rir de um pobre desgraçado, que por força maior não teve possibilidade ou oportunidade de ter uma vida mais decente.
Decidi falar com ele a sós. Perguntei-lhe o porquê de pegar na moeda grande de menor valor se podia pegar na pequena, que tinha valor superior…ao qual ele me respondeu da seguinte forma e pedindo segredo:
Há bastante tempo que os meus “seis” filhos têm diariamente: fruta, pão, leite, legumes e mais uma série de alimentos à custa da moeda grande e de menor valor, no dia em que escolher a moeda pequena de valor superior, acaba a fartura em minha casa e a alegria no bar, completando com a seguinte frase “feliz do sábio que se faz passar por idiota, diante de idiotas que se julgam sábios”.
O que quer dizer “eu sou um idiota chapado”
Joca tx.



Instrumento musical…

Olá…
Desde que me conheço que tenho um órgão.
Em criança poucas vezes lhe tocava, tinha receio de ser apanhado a mexer numa coisa que era para estar tapada e não, como costumo dizer “ao deus dará”.
Ao entrar na adolescência passei a tocar mais vezes, alturas houve que toquei mais que uma vez por dia, primeiro com a mão direita, depois com a esquerda e por fim já tocava a duas mãos (é a prática).
Quando comecei a namorar, deixei de tocar no órgão e passei a tocar gaita-de-beiços, não só pelo som que produz, mas também pelo jogo de lábios em sincronia com o nirvana da melodia.
Como em tudo existem alguns contras, derivado à temperatura bocal e à saliva, a gaita fica muito húmida, o que por vezes muda o timbre da melodia e também se tocamos durante muito tempo ficamos com cãibras nos lábios.
Claro que já toquei em dueto, enquanto tocavam o meu órgão, eu tocava gaita-de-beiços, o que fica um espectáculo estas duas melodias tocadas em sintonia.
Nunca toquei em nenhuma orquestra, mas era coisa que gostava de fazer, pelo menos em quarteto ou quinteto.
Não sei se algum de vós tem jeito para a música, nunca se sabe se poderemos formar um grupo musical.
Joca tx.

Instrumento musical II…

Olá…

É com enorme prazer que digo isto, já temos pessoal para arrancar com a banda, ofereceram-se tocadores de:
Pífaro - 2
Gaita-de-foles – 2
Saxofone – 1
Flauta – 2
Pandeireta – 1
Bate pratos – 1
Já lhes agradeci individualmente.
Só falta mesmo, alguém que tenha jeito para pegar na batuta, sem comandante a coisa não funciona.
Peço o favor a quem estiver interessado a desempenhar essa função, que se inscreva, porque o resto do pessoal já está em pulgas para começar os ensaios, agradeço uma rápida resposta.
O encontro do pessoal talvez seja em fofim d`aquém, no paralelo 31 a contar do tasco do ti Chico, aproximadamente pelas 16h23, a carreira passa 14 minutos antes e porque a rua é estreita assim ninguém é atropelado.
Levai os vossos instrumentos que eu levo o meu, até já tenho a adrenalina a subir…
Joca tx

Já comi algumas estrangeiras…

Olá…
Adoro as portuguesas, para mim são das melhores do mundo, mas, nunca digo não ás de outras nacionalidades ou etnias.
Posso dizer bem alto que “já comi algumas estrangeiras”, as francesas tem alguma fama, mas para dizer a verdade as italianas são melhores, das espanholas não gosto tanto, chinesas comi algumas mas nunca comi uma japonesa, muitas ouve de outras nacionalidades, brasileiras, mexicanas, israelitas, etc.
Não posso deixar de falar nas africanas, as africanas são do melhor que há, tem tudo o que um homem pode desejar, vou contar-te como foi comer uma africana:
Tenho como amigos uma família cabo-verdiana, um dia fui convidado para passar um bom bocado na companhia de alguns “membros”dessa família, a mãe, considerada mulher muito prestável e amiga de toda a gente pos-me ali tudo à descrição em cima da mesa,”ca`chupa”, é de bradar aos céus, que mãos aquela mulher tem, foi a melhor cachupa que comi ate hoje a furu também gostou, foi comer e chorar por mais.
Além da cachupa a cozinha africana ainda tem, moamba, vindaloo, xacuti, calulu, etc.
Mas não troco pelo cozido que a minha furu faz…
Joca tx.




Joca tx 4666

Amigos…
Sei que não vais acreditar no que vais ler, também não é importante que o faças, alguém dizia”felizes os que acreditam sem verem”.
Agora que temos uma amizade engraçada, bonita e com pernas para andar, “pelo menos tenho por ti um grande carinho”, vou contar-te verdadeiramente quem sou…
O meu verdadeiro nome é Jonistocatolinius (Joca para os amigos), vim de Cassiopeia, do planeta Texinus (TX) e nasci no ano 4666, que corresponde ao ano 2654 a.C.
Não te posso dizer quem me enviou, verdadeiramente não sei, nem como cheguei à Terra. Há certas coisas que não me são facultadas e a minha parca memória não consegue visualizar horizontes, que, estão vedados ou existe uma barreira opaca que por mais que tente não consigo ultrapassar.
Apenas te posso dizer que sou um anjo, enviado para te mostrar o caminho da salvação. Já salvei muitas almas perdidas e ajudei outras a ultrapassar alguns obstáculos, mas ainda continuo a ser um anjo de 3ª, para ser anjo de 2ª tenho de cumprir algumas tarefas e ajudar pelo menos mais 9 almas perdidas nos caminhos devassos e íngremes em que alguns de vós se encontram, mas para isso preciso da tua ajuda.
Não tens de ajoelhar e rezar nem de contribuir com dinheiro, só precisas de seguir uma lista que te dou:
Rir; alto ou baixo, sozinha(o) ou acompanhada(o) sem medo ou vergonha.
Comer iogurtes; com ou sem pedaços, com sabores ou não, pequenos ou grandes e de qualquer marca.
Apanhar um (pifo, nassa, cardina) pelo menos uma vez por ano.
Fazer aquele gesto com o dedo médio uma vez por mês.
Esporadicamente comer com as mãos (lavadas).
E muito sexo…
Por fim e talvez a mais importante, tens de escolher um amigo(a) da tua lista de amizades que queira fazer amizade comigo e participar destas brincadeiras, é um desafio que te estou a fazer pois quero ver se tens algum amigo ou não “para além de mim claro”.
Só assim terei estatuto de anjo de 2ª…
Joca tx.


Marmelada

Amigos…
Eu gosto de fazer marmelada com a minha Furu, sou eu que descasco os marmelos e a marmelada feita com marmelos descascados por um homem dá mais sabor à coisa.
Faço marmelada com a minha Furu porque gosto da marmelada caseira e não daquela que há para aí em qualquer lado, feita com marmelos duvidosos, alguns até são enormes, muito bonitinhos, redondinhos, brilhantes, até parecem envernizados só que a maior parte deles leva químicos e outras coisas mais.
Os marmelos da minha propriedade podem não ser muito grandes nem polidinhos mas são os melhores que há, suculentos, não tem produtos químicos, é tudo ao natural como tanto gosto.
Quando chega à parte do”Joquinha , mexe os marmelos”, nem é preciso dizer duas vezes, toca a mexer, umas vezes para a direita outras para a esquerda até a coisa ficar a ferver e a borbulhar, por vezes a temperatura dos marmelos sobe tanto que até queima, mas eu tenho uma luva própria para os mexer que por esta altura já não são marmelos mas sim marmelada.
Claro que já adicionamos o açúcar, uma casca de limão e um pau de canela para dar sabor.
Nós costumamos por em tigelas (ou malgas) e por cima da marmelada papel vegetal embebido em aguardente, colocamos ao sol para secar e ficar dura.

PS: na minha propriedade tenho 5 marmeleiros que dão marmelos…
PS: «SEUS MALDOSOS»
Joca tx

Maus lençóis

Olá…
Por vossa culpa, estou metido em maus lençóis. As tvs (RTP, SIC, TVI, etc.) levantaram um processo contra mim, audiências baixas, shares e mais umas coisas que estes neurónios não conseguem decifrar. O Sr. Eng.º Belmiro de Azevedo também levantou um processo, quebra nas vendas ao fim de semana, pois uma grande parte de compradores está agarrada ao ecrã do PC ou do portátil. Como é que isto é possível????, acusarem-me duma coisa destas, mas o pior de tudo é a ASAE, por bufadela de alguém (algum vareja que eu conheço e que já o topei), tenho a ASAE à perna. Vieram ao meu escritório e perguntaram-me pela lista dos enigmas! e querem saber o que disseram?: QUE ESTAVAM FORA DE PRAZO!!!, mas não é só, pediram-me o livro de reclamações, acreditas nisto??? REALMENTE EU NÃO TENHO disse eu! e eles ZÁS fecharam-me o escritório e lacraram com aquela fita amarela, agora tenho que entrar no mesmo por um janelito que mal cabe a cabeça e tem de ser antes de jantar para não ter tanto volume no estômago. Qualquer dia tenho que pedir asilo político no Brasil como a Exma. Fátima Felgueiras. Por isso meus amigos, se deixar de aparecer é porque fui preso por qualquer motivo.
Joca tx


Medo de aranhas, quem eu?

Olá…
Uma amiga que andou a cuscar as minhas coisas( e ainda bem), perguntou-me numa msg “um homem tão grande e tens medo de aranhas?”.
Eu já lhe respondi individualmente mas para salvaguardar a minha reputação em relação a um bicho tão pequeno eu passo a explicar:
Não é medo, detesto aranhas e pelo seguinte motivo:
Eu era pequeno, sim eu já fui pequeno, e andava talvez a brincar debaixo de uma árvore qualquer e não sei se sabes mas os ninhos de aranhas são do tamanho de bolas de pingue-pongue cheios de aranhinhas pequeninas todas lourinhas, estás a ver?, a certa altura senti a cair qualquer coisa entre a minha camisa e o pescoço entrou pelas costas abaixo e foi a loucura total, tive que tirar a roupa toda e eram aranhitas por tolo lado possível e imaginário, só de mangueira com agua gelada do poço é que a coisa foi ao sitio.
Não achas que é motivo suficiente para detestar aranhas?
Ainda hoje parece que as estou a sentir, imagina se isto fosse em ti!!!
Joca tx.

Memórias de um carteiro…

Olá…

É muito engraçado e nunca tinha pensado nisto, mas tenho vários amigos ou conhecidos que são carteiros.
Ser carteiro já não é o que era. Antigamente o carteiro era considerado por muitas pessoas, um amigo íntimo, principalmente pelas mulheres que estavam sempre à sua espera. Ele trazia notícias da família lá da terra, dos pais, dos maridos ou namorados que estavam no ultramar, da tia do Brasil que mandou uns trocos, cartões de boas festas, aniversários, cartas de amor, enfim, todas as notícias possíveis e imaginárias circulavam por carta.
Todos conheciam e tratavam o carteiro pelo nome, quando eu era miúdo, conheci o Sr. Sousa, montado na sua bicicleta, depois veio o Sr. Pinheiro, a princípio de bicicleta e por fim já de “boss”. Hoje sei que é uma menina, mas não a conheço.
As cartas e cartões foram ultrapassadas por msg dos telemóveis e pelos e-mails, mas isso não tira trabalho aos carteiros, muito pelo contrário, em vez de carregarem as cartas carregam embrulhos de tudo e mais alguma coisa, mas também andam de moto “500”, viaturas novas com bastante conforto e tem boas regalias sociais.
A imagem da mulher que abria a porta em baby-doll, está em desuso, no seu lugar há uma fêmea pit-bull, a mostrar a cremalheira e mortinha por experimentar a tíbia ou o perónio do nosso amigo, por isso tem sempre os bitorinos prontos para dar corda.
Na minha profissão, recorro ao carteiro sempre que vou para locais que não conheço e só tenho o nome da rua, são sempre os melhores informadores.
Mas no fundo ser carteiro ainda é bom, introduzem os “objectos” nas “frinchas”e nas “ranhuras”.
O meu amigo que pediu para escrever o texto com este título, é carteiro, mas anda enganado na profissão, ele faz as melhores francesinhas que comi até aos dias de hoje, se quiserem comprovar tenho fotos disso no meu hi5.
Normalmente todos gostamos dos carteiros e das carteiras, gosto muito da minha, embora ande sempre nas lonas.
Joca tx.


O almoço

Olá…
Hoje aconteceu-me uma coisa estranha a caminho de um novo cliente numa zona do país que não costumava fazer.
Chegada a hora do almoço, vejo um restaurante “ogoid” idêntico a um que conheço na Tocha. Parei, entrei e dirigi-me aos lavabos para lavar as mãos.
Sentei-me à mesa junto à lareira e uma menina muito bem-parecida, bem torneada e pela pronúncia talvez vinda de algum país do leste europeu, põe um café em cima da mesa e uma factura de 6.25€.
- Menina, eu ainda não almocei!
- Sim, paga que trago o resto…
- Oh menina, eu não quero o café agora…
- Bebe por favor…
Bem, com toda aquela simpatia em pessoa lá acabei por pagar e tomar o café.
Para meu espanto coloca um prato com sobremesa, dizendo que era um doce tradicional da Cherchernia e que realmente tinha muito bom aspecto.
- Menina por favor, o café ainda vá lá, mas a sobremesa é demais…
Olhei para todos os lados a ver se encontrava câmaras, pensei que era para os apanhados. Reparei que todos os clientes estavam felizes da vida e só eu é que estava a ficar furibundo, lá comi o raio da Конфета торта ou o raio que a parta, mas era deveras saborosa.
Nem queria acreditar quando me pôs uma sopa à frente. Já preparado para falar, a sua mão tocou ao de leve o meu maxilar inferior fechando-me a boca com uma terrível suavidade que naquele momento era capaz de comer um quilo de pregos de meia galeota, virou costas e claro está…comi a sopa.
- Menina! traga pão e vinho tinto…
- Isso só no princípio…
- No princípio? E estamos onde?
- No meio!
Passei-me dos carretos, mas baixinho e só para mim, pois todos à minha volta comiam coisas esquisitas e adoravam, olhavam para mim e sorriam como quem cumprimenta com um olá ou um está tudo bem?
Que mais me irá acontecer, disse cá para mim.
Lá veio ela na minha direcção com duas travessas, uma pequena com uns animais mortos, uma mistura de lagostim com camarão, tantos anos a ver o national geografic e nunca tinha visto animais daqueles. Na outra travessa tamanho médio estavam uns grãos maiores que o arroz, mas com o mesmo formato, muito amarelo e com umas bagas tipo ervilhas, mas vermelhas.
Olhou para mim, piscou o olho e virou costas, nem tive tempo de fazer um gesto, olhei para o prato e aos poucos lá fui petiscando o Специальный рис que estava ligeiramente picante e as aberrações marítimas que eram deliciosas.
Quando estava a acabar de chuchar os animais, aparece um jarro de vinho tinto, um cesto de pão tipo centeio, um pires com duas manteigas e um púcaro pequeno com azeitonas…deu-me vontade de rir.
- Menina! Isto é para mim?
- Sim, sim… o cavalheiro não veio cá para almoçar?
Como o Специальный рис estava picante, deitei um pouco de vinho no copo e bebi e ao levantar meti uma azeitona à boca para reter o caroço por algum tempo que é uma coisa que gosto de fazer, quando a menina trás o cardápio e diz:
- Satisfeito?
- Surpreendido, mas satisfeito…
Saí, olhei em redor e senti uma sensação de bem-estar, harmonia e paz dentro de mim que não sei explicar.
Joca tx


O amor e o atletismo

Meus amigos…
Para mim o amor é como o atletismo, há várias formas de amar, há várias provas de atletismo. Quando o amor é muito rápido, intenso, uma paixão arrebatadora é como uma prova de 100 m, depressa acaba (normalmente) e quando há problemas nessa relação, 110 m barreiras com alguns tombos pelo meio.
Quando o amor acontece de forma gradual, crescendo com alguma intensidade, a coisa até parece que vai dar certo, mas, se calhar… até vai mesmo, bom, vou arriscar e ver no que vai dar, é uma prova de 5000 ou 10000 m, depende do que possa acontecer, desisto, não, tenho que conseguir e no fim estamos de rastos, cansados e pronto acabou.
Mas a prova “rainha” do atletismo como todos sabemos é a maratona.
A maratona começa da seguinte forma, com calma, devagar, com olhares tímidos dos participantes, “tomo eu a iniciativa” “ou espero para ver”, até que a coisa começa a dar certo e os corredores vão-se encaixando uns nos outros e pelo caminho há aquelas bancas com água para refrescar, matar a sede e já na parte final o cansaço é tanto que já não se sente as pernas nem quase nenhuma parte do corpo, o verdadeiro amor é igual, começa lentamente, um olhar, um sorriso com timidez ou não e aos poucos vai nascendo o mais importante numa relação,”AMIZADE”, que é o alicerce duma relação, seja no casamento ou em uniões de facto e a coisa até rola, com pequenas entorses, mas com uma massagem passa e as tais bancas para refrescar ao longo do percurso são os mimos e boas palavras “AMO-TE” “GOSTO DE TI” “JÁ TE DISSE HOJE, QUE TE AMO?” e assim se vai fortalecendo o amor, e um amor destes nunca acaba.
Eu já ultrapassei os 10000 m, quero e desejo chegar ao fim da maratona.
E tu! Hoje já disseste “Amo-te” a quem amas? Estás à espera de quê?
Joca tx



O Bacalhau

Meus amigos…
Há muitos Bacalhaus por aí, um deles como toda a malta sabe é o cumprimento de mão “dá cá um bacalhau”, já o Quim Barreiros dizia “ Maria deixa-me cheirar teu bacalhau”, mas o melhor bacalhau é aquele que cai no prato e eu gosto muito de bacalhau, com natas, à lagareiro, à braga, à Brás, desfiado cru, em bolinhos, em pataniscas, assado, frito, cozido com grão ou fradinho, etc., acho que uma folha A4 não chega para colocar todos os pratos possíveis de bacalhau, só não gosto muito de à Espanhola e à Gomes de Sá por culpa da cebola que não gosta muito de mim.
Um dia uma das minhas irmãs disse-me:
“Olha Joca, ontem fui à torreira ao restaurante (X) e comi lá um bacalhau que nem te digo nem te conto”.
Claro que não descansei enquanto não dei lá uma saltada para experimentar, e, meus amigos, que espectáculo, uma bruta de uma posta, servido com batatinha a murro, só para terem uma ideia, sobrou, eu, a furu e a filhota (o filhote ainda não existia) não conseguimos comer tudo, e eu meus amigos era (sou) um bom garfo. Armado em cavaleiro e grande descobridor de locais para enfardar o buxo, andei a convidar uns casais amigos para irmos devorar o tal do bacalhau.
Passado um mês nós os três mais dois casais amigos lá fomos esfomeados para devorar o animal e querem que vos diga uma coisa? Eu digo, o tal do bicho devia ter ido de férias para qualquer lado e deixou o filho mais pequenito que tinha, mal dava para mim, fará para tanta gente.
Claro que eu não fiquei calado e perguntei se o restaurante tinha mudado de dono, disseram que não e eu disse logo! Há cerca de um mês vim cá comer bacalhau, hoje embora esteja a comer bacalhau não estou a comer bacalhau, estou a comer o filho do bacalhau (dito assim ainda sou acusado de pedofilia).
O rapaz que me serviu encolheu os ombros e até foi incansável com tudo, pão, vinho etc., mas o bacalhau ficou do lado de lá.
Depois tive de pedir desculpas ao pessoal e nunca mais me meti noutra igual, por isso não estejam à espera que vos convide porque não tenho pontaria para essas coisas.
Já me chegou aos ouvidos que num certo sítio há umas francesinhas de meter raiva mas ate estou com medo.
Joca tx.

Sr. Ferreira II

Olá…
Ainda se lembram do Sr. Ferreira? Claro que sim (digo eu).
Desta vez foi ele que começou a falar comigo nestes termos:
- Olha quem é ele, o Sr. Bem-disposto!
- Sempre Sr. Ferreira.
- Outra vez! Mau! Já lhe disse que não sou ferreira!
- Desculpe, mas fiquei com ideia que era, na última conversa que tivemos.
- Mas eu disse-lhe que não era Ferreira, sou Miranda, está esclarecido?
- Claro Sr. Miranda nunca mais esqueço.
- Já o tenho visto várias vezes, está sempre bem-disposto e a cantar!
- Quer saber porquê? Não adianta nada estar triste, temos que nos resignar às situações em que estamos inseridos e alem disso, gosto do que faço, tenho uma família que adoro e me faz feliz.
- Eu também tenho, mas por vezes não estou assim tão bem-disposto.
- Se calhar é adepto do clube errado!
- Sou do F.C. do Porto…
- Já somos dois, então são os amigos.
- Também tenho amigos…
- Bom, então já sei o que é Sr. Miranda, são as amizades que tenho no hi5, com quem troco umas msg e fazemos uns jogos engraçados.
- Não sei o que isso é, coisas de computadores não é comigo…
- Também eu pensava assim, mas agora penso de maneira diferente e temos que evoluir com os tempos…
Meus amigos, é verdade vós fazeis parte da minha boa disposição durante os meus longos e fatídicos dias por essas estradas pelos km que faço sozinho na companhia do meu hi-fi de alta tecnologia e a todos levo no coração.

PS: um bocadito de graxa nunca fez mal a ninguém.
Joca tx.

O buraco

Olá…
Tenho um amigo que é apanhado dos carretos, sofre mesmo da pinha e grande parte do que escrevo tem como base as coisas que inocentemente ou não deita cá para fora. Neste fim-de-semana, até poderia ser noutro qualquer, mas eu quero neste porque me dá mais jeito, ouvi ele dizer uma coisa engraçada quando ouvíamos a musica do António Freire “pedra filosofal”, na parte que diz que os sonhos comandam a vida. O meu amigo diz logo de seguida “os sonhos o car*****, quem comanda a vida é o buraco…”
- Não é? Pergunta-me ele…
- É! Respondi logo de seguida…
Chegado a casa pus-me a pensar no que se tinha passado e vi realmente que ele tinha razão.
O que é um sonho? Nada mais que um buraco no sono, por onde saímos a vaguear e depois voltamos. Depois de reflectir um pouco cheguei à conclusão que existem buracos de diversas formas, feitios e tamanhos, ao qual estamos ligados, por exemplo:
O buraco do ozono, muito em voga ultimamente por causa do cancro de pele.
O buraco do orçamento de estado, das câmaras municipais e mesmo o do nosso salário que mais parece a cratera de um vulcão, outro buraco, a cratera e quando está em ebulição até é bem quentinho. Os buracos das estradas e por acaso no natal compravas bolo-rei se não tivesse buraco? Eu não…e os donuts, sim podes dizer que também há sem buraco, mas não é a mesma coisa. O buraco da agulha, onde milhares de mulheres (e não só) enfiam a linha para poderem costurar (isso era dantes) e quando te diriges a algum lugar para tratares de algum assunto e não tens onde estacionar o carro… só queres um buraco onde ele caiba e lá vais tu tratar da papelada ou de outra coisa qualquer.
Já antigamente se faziam poços para captar água, não deixam de ser buracos.
Tenho uma amiga virtual que um dia a conversa no Messenger foi nestes moldes:
- Fiz um furo…
- Um furo!
- Sim…
- Um piercing?
- Sim…
Pela maneira que escreveu devia estar feliz por ter feito ou deixado fazer um buraco no umbigo, quer dizer que há buracos que nos deixam alegres, felizes e por ventura dão imenso prazer, pelo menos sinto isso em relação a alguns buracos, ora vejamos… é melhor não que já é muito tarde, mas também deves saber quais são, tens de te alimentar, respirar, expelir as partículas rejeitadas pelo organismo, etc.
Agora até há um muito famoso o Buraco Obama…
Perante isto, o meu amigo não é tolo de todo, já diz o ditado que de tolo e de louco todos temos um pouco.
Joca tx



O casamento

Olá…
5 de Outubro de 2008, Domingo 23 horas, cansado, não exausto, para quem tem de se levantar às 5 da manhã! É dose!!!, se fosse eu a mandar, os casórios eram à sexta-feira.
23 horas, beijos, abraços e desejos de felicidades para todos, nubentes incluídos e ter esperança de brevemente nos voltarmos a ver. Dancei que me fartei, até eu próprio “moi meme”, ficou deveras admirado, o Fred Aistaire e o Joaquim cortez se lá estivessem ficavam com uma pontinha de inveja. Houve muita animação, já não me divertia tanto desde a última vez, da última não, da penúltima, que na última não me diverti nada. Ninguém bateu em ninguém, (penso eu) nem tão pouco vi pessoas exaltadas, era tudo gente “boa” e educada.
Não vi, mas contaram-me, que um cromo subiu ao palco e deu um show de Playback, já pedi a quem tirou foto com o telemóvel para me enviar, mas deve andar muito ocupado que ainda não teve tempo. Dos presentes convidados e sem querer melindrar ninguém, duas pessoas se destacavam de todos os outros, como é lógico eram: eu e a minha filhota, a minha filhota estava de cortar à faca, não acreditas? Se quiseres mando-te uma foto, mas depois manda-a de volta que só tenho uma. O repasto foi agradável, sobremesas óptimas (tanto as doces como as frutas), a carne estava razoável (quem já provou carne preparada pela minha sogra, oh! oh!), o peixe, muito bom, vinhos, águas, sumos e bebidas espirituosas tudo com muita fartura, diga-se de passagem. Os restantes membros que compunham a “minha” mesa eram bastante cultos e educados, pessoas com bom nível de cultura geral e houve conversas muito interessantes. As entradas estavam varridas e limpas e a relva regada, algumas folhas no chão, mas estamos no Outono. As moelas estavam um pouco grandes, para quem tinha de segurar de pé no prato, garfo, guardanapo, copo e palito era um pouco complicado, o resto sem comentários. Com volante à direita, 4300 rpm, 47,333 de binário, 2 cilindros com 559 cc cada, 55 cv, podendo atingir 110 km hora, branco, de 1958 e bentley, chegaram os nubentes, giros como é normal neste dia. A cerimónia religiosa decorreu no mosteiro da serra do pilar, com um atraso do Sr. Padre, eu ainda me ofereci para o efeito, mas ninguém me levou a sério e ainda riram da minha vontade voluntária de praticar um acto normal e talvez mais rápido. Em casa do noivo, uma mesa com variadas iguarias comestíveis, parecia um autêntico festim, tomara muita festa conter tanta coisa boa (feito burro fui tomar o pequeno almoço em casa). Cheguei à hora prevista e sem atrasos, tendo saído de casa depois de ter vestido um fato (tenho que ir agradecer á menina que mo vendeu), que me assentou como uma luva, sem antes, como é lógico, ter tomado banhinho e vestido uns slipes novos.
É claro que se passaram muitas coisas engraçadas, outras giras e outras assim-assim, brevemente poderás ler algumas.
Joca tx


O concerto…

Olá…

Neste preciso momento o meu filho está em Lisboa no rock in rio para ver entre outros grupos Metállica. Faz hoje precisamente dois anos que houve um concerto no coliseu no Porto para festejar os 25 anos de carreira de Tarântula, grupo da minha terra com projecção a nível mundial, a nível de heavy metal.
Foram convidadas algumas bandas, uma delas, “Welloween”, das melhores bandas do mundo.
Comprei os bilhetes com dois meses de antecedência para ir com o meu filho, ele também gosta de metal, não por influencia minha, mas porque sabe diferenciar música de qualidade de música rasca.
Nesse dia o trabalho pregou-me uma partida, à hora que havia de chegar a casa, estava em Anadia, numa cerâmica qualquer para carregar um contentor, que obrigatoriamente tinha que entrar na doca de leixões nesse mesmo dia, “eram 23 horas quando foi parqueado”.
Chorei nesse dia, assim como neste momento não consigo ver as teclas do teclado, tenho os olhos cheios de água e não tenho vergonha de o dizer, mas não sei se é por à dois anos atrás, ou por hoje, mas sei que ele esta bem porque tenho estado em contacto com ele.
Era o primeiro concerto que iríamos assistir juntos, nem todos os jovens com 13 anos (na altura) tem os pais com os mesmos gostos musicais como o meu filho tem.
Tive de pedir a um sobrinho para levar o meu filho ao concerto.
Mesmo assim, eu e a furu, ainda o fomos esperar ao coliseu por volta da uma da manhã, era o mínimo que podia fazer, foi um dia muito triste para mim, tinha feito planos e foram por água abaixo.
Fiquei feliz por ele ter assistido, mas gostava de ter estado junto dele a abanar o capacete para ele dizer “tenho um pai apanhado dos carretos”.
Joca tx

O energume do dactilógrafo

Olá...
Tudo isto que vou contar é por culpa do energume do dactilógrafo. Quando nasceu um tal de Carlos, nos primórdios dum século qualquer que nem eu sei, mas que era familiar dum tal Alexander the great, puseram-lhe um nome errado, tudo por culpa do energume do dactilógrafo que deixou cair uma vogal quando ia registar o tal do Carlos. Quando o responsável de uma marca de automóveis atribuiu certo nome a um determinado modelo de carro, errou ao dizer o nome que deveria ter sido dado ao veículo, mais uma vez por culpa do energume do dactilógrafo. Uma conceituada marca de gelados atribuiu o nome a um dos seus gelados (muito bom por sinal), e errou no nome dado e tudo por culpa do energume do dactilógrafo. Só os brasileiros, agiram correctamente quando deram o nome a um monte que muita gente desconhece mas que por acaso eu conheço, numa das minhas viagens que fiz a caminho de Papua Nova Guiné. Sei que muitos de vós não perceberam isto, mas também não é para perceberes, mas se não perceberam a culpa não é tua, mas sim do energume do dactilógrafo.
Joca tx


O meu primeiro livro

Olá amigos…
Como isto é engraçado, recebi três msg, mais coisa menos coisa com a seguinte nota, porque não escreves um livro?...
Ó meus amigos… mas eu já escrevi livros, e até vos vou contar o que aconteceu quando escrevi o meu primeiro livro, não era bem um livro era mais um catecismo.
Tinha eu talvez uns seis anitos, andava na catequese e a dada altura como bom malandro que era, tive a excelente ideia de fazer um desenho no catecismo e um daqueles desenhos que ainda hoje choca qualquer pessoa que preze os bons costumes, e raio de página que eu escolhi para o dito cujo, foi mesmo a página que o catequista, homem forte e valente quis apresentar nesse dia, e pediu um catecismo para mostrar, já imaginam o que aconteceu, pois meus amigos eu bem não queria mas não houve fuga possível, era o meu que ele queria ver.
Acertou mesmo em cheio uma galheta daquelas bem aviadas que quase era preciso WD40 para retirar a manápula da cara, até colou.
Eu já não gostava dele mas agora era impossível uma amizade entre nós, azar o dele.
Na semana seguinte fui ao barraco das batatas (crianças não façam isto certo?) e peguei em algumas pois não sabia a medida certa, nesse dia não fui pelo caminho habitual para a catequese, fiz um desvio pela casa do grandalhão, azar, tinha o carro mesmo na viela onde não passava quase ninguém, e zás foi à primeira, uma batata bem à medida do cano de escape, só vos digo que nesse dia não houve catequese.
Podia-vos contar mais livros que escrevi que não foram poucos mas acho que fica para outra altura.
Joca tx

O pacote de bolachas

Meus amigos…
Na ultima viagem que fiz á Papua Nova Guiné e estando no aeroporto á espera da hora de embarque, dirigi-me ao quiosque onde comprei uma revista e um pacote de bolachas para ir “matando” o tempo e procurei um banco para me sentar, sentei-me ao lado de uma senhora mais ou menos da minha idade, de porte fino e bem vestida, deixando um espaço entre nós de maneira a pousar a minha maleta de mão, abri a revista, comecei a ler e tirei uma bolacha do pacote que estava junto á minha maleta, qual não foi o meu espanto que a dita senhora pegou numa bolacha também e levou-a á boca,”QUE LATA”disse cá para mim, francamente deve estar distraída, passado uns instantes peguei noutra bolacha e ela ZÁS… outra bolacha, eu não estava a acreditar no que me estava a acontecer, estaria grávida? ou com fome? Não me parecia nenhuma delas mas porque raio ela continuava a tirar bolachas sempre que eu tirava também?
Não tive coragem de lhe dirigir a palavra. A certa altura ficou apenas uma bolacha no pacote, e agora? Pensei eu, e, ela pegou na bolacha dividiu-a ao meio e tirou metade deixando a outra metade no pacote que eu acabei por pegar, realmente era de bradar aos céus.
Passados dois minutos ouvi chamar pelo voo 557 (fixei por ser o meu nº da minha porta) para Bóston, ela levantou-se pegou no pacote vazio e colocou-o no recipiente colocado ali perto, era o mínimo que podia fazer, arrumar o lixo.
Dez minutos mais tarde embarco no avião e antes de pousar a minha maleta vou retirar um pacote de lenços pois quando levanto voo sinto sempre um corrimento no nariz e para meu espanto vejo o pacote de bolachas intacto e por abrir.
Fiquei impávido, chamei-me quantos nomes existiam desde crápula, malvado, indecente, abusador e outros nomes que nem tenho coragem de os escrever.
Eu a pensar mal da senhora e era eu o descarado, esfomeado e grávido quem sabe?
Quinze dias depois por intermédio de uma amiga que trabalha nos embarques do aeroporto consegui a morada da tal senhora e tenho uma carta dentro de um envelope com um pedido de desculpas e a contar como me tinha enganado, mas ainda não tive coragem para o enviar, os meus familiares estão divididos, uns dizem envia, outros dizem deixa lá isso.
Gostava que vós, meus amigos me désseis a vossa opinião.
Envio ou não o pedido de desculpas?????
Joca tx

O princípio do problema

Olá amigos…
O irmão do chefe da Papua Nova Guiné que também é meu amigo, é uma pessoa muito culta e gosta de aprender sempre e cada vez mais e eu aprendo muito com ele, mais do que ele comigo (como é lógico, ele é chefe).
Estávamos a pescar no rio perto da fronteira com a Indonésia e a certa altura ouvimos um grito de uma criança, para nosso espanto a criança estava a pedir socorro no meio das águas, lá fomos nós salvar a criatura, passado alguns minutos, mais duas apareceram a pedir socorro e lá fomos outra vez, quando apareceram mais três o meu amigo disse “vai tu salva-las que eu vou ver o que se passa” e desapareceu sem deixar rasto, como é lógico não conseguia salvar todas pois cada vez eram mais, ate que dum momento para o outro deixaram de aparecer.
Entretanto chega o meu amigo, com um meliante preso e cerca de trezentas crianças, eu perguntei-lhe o que tinha acontecido, ele com muita calma respondeu:
Aqui o problema eram as crianças, tentar resolver o problema, era salva-las mas arranjar a solução era ir ao início do problema e foi o que fiz, apanhei este meliante a deitar crianças ao rio.
Sim senhor, este meu amigo é um sábio, por vezes resolver um problema é fácil, mas ele poderá surgir outra vez, mas se formos ao inicio, onde ele surgiu é a forma mais correcta para que nunca mais volte a acontecer.
Joca tx.





O ramo de flores…

Olá…
No quintal de casa abundavam hortaliças e flores, que os meus pais cultivavam.
Um dia a minha mãe fez um grande e belo ramo com flores e disse-me: “Leva este ramo para a tua professora, pois já era para lho ter dado, mas só agora é que tenho flores de jeito”, isto andava eu, talvez na 2ª classe e claro que aceitei logo o recado, o que talvez fez desconfiar a minha mãe. Normalmente estas coisas não me agradavam.
A caminho da escola atravessava o pinhal, e nem é tarde nem é cedo. “Zás”, flores para o meio do silvado. Por acaso… Eu é que ia dar flores à Prof…
Até sou contra essas coisas de “engraxar” e de “untar” as mãos e ainda era gozado pelos meus colegas…
O que é certo é que as flores chegaram às mãos da professora por intermédio de uma das minhas irmãs (Regina, pergunta à tua mãe se ainda se lembra) que foi atrás de mim, por ter visto pela janela o meu gesto de lançamento de flores para o silvado.
A minha irmã ainda teve o descaramento de entrar na sala e dizer que eu me tinha esquecido de o levar, à frente do pessoal todo, fiquei podre, fui gozado e enxovalhado durante muito tempo, isto não se faz a um miúdo de 7 anos.
É por estas coisas que hoje tenho traumas e pesadelos com ramos de flores por tudo quanto é lado.
Joca tx

O Sr. Ferreira

Olá…
Há situações no nosso dia-a-dia, que, por vezes temos de usar uma certa diplomacia, manha ou astúcia (ou qualquer nome que te apetecer).
Como deves imaginar vou contar-te uma delas que se passou comigo:
Todos os contentores ao sair da doca tem que ser travados com os pinos que as galeras, estrados, reboques ou semi-reboques tem para os prender, a isso chama-se fechar ou virar os pinos, e um dia destes, com pressa de sair antes das 12h, faltavam dois minutos, não os fechei pensando que os fecharia na fila da saída do segurança e do guarda fiscal, só que não havia fila e entrei para o local de espera com os pinos abertos, o guarda perguntou logo se os pinos estavam fechados, “ESTOU FEITO AO BIFE” pensei eu, mas como tenho jeito para improvisar, e não tendo mais nada digo logo “O QUE É QUE ACHA SR. FERREIRA?”…”FERREIRA!!!! diz o moina, onde foi buscar uma coisa dessas?, vai-me dizer que não se chama ferreira!... e ficou a olhar para mim, como ele tinha cara de Baião ou de Stª Marinha do Zêzere ripostei logo de seguida “então a conversa que tivemos á dias em que me disse que era de Baião também sou eu que estou a inventar?”… e ele com um sorriso enorme”ó homem eu sou de Gestaçô, é lá perto mas sou de Gestaçô”, mas não me lembro de termos tido nenhuma conversa! (nem eu pensei cá para mim, mas tava a dar resultado)… “NÃO?” disse eu, até falamos na ponte sobre o rio Teixeira ser bastante estreita para os pesados lá circularem…, já alargaram disse ele todo vaidoso.
Entretanto já tinha ordem de saída mas fiquei mais um bocadito a falar com o guarda, quando me despedi disse “então ate á próxima Sr. Ferreira”,… e ele logo de seguida “Não é ferreira”, mas não percebi o nome, ma smesmo assim na próxima vez que ele lá estiver vou chamar-lhe Sr. Ferreira.
Sai com os pinos abertos, fechei-os mais á frente sem ele ver, poupei 60 euros de multa ou a entrada novamente na doca e só poder sair depois das 13h.
Sei que fui um pouco matreiro, mas não prejudiquei ninguém.
Joca tx

Ontem, hoje e amanhã

Meus amigos…
Infelizmente não tenho pais, a minha mãe faleceu em 1997 e o meu pai em 2004.
Um destes dias troquei uma msg com uma amiga aqui no hi5 que me disse que ainda tem “bisavós “ o que quer dizer que os dois filhotes que tem, têm ”trisavós” que maravilha (já agora aproveito e mando xxx para ti).
Mas vamos ao que interessa com o exemplo do meu filho e do meu pai:
Quando o meu filho era pequenito, eu para ele era o maior, sabia tudo e mais alguma coisa, era o mais forte”o meu pai é que é grande”, enfim eu era o super-homem em carne e osso (mais carne que osso).
Eu, também houve uma altura que pensava que o meu pai era o maior e que sabia tudo.
Quando o meu filho cresceu e foi para o ciclo,”o meu pai sabe muito, mas, há coisas que não sabe” ou não são bem assim.
Também pensei o mesmo do meu, ele sabia muito, mas, algumas coisas já estavam fora de moda e ultrapassadas.
O meu filho está na fase do:
Querias saber tanto como eu, o pai não sabe tudo e troca as coisas, “tu não estudas-te isto por isso não podes saber”.
Também houve alturas que pensei igual, o meu pai não sabia certas coisas e algumas até fazia com mais dificuldade.
Só que agora eu estou na fase que gostava de poder dizer ao meu pai que ele era um sábio, a vida que teve com pouca instrução ele era muito inteligente, mas não posso porque já é tarde.
Por isso digam aos vossos pais que gostam deles, que os acham os maiores e o quanto foram importantes na vossa vida antes que seja tarde demais.
Joca tx.

Os pires com maçãs

Meus amigos…
Quando pequeno, eu era terrível, o Ivan ao meu lado era um santo.
Um dia a minha mãe, pessoa com uma visão muito avançada para a época, prevendo que eu possivelmente poderia enveredar por caminhos sinuosos, chamou-me e disse:
-“ Jorge… vamos fazer uma experiência “.
Pegou em três pires e em algumas maçãs.
No primeiro pires, colocou uma maçã saudável e á volta da mesma três maçãs podres.
No segundo, uma maçã não totalmente podre no centro e á volta três maçãs saudáveis.
No terceiro, quatro maçãs saudáveis.
Eu não estava a perceber nada e ela disse “vou colocar estes pires em cima do armário e daqui a um mês vamos retira-los e ver o que aconteceu”.
Nos primeiros dias até me deu vontade de ir espreitar, só que nunca o fiz e acabei por esquecer, a minha mãe não.
Passado um mês chamou-me, está na hora de retirar os pires.
No primeiro, tinha todas as maçãs podres, a saudável que tinha ficado no meio apodreceu completamente.
No segundo, a maçã meia podre acabou por apodrecer e contaminou as maçãs saudáveis em seu redor.
No terceiro, todas as maçãs continuavam saudáveis.
Não sei se isto contou para eu deixar certas companhias que tinha, o que é certo é que as deixei e hoje estou grato por isso.
Estas palavras que acabaste de ler são a mais pura verdade do que aconteceu.
Joca tx.

Paneleiro…

Olá…
Não sei porque razão os paneleiros são discriminados e até injuriados pela maioria das pessoas.
Para mim, são pessoas normais como qualquer um de nós, que não optamos por essa maneira de viver.
Gostava que estas situações deixassem de existir, para que eles pudessem dizer alto e bom som “EU SOU PANELEIRO”.
Tenho um amigo paneleiro, em solteiro fiz muitas borgas com ele, muitas noitadas, juntos fizemos tudo e mais alguma coisa, a nossa relação foi sempre do melhor e não deixo de ser quem sou.
Hoje, não nos vemos com frequência, casei e fiquei a viver na minha terra, ele casou e ficou a viver para uma freguesia vizinha, mas continua a ser paneleiro.
Foi promovido a chefe dos paneleiros, pelos anos de dedicação e pela experiencia adquirida a fazer panelas, porque fazer panelas não é para qualquer um, é preciso ter amor à arte.
Quando nos encontramos revivemos momentos que passamos juntos, quando pintávamos a manta, boas recordações, algumas até as poderia escrever, mas são muito pesadas para a tua mente sensível e neste momento não são adequadas, mas num futuro breve nunca se sabe.
Joca tx.




Penetrações…

Olá…

Gosto de penetrar, sempre que surge uma oportunidade para o fazer, estou sempre pronto.
Tenho por hábito penetrar pela frente, mas também gosto pelas traseiras, embora mais custoso, já várias vezes tentei penetrar pelas traseiras mas poucas vezes consegui.
Algumas penetrações correm bem, outras nem por isso, quando estamos quase a atingir o objectivo, mandam-me sair, fico chateado, mas aceito, não gosto de penetrar contra a vontade de ninguém.
A última vez que penetrei foi com uma linda rapariga, estávamos sentados num banco de jardim, disse-lhe que gostava de penetrar com ela e perguntei-lhe se estava disposta a penetrar comigo, aceitou e lá fomos nós.
Quando chegamos ao local da penetração, entramos e ninguém deu por nada, era um casamento tipo copo-de-água, comemos, bebemos e todos os presentes pensaram que pertencíamos aos convidados.
Já penetrei em todo o tipo de festas, casamentos, aniversários, baptizados, comunhões e até funerais, sempre que vejo uma festa, tento penetrar.
Tem cuidado e olhos bem atentos, na próxima festa que deres nunca se sabe, quando deres por ela se deres lá estou eu tentando penetrar…
Joca tx


Pequenos mimos

Meus amigos…
Nem só com beijinhos e abracinhos devemos contemplar os nossos filhos, nem com presentes a custar uma pipa de massa, há pequenos gestos que se calhar são mais importantes e que ficam marcados em suas memórias para sempre e um desses mimos é o seguinte:
Eu tenho um filhote com 15 anos e todos os dias lhe faço o p. almoço, torradas com leitinho, não que ele não saiba fazer mas sim porque me dá um enorme prazer, por vezes quando digo isto dizem-me:
“Estás a habitua-lo mal…” “um dia que deixes de o fazer…” “ele não é nenhum aleijadinho…” etc.
Meus amigos, porque é que não lho hei-de fazer? As boas acções começam dentro de nossa casa e não a atravessar velhinhas que não querem ir para o outro lado e estes pequenos mimos, dou não com o intuito de receber mas sim pelo prazer de dar.
Não o faço só com o filhote, faço-o também com a filhota pequenos mimos que por vezes não se notam, porque além de serem a minha família directa, são meus amigos e para além de pai sou um grande amigo que eles têm.
Sei que muitos de vós têm filhos, possivelmente também lhe dão pequenos mimos e ainda bem que assim é, vivam os filhos e vivam os mimos.
Estas palavras foram destinadas a todos os pais e mães que se disponibilizaram a ler, por isso é que a enviei para todos e não só para o grupo que costumo mandar.
Se quiseres comentar algo ao que escrevi, estou aqui.
Joca tx.


Pequenos nadas e pequenos tudos

Meus amigos…
Feliz, por pequenos nadas e pequenos tudos.
Particularmente gosto desta expressão, que ultimamente tem sido o meu estado de espírito e já agora passo a explicar:
No nosso dia-a-dia encontramos várias situações que nos tocam, seja uma paisagem, um lugar, quer com pessoas ou com animais, enfim tudo o que me faz pensar, gostar, admirar etc. Pequenos nadas e pequenos tudos são pequenas paixões que sento por esses momentos. Musica, por exemplo, neste momento adoro “boa sorte” (da mata - Harper) a letra é um espectáculo.
Pega num gomo de uma laranja abre-o e diz-me o que vês? Uma pequena maravilha, bolsas minúsculas cheias de sumo todas encaixadas umas nas outras, abre uma romã, igualmente, uma noz, não há duas iguais e não saíamos daqui. Um casal de velhinhos, de mão dada e amparando-se um ao outro numa berma de estrada à espera de atravessar num local sem passadeira, um gato fazendo a sua higiene pessoal com a patita que molha com a língua, um sorriso de alguém, principalmente de uma criança, um bebé a dormir.
E aquelas situações que já sabemos que vão acontecer, uma criança com um gelado enorme na mão, certinho que vai para o chão. Podia mencionar muitos mais, mas acho que já deu para perceber.
Vive a vida e aproveita todos os bocadinhos que ela te dá.
Olha bem à tua volta e tenta descobrir os teus pequenos nadas e pequenos tudos.
Joca tx


Pernas para andar

Olá…
Antes da mais, quero informar que, por o título falar em pernas não quer dizer que vais ler poucas vergonhas ou assuntos eróticos nem nada disso, eu sei que ficas triste, mas essas coisas são mais com o “Jorge xxl”, ele com a sua mente conspurcada e devassa é que pode satisfazer as tuas necessidades.
Começando pelo principio, houve o big-bang, bem não comecemos de tão longe, mas sim quando o meu filhote disse que queria formar uma banda.
Se fosse 1 de Abril, pensava que era para me enganar, como não era pensei que fosse uma anedota e ri-me à brava, ri-me mesmo com muita vontade, ele é que não gostou muito da minha reacção.
Voltando uns anitos atrás, ele sempre gostou de música e de instrumentos musicais. Aos cinco anos eu e a Furu inscrevemo-lo numa escola de música para aprender a tocar piano, comprei um teclado e era engraçado vê-lo a tocar nas festas de Natal e finais de ano lectivos. Ele foi crescendo e a Furu quase sem poder lá foi comprar um teclado quase maior que ela, que custou quase os olhos da cara, mas tinha de ser para a evolução dele.
A desmotivação começou a dar sinal de vida, queria aprender guitarra, lá comprei uma guitarra ¾ a combinar com o tamanho dele. Foi dando uns acordes e precisava de uma maior e nós…pimba, toca a comprar. Até que chegou novamente o desinteresse e de acordo com todas as partes acabou a música, não valia a pena pagar tanto dinheiro para ele ir jogar no telemóvel do professor.
Em 2008 começou a juntar dinheiro para comprar uma guitarra eléctrica e amplificador, todo o dinheiro que sobrava da semanada punha de lado.
Como a coisa está má e no Natal não teve o suficiente para a dita compra, ficou um bocadito triste, faltavam 65€. Aproveitando o facto de ele ter saído a Furu combinou um encontro no Porto com ele e lá fomos nós ao seu encontro, mas sem ele desconfiar de nada. Lá desembolsamos os tais euros necessários para a compra (pais são para isso mesmo), comprou o material que quis e quem dera que se agarrasse aos estudos como se agarra à guitarra, mas o mais engraçado é que consegue tocar coisas de jeito, vai à net e procura pautas e toca.
Agora acho que, o que ele disse anteriormente, tem pernas para andar.
Joca tx

Plantações…

Olá…

Quando estive desempregado, surgiu uma oportunidade de implementar o meu próprio negócio, que me foi proposto e oferecido por uma linda mulher, ela tinha um decote que ia do fundo das costas até ao umbigo.
Quando me abordou, pensei que era para me ler a bíblia, como fui criado na religião católica aceitei logo à primeira, entramos para uma reloutte e só depois é que vi que era para me ler a sina.
Esse negócio era muito rentável e o investimento (que não tinha na altura) era mínimo para a dimensão que tinha ou ia ter.
Tinha de desembolsar 15.000 €, mas comprava três terrenos com 10 hectares (200 mil M2) cada, um nos Açores, outro no Alentejo e por último um em Coimbra nas margens do Mondego.
Aceitei o negócio, dando uma entrada de 480 € dinheiro que tinha na altura acabado de receber da prestação do subsídio de desemprego.
Escrevi para o ministério da cultura, enviando o projecto para ser aprovado, mandaram-no para trás, para eu enviar para o ministério da agricultura, assim fiz, foi recusado, tinha de o enviar para o ministério da saúde…”da saúde” por favor! Não vou fazer nenhuma plantação de seringas nem de frascos de álcool! Mesmo assim enviei para lá, chamaram-me para uma entrevista com um psicólogo, pensando que era para me fazerem testes psicotécnicos, mas não, queriam que fosse internado o mais rapidamente possível num centro qualquer que nem deu para saber qual, pulei pela janela e nunca mais ninguém me pôs a vista em cima, tudo por um projecto para construir o meu próprio negócio.
O governo depois vem para os meios de comunicação social, dizerem que os desempregados vivem à custa do estado e que não fazem nada para melhorar a sua situação.
Agora meus amigos gostava de vos contar qual o negócio e o pedido que fiz:
- Venho por este meio pedir um empréstimo a fundo perdido de 20.000 € para implementar o meu próprio negócio.
15.000 € para a compra de três terrenos…e para comprar sementes de boa qualidade para serem semeadas, 5.000 € para despesas com pessoal e comprar maquinaria diversa.
O terreno dos Açores, bastante fértil, está pronto para ser semeado de latas de ananás ou abacaxi, depende da fase da lua e produz duas vezes ao ano.
Em Coimbra, sementeiras de figos secos recheados com nozes e queijo.
Por ultimo, no Alentejo, sementeira de fiambre, não um fiambre qualquer, mas sim da perna de ganso que tem menos colesterol.
Vejam lá se não valia a pena!
Ainda não desisti, se quiseres ser meu sócio(a) e tiveres 10.000 euritos, vamos com o projecto para a frente.
Joca tx


Politica…

Texto pedido por ANIT.

Olá…

Detesto política, não a que obrigatoriamente temos de lidar no nosso dia-a-dia, mas a dos profissionais na matéria, incluindo: Governo, oposição e mesmo gerentes ou similares das “nossas” grandes e médias empresas.
Não é fácil governar uma casa, muito mais difícil é governar um país, mas não vejo ninguém com capacidade para o fazer, por muito que tente, não consigo.
Os políticos, vivem à custa do Zé-povinho, iludidos com promessas disto e daquilo, vão enfiando o papelito no rasgo da urna, na esperança que mude alguma coisa, acredita que não muda nada, a única coisa que muda são as caras deles.
Educação, saúde, justiça, etc., é tudo a mesma coisa, o que agora é mau, muda-se e fica pior, assim como o ministro, faz borrada, muda-se, vem outro igual, para que?
O pior disto tudo é a “injustiça”que não tem ministro, mas havia de ter, as injustiças praticadas contra os mais pobres, doentes e idosos. As injustiças dos nossos tribunais, com penas ridículas para casos de violações ou espancamentos de crianças, de mulheres indefesas e idosas, em contrapartida, com penas pesadas para casos de legitima defesa.
O símbolo da justiça é uma esbelta balança com dois pratos.
Num prato estão os nossos gastos mensais, que englobam: impostos, prestações de casa e carro, facturas da luz, água, gás, Tv. por cabo, despesas escolares, alimentação, vestir, calçar etc.
No outro prato, está o nosso ordenado, enorme para o “boss” miserável para nós, escusado é ter de te fazer um desenho, o prato que fica lá no alto é o do ordenado, o prato que fica no chão é tão pesado com todas as nossas despesas que se o terreno for mole faz cova.
Por vezes chegamos ao fim do mês com uns euritos, mas lá vem uma crise de fígado, vesícula ou estômago, lá vai barão para a farmácia.
Meus amigos, é isto que eu penso da miserável política que temos.
Joca tx


Pólo norte

Amigos…
A primeira vez que fui ao pólo norte levei a filhota, chegamos lá por volta do meio-dia e como tinha que avisar o Baptista (com o acordo ortográfico parece que já não leva p) da minha chegada para ele tomar providencias necessárias e mandar preparar tudo para eu poder chegar ás suas (dele) instalações, decidimos almoçar (comer) primeiro, e meus amigos…come-se (almoça-se) muito bem no pólo norte.
Naquele momento o pólo estava deserto, ainda não tinha chegado ninguém, não era altura forte de turismo e nem sequer havia neve.
Depois de nos instalarmos comodamente lá pedimos o almoço, frango para a filhota e pá para mim.
Até caímos para o lado quando vimos a travessa do frango, e disse á filhota “a menina enganou-se e trouxe frango para os dois”, passado dois minutos veio a travessa da pá que mais parecia a pá de uma retro escavadora.
Depois desse dia voltei lá sozinho e mais tarde com a Furu mais os filhotes…
O pólo norte é altamente…
Joca tx

Porco à alentejana…

Olá…
Não sei se a tua cultura ou sabedoria, vai ao encontro da minha em relação aos diversos temas que tenho escrito.
Sobre o que vou escrever agora, penso que sabes quais os ingredientes que compõe este prato típico. De todos vou escolher um, o bivalve.
Bivalve vem do latim, bis + valve, ou seja duas conchas.
O nome mais comum de ser chamado é “amêijoa”, quem lhe pôs o nome, foi alguém que amava a Joana ou a Joaquina e não teve tempo de escrever o resto.
Como tenho um amigo que é especialista em francesinhas e também faz umas tripinhas bem gostosas, nunca se sabe se algum dia poderá querer fazer este prato tradicional.
Choca-me ver a amêijoa ser comida de faca e garfo, por isso vou dizer-te como deve ser comida:
- A amêijoa não deve estar fechada nem muito aberta, pegas com a ponta dos dedos, pões as duas mãos na posição certa e com os dois polegares afastas levemente as laterais, deixando a abertura na largura ideal para introduzires a língua no orifício, de maneira a conseguires chegar ao miolo ou à parte carnuda, com movimentos suaves para cima, para baixo, para os lados e poderás também faze-lo com movimentos circulares para rodeares o miolo, experimenta e depois diz alguma coisa.
Alguns amigos sabendo que adoro “porco à alentejana”, já me enviaram alguns e-mails com pratos de amêijoa, até fazem crescer água na boca.
Desde já obrigado a todos…
Joca tx.



Poupar água! Quem eu?

Meus amigos…
Há pessoas que vem para as tvs pedir para se poupar água, uma delas é um indivíduo que não gosto dele nem por nada, que é o presidente da quercos, não sei o nome dele mas também não interessa para o que vos quero dizer.
Poupar água! Quem eu? Ai eu é que tenho de poupar?
Amigos! Esse senhor que pede para se poupar água tem uma grande piscina na sua moradia rodeada de um lindo relvado (eu não sou contra quem pode ter piscina, eu não tenho porque não tenho possibilidades para ter) e isso tem muitos gastos quer de água quer de electricidade mas quem pode, pode.
Esse indivíduo apareceu numa revista cor-de-rosa a jogar golfe, todos nós sabemos que um campo de golfe para ser regado é preciso milhares de m3 de água, claro que ele tem direito a jogar golfe, (o golfe a mim até me diz muito, pois o meu porta chaves tem uma bola de golfe autografada pelo tigre de madeira quando foi fazer um torneio á Papua Nova Guiné), só não tem o direito de me pedir que poupe água quando ele não o faz na sua vida particular.
Mas eu poupo água e sabem porquê?
Porque custa receber a factura com os gastos de água e não só, quanto mais água gastar mais pago:
Resíduos sólidos, taxas de saneamento, ivas , aluguer de contador e tudo o mais que ainda vão inventar, é por isso que poupo e não pelo Sr. acima mencionado.
Pois é meus amigos nós o povo temos de poupar para os senhores feudais usufruir de coisas que nos estão proibidas por natureza.
Eu não sei se pensas desta maneira, mas há coisa que custam ouvir… ai isso custam.
Joca tx


Proibido fumar

Olá meus amigos...
Eu não fumo, já fumei, adorava fumar e fumava mesmo por prazer. Deixei porque, para além de fazer mal à saúde, o verdadeiro motivo foi monetário, estava desempregado e queimar dinheiro que fazia falta para outras coisas era ser ladrão de mim mesmo e dos meus filhos. Sempre respeitei os outros na maneira do possível, evitava fumar no carro com os filhos dentro, em restaurantes, os únicos sítios fechados onde fumava era nos centros comerciais. O que me leva a escrever estas palavras é o seguinte: Acho bem que seja proibido fumar em locais públicos fechados, respira-se muito melhor e para todos é bom. Mas também não gosto de ver à entrada dos hipers, restaurantes, cafés, etc. As pessoas amontoadas a fumar parecem discriminadas e alguns transeuntes até parecem rir com a situação e isso choca-me. Um dia destes num hotel de uma localidade perto da minha, vi dois funcionários a colocar cadeirões nas varandas, umas com dois alguns três e também com um, o que me fez pensar, PARA QUE?, não resisti e perguntei o porquê da situação, ao que um dos funcionários me respondeu: É proibido fumar nos quartos, como este hotel tem muitos casais com encontros esporádicos, no fim deslocam-se para as varandas para fumarem o seu cigarrito. Fiquei baralhado, os dois cadeirões estavam explicados, os três pensei dois+um, MAS SÓ UM!!!! Então ele explicou que muitos clientes faziam ligações para certos números (relaxe pensei eu). Por isso meus amigos, olhem bem para as varandas da vossa terra e não se admirem de ver alguém a fumar. Fumadores escolham bem os vossos parceiros de fumo nas varandas porque está alguém a ver e pode imaginar coisas.
Joca tx


Que rico pacote…

Olá…
Há pacotes de todos os tamanhos e feitios, redondos, ovais, grandes, pequenos, pintados, decorados, em forma de coração, todos tentam atrair os transeuntes.
Gosto de ver um bom pacote, por vezes a Furu fica chateada, porque quando vejo um pacote que me atrai, fico parado a admirar a obra-prima, alguns até dá vontade de pôr a mão, mas como não se pode ou não se deve mexer em tudo que se vê, fico só pelo olhar.
Quando andava na escola preparatória, apalpava o pacote das catraias e alguns cheguei mesmo a come-los.
Um dia levei uma colega (a Lu para os amigos) para trás do pavilhão de física, para lhe comer o pacote, estava mesmo quase, até já o tinha aberto, mas apareceu a irmã dela e estragou tudo, não comi e ainda foi fazer queixa à mãe, foi uma bronca dos diabos.
Com esta idade, ainda vou comendo uns pacotes, não com tanta frequência como gostaria, mas não me posso queixar, gosto muito do pacote das belgas, são muito atractivos, das oreo também, mas tenho saudades das catraias que tinham os signos gravados, as minhas preferidas eram as virgens.
Lembras-te que comi o pacote da senhora no aeroporto?
Por isso não deixes o teu pacote à mão de semear, nunca se sabe se não estarei por perto.
Joca tx.



Tesa e rija

Olá…
Sou tolo em pensar que reparaste que ultimamente tenho escrito umas frases em alemão, é lógico que não, porque haverias de ter reparado! Sinceramente nem sei porque o faço, talvez por gostar da língua alemã, embora existam línguas melhores que as germânicas, tudo depende do conceito e da ocasião.
Verdadeiramente o motivo que me levou a isso foi que num determinado momento da minha vida, provei uma alemã que ficou gravada para sempre na memória, tinha cerca de 15 cm de comprimento e 3,5 cm de espessura de tal modo tesa e rija que não a conseguia dobrar, mas ao mesmo tempo tenra e fofa.
Já tinha provado algumas anteriormente, mas como esta nunca. Escusado será dizer que desde que a provei, nunca mais me saiu da cabeça a ponto de sonhar várias vezes com ela.
Desloquei-me algumas vezes ao mesmo local onde aconteceu a prova, mas sinceramente não encontrei outra igual e provei bastantes, com dimensões diferentes, quer em comprimento quer em espessura, mas nunca me satisfizeram como a primeira.
Se também já te aconteceu provares uma assim, sabes perfeitamente do que estou a falar, se nunca aconteceu, continua à procura que é o que vou continuar a fazer.
Sei que a vou encontrar em qualquer lado, num determinado momento ou numa situação qualquer, quem sabe se quando a encontrar te ligarei para o telemóvel para ires provar também.
Joca tx


Um azar nunca vem só

Olá…
Esta semana fiquei deveras preocupado com algo que me aconteceu ou poderia ter acontecido. Fez-me recordar um episódio que tive há uns anos atrás e mesmo sabendo que não queres saber, eu conto.
Eu trocava alguns SMS pelo telelé com uma mulher que não conhecia pessoalmente, foi acontecendo por casualidade, umas atrás das outras, até ter enviado esta anedota que desde já passo a contar:
- Querida! Reparei que aquele rapaz saiu da nossa casa e com a minha roupa…
- É verdade querido, estava pronta para sair quando ele apareceu e disse que tinha fome, lembrei-me do prato que deixei ontem no forno que era para ti, mas vieste tarde e sem fome. Enquanto o prato aquecia preparei-lhe um banho, pois estava a precisar e dei-lhe aquelas calças que tu já não usavas assim como a camisa e as sapatilhas…
- Sim! Sim, mas tu estás quase nua!
- É que ele perguntou se haveria mais alguma coisa que já não usavas…
Passados dez minutos, recebi um SMS que dizia o seguinte:
- “Tenho aqui umas roupas que o meu marido não usa…”.
Fiquei como o tolo no meio da ponte, sem saber para que lado ia.
Como era livre de compromissos, fui em frente e no dia combinado, lá apareci com umas roupas a precisar de reforma, toquei à campainha e ela apareceu.
Era bastante atraente, bem vestida e perfumada. Disse-lhe que tinha fome e mandou-me entrar. Pronto para tomar o banhito como vim ao mundo, quando ao rodar a torneira nicles, os serviços tinham cortado a água para reparar uma conduta. Seguidamente as roupas eram pequenas para a minha envergadura, pareciam de criança, tive que vestir as mesmas que levei, que por sorte não foram para o lixo. Chegado à mesa esperava por mim um Bacalhau à Gomes de Sá, carregadinho de cebola… detesto cebola. Bem! … “Pensei”, pelo menos vamos ao que interessa, mas…Azares dos azares! Tinha-lhe vindo o período naquele preciso momento. Como um azar nunca vem só, ao sair da casa assombrada encontro um amigo de infância, o “Pisco” para os amigos, que era sem tirar nem por… O marido dela. Fez uma cena daquelas que ninguém quer, no meio da rua e com cerca de duzentas pessoas de uma excursão a assistir, na qual tinha lá vários familiares meus e por mais que tentasse explicar que não tinha acontecido nada, ninguém ficou completamente convencido.
Não tomei banho, vi as roupas por um canudo, não comi o prato nem o resto, perdi o amigo e a família ficou desiludida, FONIX…é preciso ter pontaria.
Passado este tempo todo e sem me lembrar do que tinha acontecido, esta semana enviei a mesma anedota a outra amiga, exactamente passados dez minutos tenho um SMS, era dela. Veio tudo à memória, caiu o Carmo e a Trindade, só passadas 48 horas é que tive coragem para o ler.
Graças a deus que não se voltou a repetir o mesmo, era uma anedota que por sinal nem veio toda, mas também não interessa, foi o suficiente para me sentir aliviado.

Joca tx

Vem aí leitão


Olá…
“Vem aí leitão”, ecoava pelo parque de campismo de Vouzela.
Num sábado, ao final do dia, eu e a furu tínhamos combinado fazer uma saladinha russa e convidamos os nossos sobrinhos para patuscarem nas nossas singelas instalações.
Quando já tinha algumas batatas descascadas e a furu estava a tratar dos legumes e saladas, alguém veio à nossa tenda e diz:
- “Não descasques mais batatas que o (não me lembro do nome) vem cá e trás leitão para todos”.
Ambos adoramos leitão (eu adoro qualquer coisa que se morfe e de preferência morto), mas olhei para a furu, ela olhou para mim e bastou os nossos olhares para continuarmos com a saladinha.
- “Então estás a fazer de jantar?” perguntava alguém, “parece que vem leitão para todos!”.
- Deixa vir, disse-lhe eu.
- “És muito lorpa!”, dizia outro.
- Guarda um bocadito para mim, disse eu.
Até ouve um que se pôs a abanar a cabeça e a dizer “parece impossível!”.
Eram tantos e tantas a dizer sempre a mesma coisa que até já chateava.
- Que venha o tal do leitão, eu passo por lá e como um bocado “iiiiiirrrrraaaaa!”.
A saladinha ficou pronta e como só um dos miúdos é que quis jantar connosco, unham, que rica saladinha, que bem que soube.
Lavamos a louça, arrumamos tudo e o leitão sem vir. Andavam todos a passear para um lado e para o outro à espera do suíno, que não sei porquê, nunca mais chegava e as horas iam passando.
Já eu tinha quase feito a digestão, quando ouvi dizer:
- “Eles é que foram espertos ao fazer de jantar”.
Perguntei o que se estava a passar.
- “Hééé o (não me lembro do nome) vai chegar muito tarde e não vai trazer o tal do suíno, temos de ir comer ao restaurante, mas vai trazer latas de ananás e pêssego em calda para a sobremesa”.
- Porreiro, eu adoro pêssego e ananás de lata…
O (não me lembro do nome) chegou por volta da meia-noite com as tais latas, acertou na hora do final do repasto no restaurante.
“Vem aí leitão!”, ecoava pelo parque…

Joca tx

Viva o sarro, o lodo e o encardido


Meus amigos…
Esporadicamente, pego na minha famelga e vamos a Nogueira da Regedoura comer umas bifanas à lavrador, uns cachorros ou uns hambúrgueres de meter raiva a qualquer um.
Para mim são os melhores que já experimentei, e passo a publicidade é no “Resende”, mas vamos ao que interessa.
Normalmente vamos já fora de horas do jantar ou quando por qualquer motivo o jantar não existiu ou foi ligeiro. Um dia fomos à hora do jantar e sinceramente não foi igual, não fui só eu que notei, a minha furu também sentiu que não estava tão bom como de costume.
Alguns dias depois em conversa com um cunhado meu, falei disso e ele disse que era normal, quanto mais pela noite dentro, mais saboroso é o material. Fiquei a olhar para ele e disse: “deves estar a gozar comigo!”, mas ele disse uma coisa que se calhar tem razão:
Tu se fores a qualquer lado comer qualquer coisa seja cachorros, pizas, bifanas, hambúrgueres ou outra coisa qualquer à hora de abrir a casa, o gosto é diferente de quando vais a horas tardias. Quando vais cedo, os utensílios ainda sabem a detergente e se fores tarde, há sarro, lodo e encardido e é isso que dá o gosto à coisa.
Por isso… só posso dizer:
VIVA O SARRO, O LODO E O ENCARDIDO.

Joca tx

XIXI no frasco


Olá…
Não…não estás equivocada (o), no título não é nenhum número em romanos, pois esta sequencia não existe.
Estava em plena cavaqueira, quando do outro lado do plasma de 15.4 polegadas, alguém me faz recordar um episódio já esquecido, aconteceu alguns anos atrás e na primeira noite que tive de dormir na lata (camião).
Penso “eu”, que já fizeste análises sanguíneas e outras que vem por arrasto, como é o caso da urina, que para ser analisada tens de fazer o xixizito para o frasco (ainda gostava de perceber como fazem as mulheres sem usar um funil), mas vamos ao que interessa.
Quando enveredei pela profissão de motorista, sabia que mais tarde ou mais cedo teria de dormir algumas noites fora de casa, mas nunca imaginei que logo na primeira vez, ter uma má experiencia. Tinha carregado em Gaia, materiais de construção velhos e usados, para descarregar na “Ulma” em S. João da Talha e carregar novos para Gaia.
Como não conhecia o local da descarga, já a anoitecer e com o horário do disco a terminar, fiz o possível por procurar o dito local e dormir à porta do armazém. Assim aconteceu, cheguei às 22 horas, depois de ter enganado o estômago num cafezito antes da zona industrial.
Sem nada para fazer, deitei-me para dormir uma boa noite de sono, enganei-me completamente, por volta da meia-noite começou uma tremenda barulheira, com carros e motos a fazer peões, gritos, garrafas a partir etc. Espreitei pelo cantinho da cortina e a cerca de duzentos metros, vi uma seita de jovens e jovens adultos, eram “mais que muitos”, faziam cavalinhos com as motos. Várias vezes as motos e os carros passaram a rasar ao camião, mas nem me atrevi a sair.
Quando chegou a hora do último xixi da noite pensei: “O que faço?”… “Saio e faço lá fora?”…”Ou faço na garrafa da água (vazia) de 1,5 L? Escolhi a segunda. Não uma vez, mas sim três vezes para a garrafa, se vontade tinha, tinha de ser nesse dia. Acabei por adormecer lá para as 4 horas da madrugada e às 7 já estava a pé.
Fui tomar o pequeno-almoço ao tal cafezito a pé e pelo caminho só via inscrições nas paredes, grafites com palavrões, imagens sanguinárias e de violência extrema.
Quando disse que tinha feito xixi para a garrafa, a amiga com que falava disse:
- Que nojo!
Queria ver o que fazias no meu lugar…se tinhas coragem para sair…
Não tenho vergonha de dizer que nessa noite tive medo pela minha integridade física, nunca mais fiquei em locais ermos e desconhecidos.

Joca tx

Yannosick

Amigos…
Vós se calhar nem sabeis quem é ou quem foi o Yannosick.
Eu devia ter uns seis ou sete anitos e se querem que vos diga a verdade, eu também já não me lembro o que ele era, o que foi e o que fazia.
Recordo que dava uma série na televisão aos sábados de tarde, em que o artista principal era o Yannosick. Uma imagem que ficou sempre gravada na minha “parca” memória é que ele gostava de um bom naco de carne.
Sei que ele e a seita dele depois dum dia a fazer qualquer coisa que não sei o quê, juntavam-se todos à volta da fogueira, com um bruto animal a rolar por cima das chamas, quando estava na hora de dividir o dito cujo, o Yannosick ficava sempre com a coxa e que bruta coxa.
Eu, segundo palavras das minhas irmãs, dizia que quando fosse grande queria ser Yannosick, não sei se era pelo naco de carne ou por aquilo que ele fazia lá na floresta, calculo que era pela carne, porque eu também adoro um bom “naco de carne”. Também gosto de peixe mas tenho preferência por carne, talvez seja um efeito psicológico dos tempos do Yannosick.
Abençoado sejas Yannosick estejas onde estiveres.

Joca tx